Trocar de sistemas MFT e DSLR por... Fuji?

Estive (estou) uns dias com um amigo que tem uma Fuji X-T10 com uma 18-55 2.8-4 e apesar de não ter andado a fotografar com a máquina dele, estive com ela na mão e testei um pouco o interface.

Uma coisa que reparei é que a máquina é bastante pesada (talvez tivesse a ver com a lente) e que sentia dificuldades em usar a máquina só com uma mão. A minha E-M10 anda apenas com primes, mas o handling da minha pareceu-me muito melhor, significativamente mais leve e muito mais fácil de segurar e operar com uma só mão. Achei que a X-T10 precisa de um Grip maior, algo que pode ter sido melhorado entretanto. Gostei bastante da quantidade e personalização de controlos da Fuji e da robustez da máquina, claramente superior à Olympus (não sei se não será superior à E-M5 III também, pelo menos o feeling).

No geral, ajudou a confirmar a opção que tomei de me manter no MFT. Andamos em locais com chuva a fotografar no exterior e eu andava sempre à rasca a tapar a máquina com a outra mão e ele andou sempre à vontade com a máquina à chuva. Claramente uma E-M5 III + 12-40 2.8 serão um combo excelente para estas situações.

Nas fotos que andei a tirar em alguns passeios, usei a máquina com um pouco mais de espírito critico do que o habitual e de facto a máquina satisfaz-me plenamente para fotografar objectos parados, o problema é mesmo o AF em movimento.

Entretanto já tenho o Flash (Godox TT350o), mas ainda não o testei quase nada. Consegui um usado mais mais de 1 ano de garantia e parece-me novo, não deve ter sido quase nada usado. O tamanho parece-me apropriado para a máquina, mas com flash já tenho de agarrar com as duas mãos na altura de fotografar, porque desiquilibra um pouco a máquina. A qualidade de construção parece-me muito boa, bem melhor do que o Yongnuo que tinha para a Nikon.
 
Bem, aproveito para deixar aqui o meu caminho que fiz há dois ou três anos atrás, com alguns pontos em comum. Fui durante mais de 20 anos, utilizador da Nikon. O meu setup era mais ou menos este:

Nikon D7000 + grip
Nikon 18-105
Sigma 12-24
Sigma 70-200(2.8
SB-800
Nikon 50 1.4
Nikon 35 2.0
Nikon 85 1.8
Teleconv. Sigma 1.4x

Tinha (e tenho ainda) uma FM2, uma Sigma 24mm/2.8, uma Nikon AI-S 55/2.8 Micro e um flash SB-24

Há muito que tinha deixado de fazer fotografia "planeada", o uso do material que passei a fazer é essencialmente para fotografia de família, desporto/dança/teatro, viagens e fotografia de rua no projecto Lisbon Cycle Chic.

Entretanto para um interrail que fizemos com os nossos 2 filhos mais velhos, comprei uma Sony RX100, e aí ficou o caldo entornado. No final do verão, altura em que sempre tiro mais fotografias, fui à procura de fotos nas pastas e apercebi-me que a Nikon passou vários meses quase sem sair do saco. Alguma coisa tinha de mudar.

Ficar só com a RX100 estava fora de questão, pois tinha sentido falta do "resto"... mas a verdade é que o peso e tamanho do material, era sempre um grande desincentivo ao seu uso. Comecei então a minha procura... ainda ponderei as Fuji, mas uns dias com uma XT20 deixaram-me muito desencantado. Olhei para a Sony A6500 e ainda pisquei o olho às full frame, mas não consegui justificar o investimento, e acabava por andar mais uma vez com vidro pesado! O universo MFT parecia cada vez mais a opção a seguir. E assim fiz:

Aproveitei umas promoções, e bastantes negócios nos classificados, e sem gastar quase dinheiro, troquei o que tinha por:

Panasonic G80 + Grip
Leica 8-18/2.8-4.0
Panasonic 35-100/2,8 II
Panasonic 100-300 II
Panasonic 20/1,7
Olympus 45mm /1.8

Optei por manter o material que referi antes, por questões sentimentais (FM2), de valor irrisório (Sigma 24) e a 55 micro e o flash consigo usar com a G80.

Cheguei a ter a 12-60, mas vendi-a pois a RX100 cobria esse range. Na altura aproveitei uma oportunidade e troquei a RX100 MkI pela MkIII.

