- não creio que possamos comparar a PSone à Dreamcast, já que esta última saiu 4 anos depois da primeira. Já havia uma userbase perfeitamente estabelecida, na qual era seguro apostar.
No entanto a PSone só tinha arrancado "realmente" como potencia para videojogos com o Final Fantasy VII (já expliquei anteriormente, antes a Saturn vendia mais quando estavamos a falar de jogos multiplataforma no Japão apesar de já ter "menos userbase) em 1997 e a Dreamcast saiu em finais de 1998 e representava um diferencial enorme.
Não é tão descabido quanto isso. Mas quanto a userbase estabelecida... a Wii é "só" a consola caseira com mais userbase estabelecida desta geração e sem dar marcas de abrandamento (antes pelo contrario a julgar pelas vendas da Black Friday na América) e a consola a vender mais rapido de sempre, à frente da propria DS, qual a duvida?
A "segurança"? Se isso fosse um foco existencial para estas developers ainda estavam a fazer jogos PS2 e nunca as ramboias às quais se atiraram.
- apesar do risco ser grande nesta geração, não é por isso que temos deixado de ver tentativas frequentes de estabelecer novos IP's, com bastante sucesso até em muitos casos. Empresas como EA, Ubisoft, etc.. conhecidas por estarem sempre a apostar no mesmo, até têm surpreendido nesse aspecto.
No entanto muitas dessas são franchises novos assentes em mecanicas velhas; no caso da EA, certo face ao Mirror's Edge, mas com a Ubisoft? discordo, o Assasin's Creed em essencia é um Prince of Persia next gen como eles o envisionavam, é como o Dead Rising; sendo que a Ubisoft já era famosa pelo prince of persia (e pela "clara" influencia de parkour desde o Sands of time) e a Capcom pelo Resident Evil (e zombies); eles não fizeram mais que um jogo claramente influenciado pela tematica e execussão dos anteriores, não obstante de ser um novo IP (e mais tarde terem feito os follow-ups dignos desses franchises) mas estás a falar dos mesmos jogos para o mesmo publico, com elementos de variancia inseridos e um nome novo, mas... largamente a mesma coisa. O que não é mau, mas... Mirror's Edge está numa categoria diferente.
Dito isto nesta altura a Wii tem mais "variedade", tanto de tentativas como de generos, podem não ser system sellers mas andam por aí; e são em parte responsáveis pelo broad appeal da consola.
Quem não tiver capacidade (viabilidade financeira) para entrar no mercado HD, tem sempre outras hipóteses, como o mercado das portáteis ou Wii.
E porque é que na tua ideia a Wii se tem de prostar a projectos de baixo orçamento e "restos" não obstante de ser market leader?
Isso não faz sentido quando a) podem fazer mais dinheiro aqui b) podem vender mais unidades de um produto a um publico mais vasto.
Quer dizer, voltamos ao inicio de porque é que valeu continuar a fazer jogos PSone com a Dreamcast cá fora, ou como é que o Dragon Quest IX foi parar à DS.
- quanto á questão de despedimentos... sabes tão bem como eu que vivemos uma época de crise a nível mundial. Ninguém se vai livrar disso, muitos menos as empresas deste sector. Não vejo aqui nada de surpreendente, e não me parece que se deva atirar as culpas todas para as "más estratégias".
A crise arrebentou há 3 meses, o que agrava as coisas, os despedimentos? começaram em força há muito mais tempo que isso.
Os jogos demoram mais tempo a fazer e dão menos retorno, tirando os casos de sucesso estrondoso; tens entrevistas da Sega com menos de um ano a dizer que basta uns quantos fracassos da ordem das dezenas de milhões (o custo de qualquer jogo HD, realisticamente) para falirem (também antes da crise arrebentar) pelo que têm de jogar bem com o que têm... É que não há qualquer duvida; a margem de erro baixou muito. e por falar em EA as acções deles estão em queda, "inovações" como o facebreaker não venderam nada na X360/PS3 e o jogo deles com o Steven Spielberg para a PS3/X360 foi de igual modo metido on-hold.
Estás a ter uma visão muito cor de rosa desta industria.
According to the Electronic Entertainment Design and Research institute, just 4 percent of games that go into production will turn a profit and only 20 percent of titles that make it to store shelves will achieve profitability.
Fonte:
http://news.cnet.com/8301-13506_3-10106612-17.html
Esse estudo tem 3 semanas; excusado será dizer que isso não é uma estatistica dos ultimos 3 meses pós rebentamento da crise.
Nos jogos em geral, não especifiquei.
E discordo quando dizes que as novas possibilidades não têm sido aproveitadas. Cada vez fico mais agradado com o que vejo nesta geração, apesar de ter ficado algo desiludido ao início.
Neste momento vemos coisas que seriam impensáveis na geração passada, nem há comparação.
Discordo; os jogos estão sempre a evoluir pelo que podem haver elementos novos e ideias novas a serem inseridas, que poderiam ser recriadas após serem realizadas aqui, mas que não são efectivamente recriáveis? contam-se pelos dedos das mãos.
