É obvio que o Fluxbox é muitissimo mais pequeno que o Gnome, ou que o KDE, alias nem o Gnome, nem o KDE, têm por objectivo ser pequenos, muito pelo contrário, têm por objectivo ser grandes para conseguirem fazer muitas coisas (independentemente de serem modulares). Comparar o tamanho do fluxbox, ou de outros pequenos GUI com um desktop completo como o Gnome e KDE é uma perda de tempo, mas também não nos podemos esquecer que ao instalarmos window manager, e ao instalarmos um ambiente de desktop completo como o Gnome e como o KDE, acabamos com coisas muito distintas. No caso de instalar-mos um Desktop, o mais provável é que acabemos com um ambiente de computação muito completo e pronto para ser utilizado de forma imediata para produzir, enquanto que se instalarmos um window manager ainda vamos ter que instalar aplicações para trabalhar, para além outros softwares para podermos replicar algumas das funcionalidades de um ambiente de desktop, como por exemplo um file manager, sem contar que um ambiente de desktop como o Gnome vem configurado para que não necessite de configuração extra (claro que há sempre alguns utilizadores que são excepção, mas esses são uma minoria e mesmo para esses as configurações são normalmente minimas), enquanto que um window manager exige quase sempre alguma configuração.
Os window managers não são capazes de por exemplo ter uma ferramenta de configuração centralizada, que tenha capacidade de configurar tanto e de forma tão centralizada quanto o Gconf, ao ponto de permitir ao administrador configurar e bloquear todos os aspectos do desktop de todos os utilizadores numa rede.
Um window manager, também não tem tantas ferramentas de configuração de preferências do desktop, nem tão simples, acessíveis e coerentes, como todas as que existem no gnome, que permitem configurar de forma integrada com todas as aplicações que suportem o desktop:
* controlo remoto do desktop utilizando vários tipos de protocolos;
* configurar dispositivos amovíveis (como e quando montar e a integração com o gestor de ficheiros);
* integração do desktop com palm-pilots;
* configuração de janelas, menus e opções das aplicações do desktop;
* configuração da resolução do ecrã;
* configuração e selecção de sistemas multimédia do desktop;
* configuração de tecnologias assistivas;
* configuração de acesso a redes;
Há ainda integração com tecnologias como o HAL e DBus de forma a que todo o desktop esteja mais conscientes de todos os recursos e operações realizadas por hardware e software, que existem não só a nível das aplicações mas também a nível dos serviços do desktop (servidores de configurações, etc...);
Utilização de sistemas de ficheiros abstractos que permitem que aplicações acedam aos dados da mesma forma independentemente do que realmente permite o acesso aos ficheiros, que por exemplo permite coisas como aceder a sistemas de ficheiros, como clientes de vários protocolos de acesso remoto (ssh, ftp, webdav, smb, etc...), ou de utilização de encriptação de ficheiros locais de forma transparente para as aplicações, ou acesso a ficheiros localizados em outros volumes de dados que por exemplo sejam montados em dispositivos loopback, ou poder aceder e procurar em partilhas de itunes através do file manager, etc... E tudo isto com integração de forma a ser utilizado por todas as aplicações do desktop incluindo a shell gráfica.
A integração com diferentes aplicações de acesso a ficheiros e controlo remoto de desktop.
A fácil criação de applets integradas utilizando python e as API do Gnome que podem ser instaladas sem recorrer a gestores de pacotes nem a ferramentas de construção de aplicações, ou seja, de forma muito mais simples para a maior parte dos utilizadores;
Integração que tornam dispositivos como webcams em dispositivos de input, que permitem controlar o desktop graças a gestos do utilizador (no caso de que falo trata-se de gestos com a cabeça), que graças à existência e integração com outras ferramentas e framework de tecnologias assistivas do Gnome e integração com sistemas multi-media, fazem dele o desktop mais moderno no que toca a acessibilidade para pessoas com deficiências;
A criação de documentos de forma colaborativa, sincronizada, transparente para as aplicações e sem necessidade de repositórios centrais, graças a tecnologias de P2P, tecnologias de configuração automática, e à integração só possível com a infra-estrutura existente num ambiente de desktop e à integração das aplicações do Gnome.
Também não tens criação de cds e dvds integrada com o desktop e de forma tão simples quanto tens no Gnome. Que pode ser tão simples quanto meter um cd ou dvd virgem e arrastar ficheiros para uma janela do gestor de ficheiros que se abre automaticamente e que tem o titulo de "cd/dvd creator" (se tiverem o desktop em inglês).
