Korben_Dallas
Zwame Advisor
Se pensam que a Sega nasceu no Japão, então, deixem que vos digamos, estão completamente enganados.
As origens da empresa remontam a uma outra de Honolulu – Standard Games – formada em 1940.
Só quarenta e um ano depois, os fundadores decidiram mudar-se de malas e bagagens para Tóquio, onde nasce em 1952 a Service Games of Japan, mais conhecida como Sega.
Nos primeiros tempos, os rapazes dedicavam-se apenas ao fornecimento de máquinas de arcadas para os soldados norte-americanos estacionados no Japão. Mas, logo o negócio alargou os horizontes a toda a Ásia e Europa.
Em 1965, a Sega funde-se com a Rosen Enterprises, Inc, uma empresa de um norte-americano, que se dedicava tanto a arcadas como a gabinetes de fotografia instantânea.
Do negócio nasce, um ano depois, Periscope, um simulador de submarinos, que depressa se torna um êxito a nível mundial. Em 1969, a empresa é vendida à Gulf & Western Industries, com o senhor Rosen a manter-se na cadeira de CEO.
INOVAÇÃO E MAIS INOVAÇÃO
A produção manteve a mesma linha, tendo proliferado ao longo dos anos seguintes. Inovar era preciso e, em 1983, foram introduzidas grandes novidades. A saber, o primeiro jogo em disco laser – Sega Astron Belt – o primeiro jogo em 3D – SubRoc-3D – e a primeira consola doméstica da Sega – a SG-1000. Isto tudo em território japonês.
Mas as coisas deram para o torto nos States e a Gulf & Western viu-se obrigada a vender a participação norte-americana à Bally Manufacturing Corp.
No Japão, porém, o negócio ia de vento em popa. É que em 1979, David Rosen comprara uma distribuidora nacional e, logo após o caos americano, juntou-se ao antigo proprietário desta e a outros investidores para comprar a parte nipónica da empresa.
Em 1984, a Sega Enterprises acaba por ser adquirida por uma sociedade formada pelo lado japonês da sociedade e a CSK. Nasce, assim, a Sega Enterprises Ltd, uma empresa absolutamente nipónica.
CONSOLAS
Com o mercado japonês em alta, a Sega aposta em 1987 na Master System, uma consola doméstica que pretende responder à NES da Nintendo lançada um ano antes. Isto depois de algumas máquinas menos bem sucedidas. E parece que a concorrência chegou tarde demais.
O mega-sucesso de Super Mario Bros e a fidelidade dos estúdios a Nintendo fizeram da vida da Master System um pesadelo. Isto apesar da máquina até ter sido considerada superior e recebido grandes jogos como Phantasy Star, Outrun e Wonderboy.
Perante a triste vida da Master System, a Sega reata a ligação com a Coleco – para a qual tinha criado algum software – e lança uma máquina para emular jogos de arcadas. É com base nesta engenhoca que nasce, em 1988 no Japão, a MegaDrive, uma consola com uma processador de 16 bits e um som revolucionário.
Infelizmente, a máquina não se safa em território nipónico, o que obriga a Sega a virar-se novamente para os States. E, desta, a coisa resulta em cheio.
Baptizada Sega Genesis, a consola vem acompanhada com a conversão do popular Altered Beast das arcadas.
Estamos em 1989, e títulos como John Madden Football, NHL e NBA conseguem eclipsar o sucesso Nintendo, pelo menos durante algum tempo. Na Europa, a consola domina o mercado, sem qualquer sombra da concorrência.
ERA UMA VEZ UM OURIÇO
Atingida a popularidade no hardware, a empresa pensa numa mascote, que faça frente a Mario. A missão é entregue aos designers Naoto Oshima e Yuji Naka, a quem é exigida uma personagem acessível mas cool, que consiga apelar a gamers de todas as idades. O resultado é Sonic, um coelho capaz de saltar e atirar objectos. Nem mais, o bichinho azul começou por ser um coelho.
Mas a segunda característica revelou-se muito complicada, acabando por ser retirada. Só, mais tarde, Naka-san entendeu que o roedor não era lá muito prático para as plataformas e o transformou no ouriço mais veloz de todos os tempos.
O primeiro jogo de Sonic - Sonic The Hedgehog - sai em 1991, vendendo mais de um milhão de cópias. As expectativas da Sega tinham sido superadas. O ouriço é rápido, colorido, agrada aos jogadores. Na verdade, um ano depois, segundo um estudo, consegue ultrapassar Mario em popularidade, derrotando mesmo Mickey Mouse. Tinha nascido um mito!
O segundo título da série, então, é lançado com pompa e circunstância graças a uma campanha publicitária de arromba, a nível mundial. Vinte e quatro de Novembro de 1992 fica mesmo conhecido como o Dia de Sonic 2.
