Técnico vs Licenciados

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Que visão tão limitada credo.
Professores incompetentes na faculdade? Bem, então deve ser a minha faculdade que é realmente muito boa! É que todos os meus professores sabem, mas sabem bem, o que estão a dizer, e tambem sabem ensinar.


Este tópico tá todo uma bela comédia... só o quote inicial faz-me rebolar no chão a rir.

É que pérolas do género saem frequentemente, mas da boca de leigos, coisas do tipo: "Ah agora andas em Engenharia Informática já me podes arranjar o computador", "Tu que andas em engenharia informática, ajuda-me aqui a instalar o antivirus", "Quando acabares o curso, vais montar a tua lojinha né?".
Mas estamos num forum de tecnologias/informática, coisas dessas era suposto não aparecerem aqui.


Para aí 95% do que se aprende numa LEI são coisas que um utilizador comum nem sequer sabe que existem.

Nota-se que não tens prestado atenção à minha forma de escrita.

Eu não me referi a todos os professores universitários, mas que, na área da informática, existem uns quantos que só dão aulas porque é assim que lhes pagam para investigarem, ai podes ter a certeza absoluta que existem, quando um "professor" vira-se para os alunos e diz "Eu só estou aqui porque me obrigaram, o que eu queria era estar a investigar e não aturar-vos" começa-se a compreender um pouco sobre a realidade de certos cursos superiores.

Como, em todo o sitio, é uma questão de tachos e reputação, uma boa mistura de ambos, as faculdades convidam pessoal que publicou X artigos (uma grande falha do actual sistema de progressão de carreira universitária onde os professores são avaliados pelos projectos que apresentam do que, propriamente, pela sua qualidade como professores) e ficamos a ter aulas de pessoal que pode ser a coisa mais brilhante à face da terra, quando chega a ensinar em si, bolha!

Eu "sei" disto pois já estive em ambos os lados da equação, tenho o maio grau de formação que um técnico pode obter em Portugal, nível IV, equiparado ao antigo Bacharel, e também passei uns bons anitos numa faculdade publica num dos maiores cursos da área.


Outra grande questão é... a utilidade, será que 5 anos de formação (tipos com um minor não passam de bacharel com um nome diferente, até a própria designação são soa bem... "minor") serão mesmo mais importantes do que... 1? (Refiro-me à diferença de anos em relação ao 12º, embora, tecnicamente, um técnico de informática, tenha tido 3/4 anos de formação... mas, 3 cadeiras que se fazem com uma perna ás costas não contam propriamente como formação, prefiro contar o único ano "a sério", o do nível IV.

Na minha opinião é conforme os cursos e o tipo de conhecimentos e especialização que os técnicos decidem obter. Sim, eu conheço essa lenga-lenga "Os Engenheiros desenvolvem as ferramentas que os técnicos aprendem a usar, agora a questão é... quantos é que realmente fazem juz a essa "estoria"? Quantos Engenheiros é que andam por ai a desenvolver redes, sistemas e afins? E quantos é que andam a trabalhar numa loja de informática, num serviço de help-desk ou a gerir uma rede informática que um tipo com uma formação de 6 meses (MCSA) faz de olhos fechados e, obviamente, melhor do que o Engenheiro?


É muito bonito falarem em questões teóricas... mas também há que ver as aplicações praticas.
É mais que óbvio que todos deviam formar-se no ensino superior, estamos num pais que só olha a títulos!
 
Posso estar redondamente enganado, mas Engenheiro não é um título profissional que se adquire com a inscrição na Ordem dos Engenheiros? Isto é, não basta ser licenciado em Engenharia de qualquer-coisa, é preciso ser aceite na Ordem. O mesmo com os médicos, arquitectos, advogados.... O que eu vejo, de facto, é muita procura de licenciados em engenharia informática, não necessariamente de engenheiros informáticos.
Não, estás certo

Formalmente só é Engenheiro quem é membro da ordem dos Engenheiros. Podes tirar uma licenciatura em papas de sarrabulho e depois fazer o exame da Ordem e és Engenheiro. Ou podes tirar um curso de Engenharia reconhecido pela Ordem e és quase automaticamente Engenheiro.

