Opinião Preconceito sobre os videojogos na sociedade/no agregado familiar

A minha esposa sempre aceitou que tenha o meu Hobby dos jogos (desde que não descure das outras funções :D) e ela própria gosta de jogar.

Quando se tem uma esposa ou namorada que detesta o nosso hobby e vai-nos estar sempre a julgar ou a dar na cabeça, só há três caminhos a seguir.

  • Largamos o nosso hobby e deixamos de fazer aquilo que gostamos e no fundo a nossa esposa está a moldar-nos ao gosto dela. Isto na minha opinião é uma solução muito má, mas deve ser a mais usada. Eventualmente acabamos infelizes.
  • Continuamos com o nosso hobby na esperança que ela mude, e eventualmente isso vai acabar por estragar a relação e vamos ter problemas.
  • Vamos para outra, porque se chegou à conclusão que não somos compatíveis e ninguém se deve moldar totalmente à outra pessoa, nem isso seria justo.
 
Estava a bold:

"dica do dia: não discutam com namoradas/esposas de amigos. Não há como ganhar, mesmo que "ganhes" a discussão) e eventualmente essa malta acabou por se afastar."

Discutir com as namoradas/esposas de amigos é um excelente "abre olhos". Se elas são manipuladoras e controladoras a pessoa em causa tem duas opções: Ou mantém a relação com a pessoa numas premissas que eu não acho muito saudáveis ou termina a relação e escolhe o amigo. E o assunto até pode mudar dos jogos para o futebol, uma namorada que não gosta que o companheiro combine jogos de futebol com os amigos por motivo x, y e z.

Diria que estatisticamente é mais provável eles manterem a relação e perderes um amigo (será que era mesmo amigo?).

O problema é que muitas vezes discutir isso com certas pessoas é bateres contra um parede, e não vale a pena que essa parede não se move/abre. Vais-te chatear, possivelmente vais perder amizades, algumas já de longa data, e por ai fora.
Essas coisas terão de ser resolvidas entre os casais, estar-se a meter nisso por iniciativa própria não vale a pena. Se a pessoa te pedir ajuda nessa questão, isso já será outra coisa.
 
Última edição pelo moderador:
Boas, eu felizmente por parte dos meus pais nunca tive esse problema apesar que admito que nos anos de faculdade estive completamente viciado no WOW e passava la imensas horas.

Por parte da minha esposa tive comentários que era perda de tempo ou que era para crianças, mas com o passar do tempo aprendeu a respeitar e vivemos bem com isso desde que claro tudo com moderação.


Mas sem duvida que como toda a gente diz há ainda aquela ideia cultural que jogos e outro hobbies do gênero são para crianças. No meu trabalho tenho pessoal que tem hobbies semelhantes aos meus e outros que o Hobie é so futebol ou carros (como é suposto ser o "normal")

Devido a estes meus Hobbies tive dificuldade em vincular rapidamente com o meu sogro e cunhados pois éramos muito diferentes nesse aspeto mas com o passar dos anos aprenderam que isso não é nenhum bicho de 7 cabeças e agora sou o tio fixe que adora pcs consolas e videojogos. sempre que querem comprar algo para os meus sobrinhos nesses campos vêm falar comigo.

Nas reuniões de familia junto-me muito mais aos mais novos e ainda ha quem me olhe de lado por estar a falar de "coisas sem interesse" com os putos.

Eu pessoalmente adoro e eu próprio digo que sou "canalha" e pretendo ser sempre pois sou feliz com isso.
 
Última edição pelo moderador:
Penso que é um pouco geral que todos os que jogaram WoW, tiveram uns problemas em manter um bom equilibrio com vida social/fisica etc... eu pelo menos tive, assim como muitos de vocês e amigos próximos. Para uns durou 1 ano, para outros 2 ou 3 e, infelizmente, para outros durou muito mais ou até agora.
 
Última edição pelo moderador:

Discutir com as namoradas/esposas de amigos é um excelente "abre olhos". Se elas são manipuladoras e controladoras a pessoa em causa tem duas opções: Ou mantém a relação com a pessoa numas premissas que eu não acho muito saudáveis ou termina a relação e escolhe o amigo. E o assunto até pode mudar dos jogos para o futebol, uma namorada que não gosta que o companheiro combine jogos de futebol com os amigos por motivo x, y e z.

Diria que estatisticamente é mais provável eles manterem a relação e perderes um amigo (será que era mesmo amigo?).

Não, nem sempre. Cabe a quem escolhe os parceiros(as) decidir se estes devem estar acima do resto e os restantes ou aceitam ou vão à sua vida. As prioridades mudam e isso não faz com que as pessoas deixem de ser amigas, é uma questão de equilíbrio.

