O pulo que falas está ai... shenmue... so têm de abrir os olhos.. é inovação em todos os sentidos, mantendo aspectos tradicionais: cultura oriental, artes marciais ou mitos a volta disso, mini-jogos, longevidade, profundidade, etc.
Bom, eu adoro Shenmue, mas não o vejo como o futuro dos RPG's... é um conceito demasiado especifico e ambicioso, e que rompe com os RPG's "normais" num monte de formas. Vejo-o essencialmente quase como um género novo (o F.R.E.E. do Yu Suzuki) para mim a progressão sempre me deu um "vibe" de herdeiro das aventura gráficas, por exemplo.
O grau de interactividade é de facto, ainda hoje invejável e poderá ser praticado num RPG topo de gama (todas as pessoas falarem, etc) mas não é praticável para uma maioria, nem acho que possa vir a ser.
Mas o pulo que referia é outro, uma coisa que até podemos chamar de retrocesso que houve nos ultimos anos; enquanto que todos os RPG's e franchises começaram a procurar real-time ou pseudo-real time (que sempre foi a fraqueza dos RPG's junto das massas)... Também delimitaram qual o seu publico alvo... E por isso acabamos com argumentos que consistem em adolescentes rebeldes, revoltados com o mundo que quando abrem a boca parecem o Sonic e dos quais não queremos saber se morrem ou vivem (de facto chegamos a querer que morram, ou pelo menos se calem), histórias que giram à volta do mesmo e das mesmas personagens tipo, quase ao ponto de ser tão cliché que achamos que a equipa de desenvolvimento está a gozar ou fez um argumento em part-time.
Argumentos destes, num RPG retiram do interesse de jogar o próprio jogo, pela natureza intrinseca do RPG; é quase, quem jogou um, jogou quase todos.
O meu Final Fantasy preferido é o 6... quem vem desse e pega num FFX até mete as mãos à cabeça; o FF6 nunca fazia o jogador sentir que estava a jogar um jogo para putos, (e o mesmo pode ser dito de um Chrono Trigger, Tales of Phantasia, etc.) muito pelo contrário. Lembro-me de quando o FF-X-2 saiu e o anuncio dar na TV em epoca de Natal de familiares me perguntarem "não és tu que gostas de Final Fantasy" e o anuncio eram o de uma girlsband a cantar.
Se queremos uma coisa mais enraizada ainda, temos o Zelda que por mais voltas que dê.. nem que um dia passemos para um 4d, nunca deixa de ser Zelda.
Zelda passa um pouco ao lado disto tudo, quer por ter sido sempre em realtime (o que os RPG's nos últimos anos andam a procurar, não ter level-up); e acima de tudo... não fazer o jogador sentir que é um jogo para putos, o link não fala por uma boa razão, é suposto ser ele a ligação do jogador ao jogo, e como tal, qualquer coisa que fizesse ou dissesse... que não soasse bem, bom, era um ponto de dissidência.
Nem todos os RPG's podem seguir esta via, no entanto; mas alguns fizeram e bem, no passado.
(peço desculpa pelo reply grande)