SEGA DE BOLSO
Entretanto, a Nintendo fizera nascer o Game Boy. As portáteis deixam, de súbito, de abrigar um só jogo, para se tornarem verdadeiras consolas. A Sega não quis ficar à margem e lança a Game Gear, em 1993. Trata-se de um sistema com um ecrã colorido, um processador mais rápido que o do GB e ainda por cima a um preço bastante razoável.
O único senão é a curta longevidade das pilhas que, acompanhado pela super-máquina de marketing Nintendo acaba por ditar o fim da portátil.
A empresa ainda apostou num substituto baseado na MegaDrive – Sega Nomad – mas o seu consumo astronómico de energia condenou-o a um triste fim.
Hoje, a máquina é uma das mais procuradas entre os coleccionadores de memorabilia Sega.
Apesar do sucesso da MegaDrive, os dias felizes da Sega no mercado das consolas são assombrados pelo lançamento da Super Nintendo, em 1992. Numa atitude desesperada, a empresa aposta numa série de periféricos para a sua máquina.
O primeiro deles é o Sega CD, um upgrade que inclui o suporte para, como o nome indica, CDs e ainda melhorias sonoras, que o colocam neste campo a par da recém-nascida consola Nintendo.
Mas a coisa não corre pelo melhor, até porque os jogos são basicamente cópias dos da MegaDrive, só que com som melhorado. Esquecida a Sega CD, a rapaziada tenta o tudo por tudo com a 32X, um periférico que desta feita melhora a qualidade gráfica.
É por esta altura que começam a ser anunciados os planos da Nintendo e da Sony quanto a futuras consolas. Assim sendo, a Sega decide parar para pensar numa máquina mais potente.
O resultado é a Sega Saturn, que chega aos Estados Unidos em 1995.
Só que a 32 bits passa dias e dias sem um único jogo à venda e o preço elevado também não ajuda nada ao sucesso.
Mesmo assim, consta que Sony, Sega e Nintendo dividiram o mercado norte-americano em partes iguais, durante algum tempo. Isto porque depois de uma baixa de preço, a Saturn começou a vender bastante bem e jogos como Daytona USA e Panzer Dragoon também marcaram a viragem.
Apesar de tudo, os críticos americanos nunca simpatizaram muito com a máquina, condenando-a a uma morte já anunciada em 1997. No Japão, no entanto, a consola continua à venda até 1999.
A Sega fica, entretanto, indecisa entre manter o apoio a um sistema bem-sucedido em território nipónico e criar uma máquina do zero.
Na verdade, a segunda hipótese já estava há algum tempo em estudo, tendo mesmo gerado uma competição entre os designers americanos e japoneses.
Os primeiros apostavam em algo cujo nome de código era Black Belt, enquanto que os segundos ripostavam com outro estranho nome de Katana. E foram mesmo os nipónicos a vencer, mas felizmente a consola chegou ao mercado, em 1998, baptizada Dreamcast.
Nascia a primeira 128 bits! Aos States, a máquina chega um ano depois, fazendo um sucesso relativo. Gráficos melhorados, jogos de qualidade e ligação à Internet contribuem para as vendas, que mesmo assim não atingem os níveis esperados.
Convém lembrar que é nesta altura que surgem grandes títulos como Chu-Chu Rocket, o primeiro vídeojogo online para consola e Phantasy Star Online, a estreia do género no departamento dos RPGs.
Mas ainda não era desta que a Sega conseguia suplantar a Sony, que lança a PlayStation2 e consegue dominar o mercado, num abrir e fechar de olhos.
Confrontada com tal concorrência, a empresa decide abandonar o hardware e dedicar-se a cem por cento ao software. Estamos em 2001 e a tomada de posição causa uma das maiores confusões noticiosas da história dos vídeojogos.
Passado o tumulto, a Sega anuncia grandes bombas. Entre elas, Virtua Fighter 4 que, depois das arcadas, tem como destino exclusivo a rival 128 bits Sony. E convém lembrar que a série foi criada em 1993 por Yu Suzuki, inaugurando a era dos beat’em ups 3D.
Para além da PS2, a empresa tem vindo a fornecer jogos às outras mega-consolas. Phantasy Star Online, por exemplo, está previsto para GameCube e Xbox. Panzer Dragoon para a 128 bits Microsoft tem deixado meio mundo ansioso. Sonic estreou-se nas consolas Nintendo e talvez até dê um salto à caixa X.