Na prática isto não tem qualquer interesse.
 
Posso estar redondamente enganado, mas Engenheiro não é um título profissional que se adquire com a inscrição na Ordem dos Engenheiros? Isto é, não basta ser licenciado em Engenharia de qualquer-coisa, é preciso ser aceite na Ordem. O mesmo com os médicos, arquitectos, advogados.... O que eu vejo, de facto, é muita procura de licenciados em engenharia informática, não necessariamente de engenheiros informáticos.

Sim, tens que estar inscrito na ordem.

A ordem não reconhece todos os cursos de engenharia informatica, aliás quando saí da universidade os unicos cursos na altura reconhecidos pela ordem eram o de LESI na UM, O da FEUP (electronica e e computadores) e o do IST se não me engano, nos dias de hoje não sei ...
 
Na prática isto não tem qualquer interesse.

Sim, basicamente um licenciado em Engenharia não precisa de fazer um exame na Ordem (no caso de cursos acreditados estágio) para se sentir de um momento para o outro "iluminado" e começar a exercer a sua profissão. Já trabalhei com pessoas "ao lado" acreditadas pela Ordem... o trabalho realizado, as condições e a remuneração eram iguais.

Deve ter interesse ao fim do mês, ou não?

não
 
Deve ter interesse ao fim do mês, ou não?
Não, não tem

Tirando alguns trabalhos de Engenharia que requerem ser mesmo membro da Ordem (Civil e quem tenha Engs com assinatura de projectos) o que realmente tem valor é vires duma escola prestigiada e claro o teu mérito e tudo mais.

Ser membro da Ordem é quase tão útil como ser membro da confraria do Caldo Verde
 
Offtopic: e mesmo para os Civis vai deixar de ter grande importância, é que os projectos vão ter de passar a ser assinados por Arquitectos (isto sim vai ser uma autêntica guerra :).

Acabei o offtopic, voltemos à discussão!
 
Offtopic: e mesmo para os Civis vai deixar de ter grande importância, é que os projectos vão ter de passar a ser assinados por Arquitectos (isto sim vai ser uma autêntica guerra :).

Acabei o offtopic, voltemos à discussão!
Para o pessoal freelancer é capaz de trazer alguns problemas, desvalorizar um pouco o trabalho deles, mesmo assim tenho as minhas dúvidas. Mas não conheço bem esse ramo.

Para as empresas/escritórios/afins é igual ao litro. Há sempre um Master Engineer que assina tudo e quem realmente faz os projectos não é membro de coisa nenhuma.
 
Ser membro da Ordem é quase tão útil como ser membro da confraria do Caldo Verde
Deve ter alguma utilidade, caso contrário os engenheiros não a tinham criado e mantido desde há 70 anos.

Esta discussão lembra-me discussões antigas e perfeitamente inúteis sobre licenciados vs bacharéis, formação teórica vs formação prática, X vs Y. São níveis de formação indispensáveis à sociedade e à forma como esta está, hoje, organizada. Se um sabe fazer o trabalho de outro, tanto melhor, só o valoriza profissionalmente. A postura de "isso não é trabalho para mim, olha lá bem para os meus galões!" faz-me muitas cócegas :-)
 
Não, não tem mesmo grande utilidade tirando os casos das pessoas que assinam projectos 8sendo os Engs Civis a maioria esmagadora) e tem que ser membros da Ordem para o fazer (ou seja é estilo carta de condução, arranjas uma e segues com a tua vida) devido a exigência regulamentar.

Ser membro da Ordem é uma completa não questão. Ninguém te pergunta por isso, ninguém quer saber disso, isso não garante nem deixa de garantir nada.

Quem às vezes faz publicidade a isso são faculdades manhosas (e manhosas não quer dizer más, quer dizer recentes, menos conhecidas, etc....) que se fazem valer disso para dizerem que também são uma Escola de Engenharia a sério como as escolas tradicionais do País (o IST, a FEUP, etc....).

Depois existem outras questões mais dentro da classe como o facto da Ordem ser muito virada para a Engenharia Civil (como tendência dos membros reais) o que só serve para alienar os outros Engenheiros que em primeiro lugar já não tem grande coisa a ganhar em serem membros da Ordem...
 
