Presidente da RTP diz que dois novos canais privados na TDT “é pouco”
Gonçalo Reis diz que lançar dois canais privados na TDT "é pouco" porque Portugal é o país "mais pobre da Europa" em diversidade de oferta
O presidente da RTP, Gonçalo Reis, afirmou hoje que o lançamento de dois novos canais privados na televisão digital terrestre (TDT) “é pouco”, porque Portugal é o país “mais pobre da Europa” em diversidade de oferta nesta plataforma.
Gonçalo Reis falava no debate Estado da Nação dos Media, no âmbito do 28.º Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, no qual marcaram presença o presidente da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, e o diretor regional da Google, Bernardo Correia.
Das televisões generalistas, a TVI (Media Capital) foi a única ausente do debate.
Questionado sobre se o lançamento de dois canais privados na TDT era suficiente, o presidente da RTP disse: “Acho que é pouco, somos o mais pobre da Europa na TDT, acho que devia haver mais”.
No final do debate, quando questionado pelos jornalistas sobre a taxa de contribuição audiovisual (CAV), o gestor explicou que “o tema está estabilizado”, recordando que “nos últimos anos” a RTP tem “vindo a prestar serviço público” e ainda “serviços adicionais” com “os recursos atuais”.
Na lei está previsto o aumento da CAV segundo a inflação, o que não tem acontecido.
“Não se coloca o tema de curto prazo, é tema que está previsto na lei e tem a ver com sustentabilidade a médio prazo, não é desejo para o ano A ou B, é uma questão de médio prazo, enquadramento e sustentabilidade”, acrescentou.
Relativamente aos precários, “o comportamento da RTP tem sido exemplar”, assegurou.
“Estamos a colaborar com este objetivo de diminuir a precariedade”, disse o presidente da RTP.
Gonçalo Reis adiantou que a cabe agora à Comissão de Avaliação Bilateral decidir, depois do levantamento feito, e, “uma vez feita essa homologação, a RTP procederá à integração”.
Aludindo à “contratação do ano” na televisão, ou seja, a passagem da apresentadora Cristina Ferreira da TVI para a SIC, Gonçalo Reis foi questionado, durante o debate, como é que a estação pública encara este tipo de contratações.
“Não faz sentido” a RTP apostar nisso, declarou, acrescentando que a estação pública tem “obrigações mais alargadas” e que a RTP não tem problemas de atratividade.
“Apesar do momento que marcou o verão, recebo telefonemas” de pessoas interessadas em colaborar na RTP, assinalou.
Sobre a contratação de Cristina Ferreira, Francisco Pedro Balsemão disse que não foi encontrado “nenhum poço de petróleo em Carnaxide e Paço de Arcos” e que a Impresa não iria “entrar em loucuras em termos de orçamento”. “[Tratou-se de] fazer uma aposta como se estivéssemos a comprar os direitos de uma Liga Europa”, afirmou, sublinhando, logo de seguida, que o valor “é mais barato”.
Segundo Francisco Pedro Balsemão, foi feita uma análise custo/benefício e que Cristina Ferreira é um produto multiplataforma (estratégia do grupo) que vai “trazer retorno” à Impresa.
Fonte:
https://www.dinheirovivo.pt/economia/goncalo-reis-diz-que-dois-novos-canais-privados-na-tdt-e-pouco/
Impresa diz que processo de lançamento de 2 canais privados na TDT é "demasiado vago e bizarro"
O presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, afirmou hoje que o processo como foi lançado a atribuição de dois canais privados na televisão digital terrestre (TDT) é "demasiado vago e bizarro".
Francisco Pedro Balsemão falava aos jornalistas à margem do Estado da Nação dos Media, no âmbito do 28.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que arrancou hoje e termina na quinta-feira em Lisboa.
"A minha opinião é que a forma como o processo foi lançado é demasiado vago e privado", considerou o gestor.
Em 04 de setembro, o Governo enviou para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) os regulamentos e cadernos de encargos dos concursos para a atribuição de duas novas licenças aos operadores privados na Televisão Digital Terrestre (TDT), do qual o regulador tem de dar parecer até à próxima semana.
O presidente executivo da Impresa, dona da SIC, recordou que o grupo só teve acesso ao comunicado do ministério da Cultura, salientando que desconhece qualquer outro tipo de informação.
"Não me posso pronunciar mais do que está exposto", apenas sobre a informação de que vai ser aberto um concurso para novos canais e que a tipologia escolhida é desporto e informação mediante "quatro critérios", prosseguiu.
"A capacidade dos operadores" em oferecer aquelas tipologias, "e é esse critério que achamos o mais bizarro" porque "quem melhor que os próprios operadores" para saberem isso, continuou Francisco Pedro Balsemão, salientando que gostaria de saber "quem é entidade externa que vai avaliar" as televisões.
Isso "deixa-nos surpreendidos e preocupados", sublinhou o gestor.
Francisco Pedro Balsemão adiantou que na plataforma de televisão gratuita TDT já há oferta de um canal informativo, a RTP3, sem contar que todos os restantes canais têm programas de informação.
Sobre a apetência e capacidade dos consumidores em usufruir dos novos canais, o gestor disse não entender.
"Desconheço o que está por trás" desta decisão, sendo que também é preciso saber "qual o modelo de negócio".
"Os critérios carecem de densificação, as condições não sei quais são", apontou.
Além disso, é preciso saber qual o custo de ocupação do espectro, disse, considerando que "dificilmente alguém conseguirá fazer disso algo rentável".
"Aguardamos as condições para ver se há aqui alguma boa surpresa na redução de valores e se temos condições para nos candidatarmos", acrescentou.
Recordo que a RTP, por cada canal na TDT, "paga menos que a SIC e a TVI" e que a Impresa fez um pedido ao regulador das comunicações Anacom "há alguns meses" para "reduzir o valor" que paga pela SIC na plataforma gratuita para "no mínimo igual aos da RTP".
Em 23 de junho de 2016, o Conselho de Ministros aprovou o alargamento da oferta da TDT em Portugal, o que previa dois canais da RTP sem publicidade e outros dois reservados para os privados, estes últimos atribuídos mediante concurso.
As emissões da RTP3 e da RTP Memória na TDT arrancaram em 01 de dezembro de 2016, passando a oferta de televisão em sinal aberto (gratuita) a ser composta pela RTP1, RTP2, SIC, TVI, RTP3, RTP Memória e ainda o canal parlamento (AR TV).
O debate do Estado da Nação dos Media não contou este ano com a presença da Media Capital.
Fonte:
https://www.dn.pt/lusa/interior/imp...a-tdt-e-demasiado-vago-e-bizarro-9913277.html