Como a opinião dos outros em relação a como gasto o meu tempo livre não me interessa, só os informo quando mo perguntam directamente e as reacções são sempre descartadas. Se gostam/percebem, fixe, Se não, fixe na mesma. Cada um gere o tempo e hobbies como quer e acha melhor, idem para as amizades.
Agora mesmo que escolham as posições extremadas e deixem de jogar em prol da harmonia familiar não será por isso que perderão um amigo, perdem é mais oportunidades de discussão/confraternização, que é o que os hobbies em comum permitem.

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Um aparte (para que fique esclarecido e que esta situação morra aqui):

O @YoungGrumpyMan deixou aqui um desabafo que se tornou numa discussão interessante. Não o fez certamente para andar a ser julgado e atacado e se é verdade que todos temos direito à nossa opinião, ele tem direito a ser respeitado, coisa que alguns não souberam fazer.
É de evitar, s.f.f.
 
Desde que tudo tenha um equilibrio, ter o hobby de jogar ou ler, ou ver filmes ou jgoar futebol é indiferente. Ou pelo menos devia ser.
 
Também não ajuda termos os jornalistas constantemente a mentir sobre os videojogos.
Até podem sair os estudos mais rigorosos a dizer que os videojogos não fazem mal, que não aparece nada na TV.
Mas se sai um estudo sem rigor, a dizer que os videojogos são maus, os jornalistas saltam logo em cima, como se fosse o fim do mundo.
Para pessoas que nunca jogaram, que não sabem nada deste passatempo, acabam por ser enganadas.
 
O Pedro Pinto, jornalista da TVI gosta de jogar e lembro-me de há uns anos ter saído uma reportagem a diabolizar os jogos (na altura do GTA IV?) e no fim da peça era notório que ele ficou desconfortável com o que viu. Alguém se lembra ou tem algum link?
 
@The WolfMan

Comprava as revistas PlayStation Portugal e na altura o Pedro Pinto tinha um espaço de comentário(salvo erro). Houve uma coisa que li e que como gamer me fez um bocado de confusão, ele jogava meia hora por dia e eu só pensava " com meia hora de jogo deves ter tempo para fazer muita coisa, espera lá...". De resto nada a dizer contra ele, nota-se que gosta(va)de jogar e até percebia do assunto.

Aproveito o tema para dizer a minha opinião do que vejo na TV em sinal aberto. Já vi com cada um, o Quintino Aires foi do mais ignorante que vi, nunca mais me esqueço quando ele na TVI disse que jogar PlayStation era como tomar drogas. Depois os apresentadores eram igualmente ignorantes, iam pela conversa dele. Recentemente apanhei outro, o Hernani Carvalho na SIC. Dizia ele, os miúdos aprendem nos jogos a matar pessoas, que o intuito dos jogos era esse. Nota-se o preconceito que esta gente tem em relação aos videojogos, na ideia deles os videojogos são maus exemplos mas por exemplo um filme, novela ou série já não são... é muito fácil para eles pegar no tema dos videojogos, porque são ignorantes e não percebem nada da indústria, são leigos na matéria!
 
Lembro-me de andar no secundário e de uma colega minha dizer a opinião do pai dela do Hernani Carvalho: "Gente que não conseguiu entrar para a PJ e que vai para a televisão mandar bitaites."

A televisão mostra o que as pessoas querem ver, daí o sucesso que a CMTV têm, todos gozam com o tipo de jornalismo, mas consomem-no. Praticamente só as gerações mais velhas é que ainda vêm televisão. Especialmente se possuem poucas habilitações, tendem a ser ovelhas sem sentido crítico que acreditam em tudo aquilo que lhes mostram.

Vivemos em tempos tão esquisitos em que tudo o que uma pessoa diz ofende outra, mas as gerações mais velhas são muito quadradas, intolerantes e de certo modo ignorantes.

O Quintino Aires é um idiota. Jogar jogos = vício pior que a droga.

Os jogos são violentos? Sim, há jogos muito violentos, mas tal como nos filmes existe uma entidade que atribui um limite de idade mínimo para jogar o jogo, se bem que em Portugal isso é meramente indicativo e não obrigatório. Uma criança liga a televisão e só vê desgraças... E isso não é um jogo, é a vida real!
 
Última edição pelo moderador:
Mas para não desviar do tema, de facto os médias ajudam e muito a cimentar esse preconceito, e isso tem sido notório ao longo do tempo, antes ainda tinhamos programas sobre videojogos. Agora simplesmente desapareceram do mapa, acredito que a evolução das tecnologias também tenha a sua influência, a tal questão já mencionada da malta mais jovem ver pouca televisão. Mas ainda assim parece que fazer algo para as tvs sobre este tema é um assunto tabu.
 