Li os tópicos todos e vou dar a minha opinião, sendo eu um "Técnico de Metrologia" (pois... para quem não sabia, não há só técnicos de informática :))

Tirei 1 curso de formação profissional de 1 ano e meio depois de ter concluído o 12º ano. Nesse curso havia um engenheiro que era formador e que dizia a diferença entre quem ia para a universidade e quem não ia era que os 1ºs tinham exercitado o cérebro durante mais tempo, uma vez que daquilo que tinham aprendido de pouco lhes ia servir na prática.

Ao fim de 6 anos de trabalho posso dizer que concordo com ele, pelo menos no que respeita à minha área. (metrologia/moldes para a industria de plásticos) Já trabalhei com vários engenheiros de várias cursos e até agora classifiquei 3 tipos.
1 - O Engenheiro. Escuta quem já está à mais tempo neste trabalho tentando aprender o máximo possivel. É uma pessoa dinâmica e tenta tirar o máximo de produtividade do trabalho.
2 - O marrão... saiu da universidade mas pensa que ainda lá está. Acaba por teorizar demasiado o trabalho e perde-se naquilo que está a fazer. Nunca chega a ser uma mais valia para a empresa e geralmente não duram mais do que 2 anos.
3 - O "esperto"... este já sabe tudo. Como já sabe tudo não aceita que o ensinem uma vez que... já sabe tudo. Acaba por passar de engenheiro a ignorante.

Felizmente encontrei mais dos primeiros. :)

Concluindo.
Quem ter sucesso na vida profissional tem de estar em constante aprendizagem e trabalhar muito, sendo engenheiro ou não...

Isto claro para quem tenta subir à conta do seu próprio esforço. Em relação a "tachos"... prefiro não falar.
 
Última edição:
Posso estar redondamente enganado, mas Engenheiro não é um título profissional que se adquire com a inscrição na Ordem dos Engenheiros? Isto é, não basta ser licenciado em Engenharia de qualquer-coisa, é preciso ser aceite na Ordem. O mesmo com os médicos, arquitectos, advogados.... O que eu vejo, de facto, é muita procura de licenciados em engenharia informática, não necessariamente de engenheiros informáticos.

Isso leva a outra questão, um tipo é engenheiro de algo porque faz jus ao nome? (Google a origem de engenharia e compreendem a o que me refiro) ou o é porque pertence a uma "ordem"? Sim, os que pertencem à ordem intitulam-se Sr. Eng.... mas, já agora, será que existem barreiras legais à forma como os títulos são empregues ou um formado em engenharia de qualquer coisa que não esteja "inserida" na ordem dos Engenheiros pode muito bem por "Sr. Eng." na sua conta bancária (e ganhar com isso, true story, foi o que uma gestora da CGD me disse, que eles ordenam os seus clientes por títulos)?

E quem dita o que é uma engenharia é ou não é?

Será que o pessoal que teve uma formação em Engenharia de Sistemas fora da faculdade (um MCSE + CCNE, Microsoft Certified Systems Engineer + Cisco Certified Network Engineer, ambas as formações especializadas numa respectiva área ou, até mesmo, com apenas um CCNE ou MCSE) tem "direito", diga-se, a ser intitulado um Engenheiro? A descrição corresponde, é alguém plenamente qualificado a para planear, desenvolver, aplicar (algo que estas certificações são bem interessantes é que aqui ninguém dá o "E" ao tipo que faz os exames de planeamento e afins, tem que, primeiro, passar pelos graus mais baixos antes de chegar ao "topo", a titulo de exemplo, um MCSE também é um MCST - Microsoft Certified Suport Technician... yap, Help-Desk) reparar, expandir, ergo, melhorar tudo o que se relaciona com a área em que é "formado"?

Ou os Engenheiros são apenas aqueles que passaram por um curso superior?
Existem algum impedimento legal, em Portugal, para serem considerados Engenheiros? Além do pormenor de não poderem assinar contractos? Isto é... em teoria.


