Comprei no lançamento e joguei no lançamento,mas nunca mais deixei aqui os meus 500 paus(mesmo tendo dito ao Street que apenas ia esperar 2 semanas).Horas de rectificar isso.
No que toca à historia, eu ponho isto abaixo do Max Payne(os da Remedy,nunca joguei o 3 e verdade seja dita não sinto grande vontade), e depois a flutuar tanto acima como abaixo do Alan Wake. Isto no sentido em que o Max Payne tinha uma historia com o seu quê de poesia, e os personagens encaixavam perfeitamente. O Alan Wake era mais um exercício de desconstrução de uma horror story, e pese embora horror não ser o meu genero preferido,acho que as peças (aka personagens) escolhidas foram as ideais para a historia que queriam contar.O Quantum Break acho que criou um problema com algum do casting e a maneira como alguns personagens são.
Começando pela historia em si,gostei. Eu acho que historias de viagens no tempo tem um potencial tremendo para dar borrada,mas neste caso e de grosso modo não houve problemas de maior que eu sentisse. Nunca houve uma momento à "John Connor mandou o pai dele para engravidar a mãe dele para ele nascer".De grosso modo eles parecem aderir à ideia que o passado não pode ser mudado(o poder do Serene é ver o futuro,e mesmo assim a minha aposta é mas é que se calhar o que ele consegue ver é universos diferentes). Isso torna-se ainda mais presente quando vemos a situação da Beth,embora a maneira como a historia da criação da Monarch é explicada é suspeita. Gostei do lore que criaram em termos de manipulação do tempo,a tecnologia, os efeitos dessa tecnologia, e as mudanças que isso faz em pessoas(aqui tenho pena de eles nunca terem apresentado os shifter in-game,pese embora termos sido introduzidos ao conceito deles).
Quanto a personagens,gostei de todos,mas o Jack criou-me alguns anti-corpos.Para um tipo que não é um cientista(como o Will) ou um tipo com alguma bagagem e marcado por eventos passados relacionados com a fractura do tempo(como o Paul), ele gosta de "filosofar" demasiado acerca do tema do tempo e viagens do tempo. Talvez o problema seja o Shawn Ashmore ser demasiado babyfaced, e eu fazer a relação a uma abordagem mais poética a tipos com mais experiência de vida como o Alan ou o Max. De resto gostei de todos. A Beth e o Paul em particular por serem personagens trágicos(gostava de ter jogado na pele do Paul). O Hatch é uma enigma ambulante durante uma parte substancial do jogo,e apenas lendo os narrative items é que percebemos o que é que ele foi e agora é. Eu diria que o Hatch e a agenda dele foi guardada para uma sequela. O Burke foi uma ponte interessante entre o jogo e o live action.
Em termos de gameplay,isto é Max Payne versão super-heroi a usar esteroides. A comparação com o Max Payne não deriva tanto dos poderes de abrandar o tempo,mas sim da forma como este jogo tem de ser jogado.Isto não é um cover based shooter. Mais vale mudar logo o chip que jogar isto como um Gears é receita para desgraça. Temos de estar sempre na ofensiva,sempre em movimento,sempre fora de cover. Talvez parar por uns 10 segundos atrás de um obstáculo grande(nada de cover encaixada abaixado atrás de algo) para usar a time vision para ter uma ideia melhor da posição dos inimigos e dar uma oportunidade para algumas cooldowns de poderes, mas muito intervalado.Usar o dash para encurtar a distancia em para aí 2 segundos e flanquear os gajos nunca fica velho. E poderes como a time bubble reforçam isso,porque evoluindo a time bubble aquilo torna-se uma espécie crowd control,com a capacidade de empurrar inimigos perto demais. E depois temos poderes para mid-range como time blast ou o time stop. Gosto especialmente da maneira como o time stop pode ser usado para dar mais força as nossas armas. Time Rush nunca usei muito. Demasiado simples.
De resto o jogo tem um bocado de plaforming e puzzles,mas nada por aí além.
No que toca a gráficos,o jogo é mesmo bonito. Nota-se claramente que decidiram puxar pela consola. Só tenho pena é que tenha blur a rodos. Ao inicio foi um bocado atrofiante habituar-me ao inicio.
O som está do caraças,pelo menos em termos de efeitos. As distorções de tempo a afectarem a musica foi um belo toque. Gostei do facto de terem tentado manter umaespecie de ordem, que cenas mais pessoais/dramaticas tinha um musica mais tradicional e o as partes mais sci-fi tinham algo mais há base de sintetizadores/electronico ou até mesmo nada,para ser mais minimalista.
Em termos de horas de jogo saquei 20 horas em Normal a dar-lhe bem nos narrative items.Saquei dois terços dos achievements. Ainda tenho mais jogo para mais duas playthroughs à vontade só pelas dificuldades a seguir. Isso e ainda tenho mais uns achievements variados.
Resumindo e concluindo,dinheiro bem gasto.Vai valer os 45 euros que dei(verdade seja dita já antes tinha valido, eu estava a pagar pelo pouco que paguei pela Max Payne 1&2 e o Alan Wake). Dito isso isto deixou-me com ainda mais saudades de um Max Payne da Remedy. Espero que a Rockstar e Remedy cheguem a um acordo.