Este setup manteve-se e tem sido muito versátil. Raramente ando com tudo, e de acordo com a situação, levo o que preciso num pequeno saco Lowepro Streetline, ou mesmo numa bolsa só para a máquina com lente (onde cabe sempre mais uma das primes se for preciso).

A RX100 MkIII entretanto foi à vida, pois cada vez a usava menos... A G80 + lente é compacta QB para a levar sempre que tinha vontade de levar uma máquina. Quando não tinha, o telemóvel fazia as vezes embora com resultados medíocres (Huawei P10 Lite). Com o dinheiro da venda da RX100, comprei um Xiaomi Mi9 - um salto enorme em relação ao P10 Lite, mas ainda assim aquém duma RX100. Mas o que perde em qualidade, ganha em conveniência: a melhor máquina do mundo é aquela que temos conosco quando precisamos de tirar uma fotografia. Por muito boa que a RX100 fosse, ficando em casa não servia de nada.

Mas neste momento estou a considerar arranjar um zoom rápido 12-35, 12-40 ou 12-60 para quando preciso de qualidade e versatilidade. E eventualmente arranjar um segundo corpo mais compacto (GX80 por exemplo), se aparecer uma boa oportunidade nos classificados. A ideia é poder ter 2 corpos para usar com duas lentes diferentes numa ou outra situação (principalmente quando fotografo o meu filho no rugby), e já agora, aproveito e fico com um corpo mais compacto para colmatar a falta que a RX100 faz :-P (isto é tramado, não é?) - com a 20/1.7 é pouco maior :P

Isto para dizer que para mim, MFT é o sweetspot entre qualidade e portabilidade.
 
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Obrigado pelo testemunho. De facto há muitas semelhanças entre o teu caso e o meu. Eu queria reduzir bastante o volume quando tinha a D5200, por isso nunca olhei para máquinas MFT mais gordinhas como a G80 e a verdade é que até hoje não senti falta do grip. Se trocares a G80 por uma GX9, ficas com um corpo bem compacto e possivelmente sem perder muito dinheiro (arranja-se vários negócios com a GX9 nos usados, muitas semi-novas, não sei muito bem porquê).

Também eu fiz um upgrade ao telemóvel recentemente e apesar de estar longe de ser um telemóvel com uma boa camera, já me permite tirar fotos aceitáveis para partilhar com família e amigos, o que reduziu um pouco as situações em que gostaria de levar a máquina comigo.

Já pensei se quando comprar a 12-40 2.8 mantenho a 17 1.8, mas depois de ter andado a passear e a E-M10 quer com a 45mm, quer com a 17mm caber confortavelmente no bolso do casaco, fico com vontade de manter a possibilidade de ter um kit mais compacto para usar no bolso, algo que a 12-40 não permitirá.

O meu amigo com a X-T10 que não conhece muitos modelos de máquinas, fez-me algumas perguntas sobre a E-M10, porque achou que era "realmente pequena". Obviamente que as primes contribuíram muito para essa ideia.
 
As primes MFT chegam a ser fofas até, de tão pequenas que são :)
Especialmente a 20mm 1.7 pancake e a 42.5mm 1.7 ou a oly 45mm 1.8 (como é possível uma 45mm - 90mm em equivalência, ser tão leve e compacta)...

Mesmo as "super lentes" (12-40 2.8, 35-100 2.8, 60mm 2.8 macro, a excelente 75mm 1.8, que foi a melhor lente que já tive em TODOS os sistemas que já usei...).

Não há mesmo dúvida que MFT é o melhor compromisso entre tamanho/peso e qualidade.
 
Só uma actualização em relação ao material que vendi no Ebay. Afinal cobraram-me mais taxas e cobram taxas sobre venda e sobre portes e depois ainda lhe adicionam o IVA às taxas. No final, feitas as contas todas cobraram-me em média cerca de 12% em taxas do Ebay+Paypal. As primeiras taxas que tinham sido cobradas apenas no momento da compra eram taxas só do Paypal (cerca de 3%).

É um mercado do Ebay tem acesso a muitos compradores, mas é preciso empolar os preços para não vender ao desbarato.
 