Honestamente detesto a designação e quando o ser (sim, mais uma vez não me vou ficar por formações Cisco, Microsoft, possivelmente Red-Hat e um nível IV (CET)) penso apenas dar uso ao titulo em termos profissionais (erm, e vocês perguntam, mas afinal existe outra aplicação? Bem, quando um familiar vos manda uma carta com o titulo "Exma. Sra. Dr. Blabla"... e esse familiar é um primo vosso com o qual já construíram castelos de areia juntos.. a coisa torna-se preocupante.. ou quando o tipo da TelePizza se vira "ah e tal pizza para o Sr. Eng.", são aplicações, a meu ver... ridículas).

Resumindo, tirem uma licenciatura... ou emigrem.
 
Desculpa, mas não consegui perceber onde queres chegar com o teu post.

Quanto à parte das designações, tem lógica só terem direito ao titulo quem está na ordem, o mesmo com os Médicos. Pode ter tirado o curso e não estar na Ordem, mas também não pode exercer a profissão, logo, não é médico. E o mesmo com advogados e afins. Pena que não existe qualquer controlo em mais de 80% das Engenharias, quando tive a minha apresentação na FCTUNL (apresentação à faculdade na recepção ao caloiro), um professor disse no auditório que os Informáticos são os menos engenheiros e os de Civil são os mais engenheiros (isto falando sobre a Ordem e titulos, claro).

De facto o titulo que escolhi para a thread não foi de forma alguma uma boa ideia, o que deveria estar em discussão era Técnico vs Licenciado, mas vou já proceder a essa alteração ;)
 
Estou a acabar o meu curso de Engenharia Informática e sou da opinião que se os engenheiro informaticos soubessem fazer tudo para que é q serviriam os técnicos?? Saber instalar uma impressora, saber meter discos em raid, saber mudar uma calha com 300 cabos de rede la dentro, claro que os engenheiros sabem fazer, basta lerem sobre o assunto.
 
Honestamente detesto a designação e quando o ser (sim, mais uma vez não me vou ficar por formações Cisco, Microsoft, possivelmente Red-Hat e um nível IV (CET)) penso apenas dar uso ao titulo em termos profissionais (erm, e vocês perguntam, mas afinal existe outra aplicação? Bem, quando um familiar vos manda uma carta com o titulo "Exma. Sra. Dr. Blabla"... e esse familiar é um primo vosso com o qual já construíram castelos de areia juntos.. a coisa torna-se preocupante.. ou quando o tipo da TelePizza se vira "ah e tal pizza para o Sr. Eng.", são aplicações, a meu ver... ridículas).

De facto, em Portugal há muita caganeirice com os títulos académicos __fora__ do contexto académico. Temos sido um país com muito poucos doutores e engenheiros e os que existem fazem valer-se do título em contextos perfeitamente ridículos.
Este panorama tem vindo a modificar-se desde o 25 de Abril (o de 74) com a democratização do ensino. Penso que em mais uma ou duas gerações isto fica resolvido. É uma questão de tempo. Sou um optimista :-)
Entretanto, temos é de ir estudando. E quanto mais melhor.
 
gostei do post da rmarinheira

se alguem tem um curso de 5 anos (ou agora 3 não sei..)

tem mais que obrigação de realmente saber muito mais sobre muito mais
do que quem não o tem

pessoas dedicadas que usufruam dessa mesma "educação superior" é claro que representam uma mais valia para a empresa que outra pessoa sem essa formação não representa

e conseguindo fazer algo que os outros não façam automaticamente ganharão mais e terão funções hierarquicamente superiores

agora a pessoal que passou os 5 anos a brincar no curso e que na realidade profissionalmente é uma nulidade,
da mesma forma que há pessoal que passou 5 anos numa posição de tecnico e tb é uma nulidade

agora a aplicação pratica (Se assim se pode dizer ..) de um eng de informatica no mercado de trasbalho é variadissima, tal como é a de um tecnico de informatica

não se subestimem uns aos outros,
fazemos todos falta

se não existir um tecnico (vou a usar a designação mais comum) para resolver problemas de micro-informatica e instalar impressoras, o eng "programador" não terá ninguem para usar a aplicação e vice versa..
 
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