Que mais poderá acontecer para os lados da Sega? Será que ainda vêm por aí mais uma consola? Pouco provável... Os fãs que se contentem com os jogos que, por sinal, são dos melhores do mundo!
fonte: gameover.pt
artigo original
As origens da empresa remontam a uma outra de Honolulu – Standard Games – formada em 1940.
Só quarenta e um ano depois, os fundadores decidiram mudar-se de malas e bagagens para Tóquio, onde nasce em 1952 a Service Games of Japan, mais conhecida como Sega.
Nos primeiros tempos, os rapazes dedicavam-se apenas ao fornecimento de máquinas de arcadas para os soldados norte-americanos estacionados no Japão. Mas, logo o negócio alargou os horizontes a toda a Ásia e Europa.
Em 1965, a Sega funde-se com a Rosen Enterprises, Inc, uma empresa de um norte-americano, que se dedicava tanto a arcadas como a gabinetes de fotografia instantânea.
Do negócio nasce, um ano depois, Periscope, um simulador de submarinos, que depressa se torna um êxito a nível mundial. Em 1969, a empresa é vendida à Gulf & Western Industries, com o senhor Rosen a manter-se na cadeira de CEO.
INOVAÇÃO E MAIS INOVAÇÃO
A produção manteve a mesma linha, tendo proliferado ao longo dos anos seguintes. Inovar era preciso e, em 1983, foram introduzidas grandes novidades. A saber, o primeiro jogo em disco laser – Sega Astron Belt – o primeiro jogo em 3D – SubRoc-3D – e a primeira consola doméstica da Sega – a SG-1000. Isto tudo em território japonês.
Mas as coisas deram para o torto nos States e a Gulf & Western viu-se obrigada a vender a participação norte-americana à Bally Manufacturing Corp.
No Japão, porém, o negócio ia de vento em popa. É que em 1979, David Rosen comprara uma distribuidora nacional e, logo após o caos americano, juntou-se ao antigo proprietário desta e a outros investidores para comprar a parte nipónica da empresa.
Em 1984, a Sega Enterprises acaba por ser adquirida por uma sociedade formada pelo lado japonês da sociedade e a CSK. Nasce, assim, a Sega Enterprises Ltd, uma empresa absolutamente nipónica.
CONSOLAS
Com o mercado japonês em alta, a Sega aposta em 1987 na Master System, uma consola doméstica que pretende responder à NES da Nintendo lançada um ano antes. Isto depois de algumas máquinas menos bem sucedidas. E parece que a concorrência chegou tarde demais.
O mega-sucesso de Super Mario Bros e a fidelidade dos estúdios a Nintendo fizeram da vida da Master System um pesadelo. Isto apesar da máquina até ter sido considerada superior e recebido grandes jogos como Phantasy Star, Outrun e Wonderboy.
Perante a triste vida da Master System, a Sega reata a ligação com a Coleco – para a qual tinha criado algum software – e lança uma máquina para emular jogos de arcadas. É com base nesta engenhoca que nasce, em 1988 no Japão, a MegaDrive, uma consola com uma processador de 16 bits e um som revolucionário.
Infelizmente, a máquina não se safa em território nipónico, o que obriga a Sega a virar-se novamente para os States. E, desta, a coisa resulta em cheio.
Baptizada Sega Genesis, a consola vem acompanhada com a conversão do popular Altered Beast das arcadas.
Estamos em 1989, e títulos como John Madden Football, NHL e NBA conseguem eclipsar o sucesso Nintendo, pelo menos durante algum tempo. Na Europa, a consola domina o mercado, sem qualquer sombra da concorrência.
ERA UMA VEZ UM OURIÇO
Atingida a popularidade no hardware, a empresa pensa numa mascote, que faça frente a Mario. A missão é entregue aos designers Naoto Oshima e Yuji Naka, a quem é exigida uma personagem acessível mas cool, que consiga apelar a gamers de todas as idades. O resultado é Sonic, um coelho capaz de saltar e atirar objectos. Nem mais, o bichinho azul começou por ser um coelho.
Mas a segunda característica revelou-se muito complicada, acabando por ser retirada. Só, mais tarde, Naka-san entendeu que o roedor não era lá muito prático para as plataformas e o transformou no ouriço mais veloz de todos os tempos.
O primeiro jogo de Sonic - Sonic The Hedgehog - sai em 1991, vendendo mais de um milhão de cópias. As expectativas da Sega tinham sido superadas. O ouriço é rápido, colorido, agrada aos jogadores. Na verdade, um ano depois, segundo um estudo, consegue ultrapassar Mario em popularidade, derrotando mesmo Mickey Mouse. Tinha nascido um mito!
O segundo título da série, então, é lançado com pompa e circunstância graças a uma campanha publicitária de arromba, a nível mundial. Vinte e quatro de Novembro de 1992 fica mesmo conhecido como o Dia de Sonic 2.