Eu tive uma GX80 e uma oly 45mm f1.8 e uma panny 25mm f1.7 pois queria experienciar o hype em torno deste sistema e até posso dizer que foi uma excelente experiência. Pequena, com eye e face-detection, excellent! Era por causa dessas features que eu queria a X-H1 ou a X-T3.
Porém, para a qualidade de imagem que eu queria era uma lástima. Basicamente lugares com pouca luz onde ISOs de >1000 era necessário. Na rua com ISOs de 200/400/800 tudo bem, expondo um pouco a direita para recuperar sombras onde necessário.
 
A questão é que para elementos estáticos muitas vezes não precisas de subir tanto o ISO porque o estabilizador do corpo permite velocidades de obturador mais baixas que qualquer outro sistema do mercado. Mas sim, esse é o principal calcanhar de Aquiles do MFT. Se fores para compactas avançadas com sensores de 1'' o problema ainda é maior, mas em 95% ou mais dos casos, para mim, isso não é relevante.

Para impressão em 10x15 (o que uso mais), o nível de grão aceitável é alto, bem maior do que quando se vê num ecrã com mais de 20''.

Tenho estado a usar a E-M10 com flash dentro de casa e os resultados são bons e isso cobre grande parte da minha necessidade em baixa luz.
 
Pois, a paranónia com imagens "perfeitas", faz esquecer o que é mais importante. E pessoalmente, nem todo o ruído na imagem é igual: Foi algo que sempre gostei na Nikon durante muitos anos face à Canon... As Nikon que tive (D70, D80 e D7000) tinham um grão mais natural do que as Canon equivalentes (no entanto as Canon "mediam" menos ruído :Whatever:). Hoje em dia, quase todas as marcas já têm este ruído muito mais natural, e em muitos casos não me faz confusão. É o preço a pagar pelo sistema mais compacto... mais dia menos dia, a performance dos sensores dará um salto que mesmo com um sensor MFT, ISOs de 25000 terão resultados fantásticos - a minha D7000 (2010) com sensor maior, tinha uma performance ISO semelhante à G80 (2016) que tenho agora - mais 2 anos e estamos lá ;)
 
A GX9, que tenho actualmente, é superior à G80 (que também já tive).
Diria que algo como a GX9, PEN-F, as novas E-M5 MK III e a E-M1 MK II, serão tão capazes quanto uma boa APS-C (Nikon D7200, D7500).

Mesmo em ISOs elevados, eu não encontro grandes diferenças, em relação às APS-C que já tive (a D7200, por exemplo).

Agora, se for comparar com a minha Z 6, já muda por completo.
Mas, como sempre digo, a diferença entre uma boa MFT e uma boa APS-C é bem menor do que a diferença de uma boa APS-C para uma FF.

Cumps
 
Eu passei de uma d7200 + e-m10 mkii para uma x-t3 e não podia estar mais satisfeito. Da nikon não sino falta de nada, da olympus só mesmo da estabilização.
 
Pois, a paranónia com imagens "perfeitas", faz esquecer o que é mais importante. E pessoalmente, nem todo o ruído na imagem é igual: Foi algo que sempre gostei na Nikon durante muitos anos face à Canon... As Nikon que tive (D70, D80 e D7000) tinham um grão mais natural do que as Canon equivalentes (no entanto as Canon "mediam" menos ruído :Whatever:). Hoje em dia, quase todas as marcas já têm este ruído muito mais natural, e em muitos casos não me faz confusão. É o preço a pagar pelo sistema mais compacto... mais dia menos dia, a performance dos sensores dará um salto que mesmo com um sensor MFT, ISOs de 25000 terão resultados fantásticos - a minha D7000 (2010) com sensor maior, tinha uma performance ISO semelhante à G80 (2016) que tenho agora - mais 2 anos e estamos lá ;)

Na altura a qualidade de imagem era aquela que era e não existia mais nada. P. O. N. T. O.
Dizer algo assim é a mesma coisa que dizer que é igual ter um telemóvel com a primeira camera fotográfica que saiu a uns 15 anos atrás ou ter um telemóvel com as actuais cameras fotográficas.

Por isso o teu comentário é uma baboseira.
 
A GX9, que tenho actualmente, é superior à G80 (que também já tive).
Diria que algo como a GX9, PEN-F, as novas E-M5 MK III e a E-M1 MK II, serão tão capazes quanto uma boa APS-C (Nikon D7200, D7500).