Última edição pelo moderador:
As coisas vão mudando. Os jovens pais de hoje são da minha geração e não vêm os videojogos como papões.

Não existem programas de televisão sobre videojogos porque quem é potencial consumidor desse tipo de programas pura e simplesmente não vê televisão.
Esse tipo de conteúdos passou para a web e aí garanto que florescem como nunca.

De resto esses pregadores da desgraça são cíclicos em todas as gerações. São normalmente bonecos que sabem de tudo sobre todos os assuntos e normalmente tendem para fatalismos porque é isso que os mantém na ribalta.
Na minha geração a televisão iria corromper a frágil juventude. Antes foi a rádio. No início da imprensa, principalmente as organizações religiosas, combateram a democratização da literatura.

A ignorância e o medo leva a coisas destas, sendo que por parte dos pais e familiares é quase sempre com a melhor das intenções.
 
Mas mesmo essa questão dos videojogos que é só violência e coisas do género, é um argumento inválido. Diria que nos anos 80/90 talvez fosse verdade, embora seja algo que seja sempre extrapolado.
Mas agora temos jogos que são autênticas obras de arte a nivel de história e que ajudam bastante em ganhar conhecimento. Já mencionei atrás o Assassin's Creed II, um aluno que jogue este jogo e vá lendo as database entries, no teste de História sobre o Renascimento, tem tudo para tirar uma excelente nota.
É esta parte dos videojogos que tem ser mais falada, não para "esconder" a parte má dos mesmos que indiscutivelmente existe, mas para mostrar que as coisas neste tema não são 8 nem 80.
 
Neste tópico reina a ideia que tudo o que se consome é controlável, o que na verdade as coisas não funcionam assim para todos.

Videojogos, foi para mim um hobby. E durante uns bons anos, também foi dispendioso, e um vício perigoso para preencher vazios vários e causar problemas familiares e de insucesso escolar.

Actualmente, jogo muito de vez em quando, de preferência nos dias ou alturas em que não trabalho ou tenha responsabilidades no pensamento.
Não aguento estar muito tempo na mesma posição, nem me agrada em certos dias, sentir o tempo de descanso a voar enquanto jogo.
Gosto também de ver uns filmes e umas séries, mas também de socializar, realizar actividades e fazer outras tarefas mais produtivas.

Com 36 anos, digamos que conheci o suficiente para ver as consequências de quem se desleixa.

Haverá sempre os imbecis que falam destrutivamente sobre o assunto porque sim e da audiências e o diabo a 4, mas também há e haverá sempre o reverso.

As comparações ao vício de estupefacientes numa perspectiva neurológica, são reais.

Conheci desde aquele que chegava ao ponto de muitas vezes não fazer companhia ao filho, até ao que deixou morrer uma relação de muitos anos por puro desleixo ao que tinha em redor dele próprio. Para não falar a nível académico ou mesmo profissional.

Não quero dar a ideia que é um mal medonho, mas não façam das pessoas ignorantes.
 
Muito sinceramente acho que a mentalidade das pessoas mais velhas acerca dos videojogos varia mesmo muito.

Conheço pessoas que olham de lado se souberem que eu jogo, por exemplo para a minha mãe noto que é um bocado do tipo, gasto dinheiro a toa, e que aquilo não me leva a lado nenhum, e por outro lado tenho pessoas como a minha namorada, pai, avós que vêm os jogos como forma de eu "relaxar" depois de um dia de trabalho ou depois de um treino.

Claro que temos sempre casos mais extremos onde é praticamente considerado como um vicio pela familia, e realmente é, porque uma pessoa que passe 10h em frente a um PC a jogar é realmente um caso que gere preocupação por parte dos mesmos, mas secalhar se essa mesma pessoa em vez de jogar, se fosse para um café o dia todo, e fosse fumar, etc já não era tão mal visto...

Com isto quero dizer que os jogos em regra geral são mal vistos pela sociedade, independentemente da idade, tem tudo a ver com a educação que tiveram, temos pessoas mais velhas que adoram jogar e mais novos que associam a "coisas" de criança, e muito sinceramente não acho que nunca vai mudar, porque a maioria das pessoas que não gosta se recusa sequer a tentar perceber o que é um "jogo" ou o que está relacionado com ele.

