Não votei em nenhum pois acho que todos fazem coisas diferentes e uns melhor que outros. Para além disso os jogos seguintes acabam por ser uma resposta a algo que estava “mal” no anterior.
Demons Souls foi o primeiro e a inspiração para o que veio a seguir. Sucessor espiritual de King’s Field com ambiente negro/dark fantasy que foi muito bem idealizado. Inovou pelo sistema de mensagens, invasões e mensagens para ajudar, às vezes, os outros jogadores. Quem não se lembra do clássico treasure here/jump here, e claro que estava o abismo mesmo à frente dos nossos olhos mas o troll vencia por vezes.
Dark Souls tem provavelmente o melhor mundo interligado de todos, não é à toa que é mencionado para definir o tipo de experiência que querem no Elden Ring. Responde a críticas de quem queria tudo ligado, mas sem ser em mundo aberto. Introduz sistemas de alianças, aka covenants, apesar de nunca terem sido muito mais que maneiras de fazer certas tarefas dos sistemas já existentes, elimina os itens de cura “infinitos”. Tem bosses e músicas que ficam na memória e abre caminho para o sucesso da série. Tem também umas das seções mais infames da série, com os arqueiros da Anor Londo. Acaba por ser algo incompleto nas partes finais.
Dark Souls 2 responde a quem queria um melhor sistema de alianças, nomeadamente na vertente de pvp, e tornando certos aspetos do jogo mais difíceis, pois parece que há quem queira isso. Cria um sistema de poses que pode tornar certas armas mais interessantes e possibilita o dual wield. Tem uma direção de arte mais questionável, ligações entre os diversos níveis também, e animações mais pobres que o primeiro. Não é dirigido por Miyazaki integralmente e deixa uma parte da comunidade digamos que “exaltada”. Considerado pela comunidade mais hardcore da coisa como o que tem melhor pvp dada a variedade de builds e conteúdo direcionado para esse aspeto, com arenas dedicadas e afins.
Bloodborne nasce da falta de visão da Sony com Demon’s Souls e torna-se para mim no melhor jogo da PS4. Tem a melhor direção artística de todos os jogos até à data desta série, incluindo nisto os bosses e inimigos, cuja inspiração lovecraft resultam na perfeição. Não tem tantas possibilidades de builds como o anterior, não consegue implementar corretamente o aspeto aleatório das masmorras que introduziu, mas prova que a From está sempre disposta a tentar novas ideias. Incentiva o estilo mais agressivo ao invés da tartaruga que fica protegida atrás de um escudo.
Dark Souls 3 culmina tudo, ou supostamente tudo dos dois primeiros e termina a série, para já. Tem áreas maiores para ser exploradas, é relativamente linear, apesar dos segredos e atalhos estarem sempre presentes, mas acaba por ter alguma sensação de déjà vu em certos aspetos, especialmente quando comparado com o primeiro. Aqui está o nosso agradecimento por tudo, fiquem com umas lembranças do quão bom é o nosso primeiro jogo. Herda a maior velocidade no combate de Bloodborne e abre o caminho para as skills usando magia, sem nunca ter sido algo muito diferenciador, apesar de haver algumas excepções com determinadas armas. Tem dlc muito bom que nos mostra e culmina, mais uma vez, que já vimos algo semelhante e quem sabe melhor executado.
Sekiro tem o melhor combate de todos aperfeiçoando o parry, e introduz um sistema de travessia dos níveis com foco na vertical com o gancho. É para quem quer mais do mesmo mas diferente, e acaba por sofrer pelo facto de só haver uma arma principal, especialmente na sua exploração. Apesar de ter um mundo muito bem construído e recompensar a descoberta de novas áreas/segredos, as habilidades secundárias para o nosso braço na sua maioria têm utilidade questionável, com poucas excepções.
No essencial será isto.
Todos nascem como resposta a algo dos anteriores que havia a melhorar. Todos tem temas em comum, todos têm berserk como uma referência, todos são crípticos o suficiente para deixar a comunidade a discutir vários aspetos e todos deixam um legado que muitos criadores tentam colocar nos seus jogos, não sendo eu fã particularmente de um em especial, a dificuldade, que não é de todo o foco. Requerem prática, disponibilidade e nunca existe um elemento que seja realmente fora de série nestes jogos, mas quando combinamos tudo num pacote, o resultado, pelo menos para o tipo de experiências que gosto, é especial.
Agora o Elden Ring quem sabe, talvez um dia saibamos como é o jogo