FAzendo então um pequeno resumo de conclusões após uns dias com o
Benq W1080ST. Sobretudo em comparação com o Yaber Y30 que experimentei durante uns dias até se ter finado por indigestão no upgrade do firmware.
Em termos físicos, o Benq é mais bonito e com melhores acabamentos. Mas para mim isso é irrelevante, o que interessa é o resto.
Quanto ao ruído emitido, este Benq tem 4 fans. Estas têm velocidade variável. Em modo ECO as ditas fans ouvem-se mas não aborrecem. É consideravelmente mais silencioso do que o Yaber. E sendo um short throw, também fica mais distante do espectador. Penso que no Inverno a diferença ainda será mais notória.
Antes de me debruçar no principal, a qualidade de imagem, deixo aqui umas notas do que tomei consciência com este Benq e de que antes desconhecia.
- O Yaber Y30, e provavelmente todos ou quase todos os projectores chineses "low cost", não têm offset da imagem projectada. Ou seja, o centro da imagem projectada coincide com o centro da lente. Assim, para se evitar usar o Keystone, esses projectores têm de estar numa altura "chata".
Ora acontece que este Benq tem um offset que faz coincidir, mais ou menos, a linha mais baixa de pixeis projectados com o centro da sua lente. Isto é altamente vantajoso. Por exemplo, posso me sentar mesmo por trás do projector, pois este fica a cerca de 30 cm de altura, sem uso de Keystone. Isto porque se trata de um short throw, ficando a cerca de 130 cm de distância da parede.
QUanto à qualidade de imagem, uma prévia ressalva. Como já disse no review do Yaber Y30, as minhas paredes têm acabamento rugoso (deve ser tinta de areia ou pior). Num short throw isto é ainda mais evidente pelo efeito de paralaxe. Ou seja, da projecção de luz ser mais "rasante", acentuando a textura. Mesmo nestas condições, a qualidade de imagem é melhor do que a do Yaber Y30, a todos os níveis. O "dynamic range" é mais amplo, o contraste é maior, as cores bem definidas e naturais e o motion é fluído e agradável, ficando este muito próximo do que experienciei numa TV Philips 58PUS7340. De referir que a nitidez da imagem também é maior, sendo a aberração cromática significativamente inferior, mesmo sendo uma lente zoom.
Não resisti a levar o Benq a um outro local com paredes lisas para fazer uns testes. Infelizmente aí não pude usar uma grande diagonal por limitação do cabo. Mas posso dizer que a sensação era a de estar a olhar para um verdadeiro monitor, tal a qualidade e estabilidade da imagem.
Outro aspecto que releva. Em termos de brilho este tem outra capacidade do que o Yaber Y30. Mesmo no modo ECO. Por exemplo, com os candeeiros ligados, a imagem projectada é perfeitamente capaz. Com a divisão escura, os highlights são espetaculares. E
é aí que são visíveis as limitações da sala onde o uso. Não sendo uma sala dedicada e tendo soalho envernizado acetinado e forro esmaltado brilhante, os reflexos reduzem sobremaneira o contraste e a qualidade dos pretos. Mas é perfeitamente notório que com outras condições a qualidade de imagem deste Benq subirá mais ainda.
Por fim, em conclusão, posso dizer que este Benq não é 10 vezes melhor do que o Yaber Y30. Mas é melhor o suficiente para criar uma sensação de WOW que com o Yaber Y30 não senti. Basta dizer que, quando passei no Benq um vídeo captado da ISS da superfície terrestre, senti um arrepio na espinha... E já nem falo das imagens captadas pelo Hubble no formato IMAX...
Na minha opinião, para quem, como eu, pretende um projector para degustar filmes e séries, vale a pena investir num projector tipo o Benq. Se tiver hipótese de ter uma sala dedicada e preparada, então até deve considerar um projector de gama mais alta.
O meu próximo passo é a concepção de uma superfície de projecção para a melhor qualidade possível.