Também não podes ter nada como algo que está em desenvolvimento para o Gnome, que é o Gnome Storage, que é algo muito semelhante ao winfs, ou seja, um sistema de procura no desktop que te permite utilizar linguagem natural para procurar coisas no desktop e que de mostra os resultados de forma abstracta ao sistema de ficheiros (escondendo assim a complexidade do sistema de ficheiros), podendo mesmo guardar-se os resultados das buscas. E claro tudo isto com integração com a shell gráfica, applets, funcionamento em rede transparente quer da apresentação quer de armazenamento de resultados (o sistema pode mesmo reconfigurar o acesso a redes de forma automática para aceder remotamente se necessário), claro que também é tudo transparente para as aplicações que acedem aos ficheiros, há actualização automática quando há modificação da existência de ficheiros, haverá também a capacidade de consultar o histórico de cada resultado/busca, e também será um sistema que totalmente localizado, de forma a poder ser facilmente utilizado por pessoas em qualquer parte do mundo, quer falem inglês ou não, etc...
Também há outra coisa em desenvolvimento para o Gnome chamada Gnome Command Interface (GCI), que é uma mistura de conceitos, entre um terminal com BASH e as aplicações GUI. Para além de uma aplicação que reage de forma interactiva aos comandos (não precisa de um enter depois de escrito o comando, dizendo imediatamente coisas como por exemplo se o utilizador comete um erro de sintaxe ou de semântica).
O conceito do GCI é uma unificação da shell no terminal, de uma linguagem (que pode ser vista como uma mistura entre a bash, python e apple script) capaz de interagir com praticamente tudo, schemas para permitir invocar objectos da shell, schemas para invocar aplicações (usando uma interface d-bus) e um schema para invocar o próprio GCI modificando o próprio terminal (pode ainda haver um schema para ficheiros que permitirá acções em relação aos ficheiros dependendo do seu tipo).
É certo que os window managers permite realizar as tarefas básicas e típicas de um ambiente gráfico (alias é por isso que são window managers), e até mesmo outras se recorrer a software de terceiros para complementar as suas capacidades, incluindo mesmo a componentes de alguns desktops, alias se por exemplo não recorresse às bibliotecas GTK não corria aplicações que fossem criadas para Gnome, e as GTK, são parte do Gnome. Mas um window manager não pode fazer tudo o que se faz num ambiente de desktop, também não pode fazer muitas coisas de forma tão simples, porque não é esse o propósito de um window manager.
Um window manager no máximo será mais leve e terá apenas o essêncial e o que a maioria esmagadora das pessoas usa na maior parte do tempo (quando deixar de ser apenas isso é porque está a deixar de ser apenas um window manager e a transformar-se num ambiente de desktop).
O Gnome quer no que toca à arquitectura do seu software, quer no que toca ao design do GUI foi pensado especificamente na usabilidade e acessibilidade tendo coisas como coerência do GUI em conta enquanto num window manager nada disso existe, ou existe a um nível de desenvolvimento muitissimo menor, até porque é apenas um window manager e um window manager não serve para isso, serve essêncialmente para controlar as janelas das aplicações gráficas no servidor de ambiente gráfico (neste caso no X).
A barreira entre um window manager pode ser bastante difusa. Levado ao conceito estrito um window manager é apenas uma aplicação que controla a colocação e aparência das janelas e nada mais. No entanto como na maior parte dos casos são distribuidos com mais algumas aplicações (menus, docks, pagers para controlar ambientes virtuais, e algumas outras aplicações muito simples), considera-se que esse pequeno grupo de aplicações faz também parte do window manager, no entanto à medida que se vai adicionando mais aplicações e aplicações mais complexas ele pode tornar-se num ambiente de desktop ad-hock. É teóricamente possível agarrar num window manger e juntar-lhe aplicações suficientes para criar um ambiente de desktop bastante completo, só que dificilmente será tão completo, coerente, interoperavel e fácil de usar quanto um projecto pensado de raiz para ser um ambiente de desktop totalmente integrado, coerente, interoperavel, fácil de utilizar, etc...
E claro que não há mal em um window manager não ser tão completo quanto um ambiente de desktop, alias é mesmo bom, porque permite que sejam mais leves.
Acho que um window manager chega perfeitamente para as necessidades reais, da maioria esmagadora dos utilizadores (porque a maior parte das pessoas não aproveita ainda os computadores como deve de ser), não fossem eles na sua maioria (não posso garantir totalidade) inferiores no que toca a usabilidade (inferiores, não significa que sejam maus, ou que não prestem, apenas que não são tão bons). Embora seja possível para um utilizador com conhecimentos minimizar esse aspecto de forma considerável, mas infelizmente estes não estão disponíveis para auxiliar essa maioria de utilizadores até porque existe uma mentalidade entre os utilizadores de informática de terem tudo à borla. Também há alguns aspectos psicológicos dos utilizadores acostumados ao window$.