SEGA DE BOLSO
Entretanto, a Nintendo fizera nascer o Game Boy. As portáteis deixam, de súbito, de abrigar um só jogo, para se tornarem verdadeiras consolas. A Sega não quis ficar à margem e lança a Game Gear, em 1993. Trata-se de um sistema com um ecrã colorido, um processador mais rápido que o do GB e ainda por cima a um preço bastante razoável.
O único senão é a curta longevidade das pilhas que, acompanhado pela super-máquina de marketing Nintendo acaba por ditar o fim da portátil.
A empresa ainda apostou num substituto baseado na MegaDrive – Sega Nomad – mas o seu consumo astronómico de energia condenou-o a um triste fim.
Hoje, a máquina é uma das mais procuradas entre os coleccionadores de memorabilia Sega.
Apesar do sucesso da MegaDrive, os dias felizes da Sega no mercado das consolas são assombrados pelo lançamento da Super Nintendo, em 1992. Numa atitude desesperada, a empresa aposta numa série de periféricos para a sua máquina.
O primeiro deles é o Sega CD, um upgrade que inclui o suporte para, como o nome indica, CDs e ainda melhorias sonoras, que o colocam neste campo a par da recém-nascida consola Nintendo.
Mas a coisa não corre pelo melhor, até porque os jogos são basicamente cópias dos da MegaDrive, só que com som melhorado. Esquecida a Sega CD, a rapaziada tenta o tudo por tudo com a 32X, um periférico que desta feita melhora a qualidade gráfica.
É por esta altura que começam a ser anunciados os planos da Nintendo e da Sony quanto a futuras consolas. Assim sendo, a Sega decide parar para pensar numa máquina mais potente.
O resultado é a Sega Saturn, que chega aos Estados Unidos em 1995.
Só que a 32 bits passa dias e dias sem um único jogo à venda e o preço elevado também não ajuda nada ao sucesso.
Mesmo assim, consta que Sony, Sega e Nintendo dividiram o mercado norte-americano em partes iguais, durante algum tempo. Isto porque depois de uma baixa de preço, a Saturn começou a vender bastante bem e jogos como Daytona USA e Panzer Dragoon também marcaram a viragem.
Apesar de tudo, os críticos americanos nunca simpatizaram muito com a máquina, condenando-a a uma morte já anunciada em 1997. No Japão, no entanto, a consola continua à venda até 1999.
A Sega fica, entretanto, indecisa entre manter o apoio a um sistema bem-sucedido em território nipónico e criar uma máquina do zero.
Na verdade, a segunda hipótese já estava há algum tempo em estudo, tendo mesmo gerado uma competição entre os designers americanos e japoneses.
Os primeiros apostavam em algo cujo nome de código era Black Belt, enquanto que os segundos ripostavam com outro estranho nome de Katana. E foram mesmo os nipónicos a vencer, mas felizmente a consola chegou ao mercado, em 1998, baptizada Dreamcast.
Nascia a primeira 128 bits! Aos States, a máquina chega um ano depois, fazendo um sucesso relativo. Gráficos melhorados, jogos de qualidade e ligação à Internet contribuem para as vendas, que mesmo assim não atingem os níveis esperados.
Convém lembrar que é nesta altura que surgem grandes títulos como Chu-Chu Rocket, o primeiro vídeojogo online para consola e Phantasy Star Online, a estreia do género no departamento dos RPGs.
Mas ainda não era desta que a Sega conseguia suplantar a Sony, que lança a PlayStation2 e consegue dominar o mercado, num abrir e fechar de olhos.
Confrontada com tal concorrência, a empresa decide abandonar o hardware e dedicar-se a cem por cento ao software. Estamos em 2001 e a tomada de posição causa uma das maiores confusões noticiosas da história dos vídeojogos.
Passado o tumulto, a Sega anuncia grandes bombas. Entre elas, Virtua Fighter 4 que, depois das arcadas, tem como destino exclusivo a rival 128 bits Sony. E convém lembrar que a série foi criada em 1993 por Yu Suzuki, inaugurando a era dos beat’em ups 3D.
Para além da PS2, a empresa tem vindo a fornecer jogos às outras mega-consolas. Phantasy Star Online, por exemplo, está previsto para GameCube e Xbox. Panzer Dragoon para a 128 bits Microsoft tem deixado meio mundo ansioso. Sonic estreou-se nas consolas Nintendo e talvez até dê um salto à caixa X.
Que mais poderá acontecer para os lados da Sega? Será que ainda vêm por aí mais uma consola? Pouco provável... Os fãs que se contentem com os jogos que, por sinal, são dos melhores do mundo!
fonte: gameover.pt
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