Mesmo em ISOs elevados, eu não encontro grandes diferenças, em relação às APS-C que já tive (a D7200, por exemplo).

Agora, se for comparar com a minha Z 6, já muda por completo.
Mas, como sempre digo, a diferença entre uma boa MFT e uma boa APS-C é bem menor do que a diferença de uma boa APS-C para uma FF.

Cumps

A Panasonic que experimentei foi o a GX80/85. Quando tiver oportunidade de experimentar a GX9 irei fazê-lo. Só por curiosidade.

Ah, esqueci-me de referir que a GX80/85 tem um flash tão catita, faz tilt e podemos apontar para o tecto para fazer bounce e se conseguirmos arranjar um difusor DIY consegue se resultados bons.
 
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A Panasonic que experimentei foi o a GX80/85. Quando tiver oportunidade de experimentar a GX9 irei fazê-lo. Só por curiosidade.

Ah, esqueci-me de referir que a GX80/85 tem um flash tão catita, faz tilt e podemos apontar para qualquer direcção no eixo dos zz.

Um eixo é Linear, tem uma única direcção:facepalm:

Na altura a qualidade de imagem era aquela que era e não existia mais nada. P. O. N. T. O.
Dizer algo assim é a mesma coisa que dizer que é igual ter um telemóvel com a primeira camera fotográfica que saiu a uns 15 anos atrás ou ter um telemóvel com as actuais cameras fotográficas.

Por isso o teu comentário é uma baboseira.

Não, não é... Here we go again...
 
Última edição pelo moderador:
Na altura a qualidade de imagem era aquela que era e não existia mais nada. P. O. N. T. O.
Dizer algo assim é a mesma coisa que dizer que é igual ter um telemóvel com a primeira camera fotográfica que saiu a uns 15 anos atrás ou ter um telemóvel com as actuais cameras fotográficas.

Por isso o teu comentário é uma baboseira.

Tu és mesmo "tontinho" (se usar a palavra correcta sou censurado). Sentiste-te afectado porque não sabes fotografar, só fazes/vês benchmarks e lês reviews. Baboseira completa é comparar a evolução das cameras de telemóveis com a evolução de cameras APS-C nos últimos 10 a 15 anos. Os telemóveis e as suas cameras tiveram uma evolução tremenda e as cameras APS-C nem podem ser comparadas, evoluíram, mas muitíssimo menos. Por exemplo em 2009 tinhas as Nikons D5000 e D90 e telemóveis como o Nokia E52, do qual posso falar porque tenho um a funcionar e posso dizer-te que a camera dele é miserável. Vai ver fotos da D5000 e da D90...

Tu ainda não percebeste que fotografar não é ter uma máquina com "boa qualidade de imagem". Tu achas que editar fotos é algo "artístico" e achas que a alterar a abertura não altera a quantidade de luz que a lente deixa passar. Deves achar mais um monte de enormidades que ainda não partilhaste connosco... A realidade é que parece mesmo que estamos a falar com um "tontinho" que diz "tontisses".

Eu não consigo entender esse mundo de fantasia em que tu vives. Atiras com cada posta de pescada e questionas os relatos de pessoas com experiência real e conhecimentos assim sem mais nem menos e com intervenções sem pés nem cabeça.
 
Sentiste-te afectado porque não sabes fotografar, (...)

Txi, estou tão afectado. Possas, qualquer um sabe fotografar. Então é posicionar a máquina naquilo queres fotografar e carregar no botão.

só fazes/vês benchmarks e lês reviews (...)

Então, e parece que não, sou o único, não sou o único a ver benchmarks e a fazer benchmarks. Tbm gostas de ver reviews e benchmarks e tudo mais. Vai lá á primeira página e vais ver lá videos de benchmarks e balelas que colocaste :D

Tu ainda não percebeste que fotografar não é ter uma máquina com "boa qualidade de imagem".

Mau maria. Então estás a contradizer outra vez, o que disseste mais acima. Supostamente poderias utilizar o teu telemóvel E52 para fazer fotografia.

achas que a alterar a abertura não altera a quantidade de luz que a lente deixa passar (...)

Pois não. Já discutimos isso. Alterar a abertura é alterares o depth of field.

Ciao
 
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