A meu ver os jogos deveriam ser inseridos nas nossas vidas como uma forma de relaxar, aprender e divertir, mas para isso ainda temos um longo caminho a percorrer, porque vai sempre existir uma maioria que nos vai achar como "crianças" por jogar, mas lá está quem diz isso vai ver BB, Programas da cristina, etc que até incentivam a gastar dinheiro ligando para o "número mágico" que lhes vai dar um carro, ah mas isto já é normal :facepalm:
 
Fazer vida de café ou andar no rally das tascas, só é bem visto entre tasqueiros, principalmente quando muitos dos que vêm encostados à esplanada do café da esquina, mal ganham para sustentar as suas próprias famílias.

E fumar não sei onde é que isso também é bem visto, quer em saúde, quer em torrar todos os dias 4 euros num maço do mais rasca (120-124 euros todos os meses).

Seria mais útil se abrissem uma thread de gamerholics anónimos, do que andarem a fazerem-se de vítimas da sociedade.

Porque também sou gamer, bebo uns canecos, e só não fumo porque parei há uns anos e nunca mais toquei num cigarro e nem quero....
 
O meu pai na altura do gt3 detestava que eu tivesse a frente da consola até eu por a jogar para 2 e ele gostou, e já olhou para os vídeos jogos de outra forma, nc se riu tanto naquele dia.
Até o apanhar a ligar a consola mts vezes a noite para jogar o gt3 a treinar XD.
Hje em dia sou pai e adoro jogar, a minha esposa gosta mais de ver séries, aceita mto bem o meu vício.
Agora no meu entender há menos preconceito com os vídeo jogos agora, do que antigamente.
 
Este tópico é mais um desabafo que outra coisa. Eu a semana passada encomendei o Ghost of Tsushima para aproveitá-lo aquando do lançamento. O jogo acabou por só ser enviado na 6a, e chegou na 2a. Contudo, ao chegar a casa, foi recebido e prontamente "escondido" pelos meus pais, que o enfiaram num canto. Só hoje o descobri.

Enfim, mais alguém tem de gladiar com os pais em relação ao seu hobby preferido? Se calhar a idade média daqui do pessoal do Zwame até é bem superior à minha, que não há muito saí da faculdade.

Por causa da pandemia voltei à minha terra-natal, e estar com os meus pais tem muitos aspetos positivos, mas um dos mais negativos é um constante julgamento e repressão da parte deles em relação ao meu hobby favorito. "Larga essa porcaria", entre outras frases são comummente proferidas. Poderia estar o dia todo a ler, mas se pego na consola umas horinhas, já sou um agarrado. Passo o fim de semana a fazer uma panóplia diferente de atividades, mas se pego no jogo sou logo um drogadito. E mais sou uma pessoa em teletrabalho, não é como se a única coisa que fizesse é jogar todo o dia sem parar.

Enfim, isto tem a ver com o estereótipo negativo que o gaming ainda possui na sociedade. Lentamente caminhamos para uma sociedade mais aberta a este tipo de passatempos, por exemplo a minha geração acho que é bem mais compreensiva neste aspeto, mas a geração dos meus pais, enfim... Já não vejo que haja grande coisa que eu possa fazer, já tentei por várias vezes explicar o meu ponto de vista em relação aos videojogos, mas parece que estou a falar com uma parede. Esta de esconder o jogo é o pior exemplo deste tipo de atitudes com que já tive de lidar, e foi também o que me levou a vir aqui partilhar a minha experiência.

Espero deste tipo de situações levar uma quase lição de vida. O que quer que os meus filhos (se os tiver) queiram fazer nos tempos livres, pois deixá-los-ei fazer, independemente do que seja, desde que não os prejudique e os deixe feliz. Claro que não precisaria de passar por este tipo de situações para ter esse pensamento, mas pronto, ajuda a colocar as coisas em perspetiva.

O que acham? Já passaram por experiências semelhantes? Se calhar alguns de vós até são pais, pelo que agora estão do outro lado da moeda. :D
Revejo-me perfeitamente nesse drama (salvo-seja). Embora hoje em dia praticamente não jogue durante estas férias como está tudo fechado e no litoral norte praia é quando o rei faz anos, decidi jogar um bocadinho, calhou os meus pais verem (estão na mesma casa de férias) e lá vieram sinais subtis de desaprovação. Mas se for para perder horas a ver agricultor, Facebook ou o BB isso já não faz mal :D.

A minha mãe é especialmente hipócrita nesse sentido, quando era puto até chegou-me a desligar o pc e consolas a “sangue-frio” da electricidade algumas vezes, hoje em dia descobri que além de passar horas no pc nos tempos livres todos os dias, ganhou o mau hábito de estar com o telemóvel nas refeições a navegar no Facebook. Já para não falar que nunca fez o mínimo de exercício físico ou leu sequer um único livro, é quase a minha antítese nesse aspecto, mas se eu estiver no pc a jogar, ui, os jogos são o demónio :lol:.
 
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