Se alguma coisa, até podiamos dizer que o Dragon Quest X provavelmente podia ser feito numa DS sem problemas, considerando que fizeram o IX numa, e isto não é de forma alguma rebaixar o jogo, cada vez mais um jogo/tipo de gameplay/experiencia não ser possivel em X hardware é um mito (e se alguma coisa, aí sim, a DS é infinitamente muito mais limitada face aos equipamentos que temos em mãos o que desse prisma faz quase com que estejamos a discutir o sexo dos anjos) E se o DQIX pode, quando o DQVIII até era um dos jogos mais bonitos da "muito mais potente PS2" (neste caso) o que impede muitos outros jogos de fazerem o mesmo? provavelmente... preconceito.
Mas enquanto que este preconceito até tem alguma razão de ser na DS (aquando do anuncio do DQIX para a DS os japoneses queixaram-se em massa do som das colunas das portáteis e do tamanho dos ecrãs, com alguma razão até), não tem na Wii, que de resto e como é obvio permite fazer muito mais. De um ponto de vista puramente poetico até podemos dizer ao notar que todas as plataformas fazem milhões e milhões de instruções por segundo que hoje em dia não há hardware não potente há simplesmente hardware mais potente que outro, e no entanto... servem todos para o mesmo, no final de contas, jogar.
Volto a dizer que a diferença entre Wii-PS3/X360 é bem mais notória do que PS2-Xbox/GC
Quanto à questão da direcção artística, concordo. No entanto podemos sempre juntar o útil ao agradável, uma não invalida a outra. Podemos ter um jogo com excelente direcção artística e de topo a nível técnico numa PS3/X360, enquanto numa Wii só poderemos ter uma dessas (direcção artística, pois a nível técnico, por muito bom que seja, nunca impressionará tanto como uma consola HD).
Por aí uma consola HD também já não conseguirá impressionar tanto como um PC comprado nos dias de hoje, dado que este já é mais potente, ou recuando de novo, um jogo de PSone não conseguia ser tão impressionante como um jogo de Dreamcast, ou um jogo de PS2 não conseguia superar a nivel tecnico um jogo de topo de uma gamecube/xbox; podia era tentar compensar com direcção artistica.
É um campo extremamente relativo, que sinceramente nem me interessa em particular; unica coisa que me interessa é que um jogo puxe o hardware, de resto, se é SNES, PSone, Saturn, N64, PS2, GC, Wii, DS ou o que seja... é-me indiferente. Cada caso é um caso.
Dito isto, a Wii não é tão limitada como isso e uma boa direcção artistica pode fazer milagres. Basta dizer que o FFXII tinha character models de 1500 poligonos cada, baixo para os proprios standards da PS2, usava texturas de 16 cores, e tinha geometria com polycounts baixissimos; e no entanto prefiro o ingame deste aos FMV's sem poligonos salientes. Usa a plataforma e a direcção artistica dá a volta por cima, justifica perfeitamente a sua existencia por aí. E claro, basta dizer que a Wii e várias vezes mais potente que isso, por isso o que não seria possivel tirar com uma abordagem semelhante?
Um FFXII em HD seria assim tão melhor? e um FFXII refeito para a Wii? para mim vai dar ao mesmo, e prefiro é jogos novos que usem as consolas em que estão como o FFXII usou a PS2.
Relativo. Tenho jogado RPG's muito bons ultimamente (na PS2 então...). Actualmente ando a jogar o Lost Odyssey que me conseguiu surpreender em certos aspectos (apesar de me desiludir noutros). Essa ideia do que o que é antigo, é que é bom, continua a não entrar-me na cabeça. Quando um jogo é bom, é bom... quando é mau, é mau... e somos nós que temos de decidir isso. O talento não se perdeu de uma década para a outra.
Não é por ser antigo, também haviam maus RPG's na altura, RPG's que envelheceram mal, e por aí fora.
O que estou a dizer é que são classicos por alguma razão; que tem mais a ver com o que são do que parcialidade nossa.
Eu aponto como principal causa para o declínio da maior parte dos RPG's a obsessão cada vez maior da "mainstream" por jogos sem um pingo de inteligência (shooters). Parece que vivem daquilo, são incapazes de conseguir apreciar um jogo de um género alternativo. Então aqui em Portugal é assustador...
Se tivessem ficado no old school ainda tinha sido pior (e é por isso que digo que o Dragon Quest X não tem potencial para ser um novo Final Fantasy VII, porque está demasiado atado à tradição, para o bem e para o mal); falharam foi em perceber quais os pontos que deviam valorizar, e em alguns casos como fazê-lo.
O "mainstream" que referes, se for o mesmo que estou a pensar é mais uma tentativa de ocidentalização dos mesmos, feita por pessoas que provavelmente nunca sairam do Japão (ou saiu o director para vir apresentar um trailer à américa, mas tu percebes), não entendem a demografia e optam por estupidificar o produto ou descaracterizá-lo.
Eu sei que é um mercado pouco inteligente, mas é o mercado que temos neste momento. Era apenas isso a que me estava a referir.
Quanto às vendas de certos jogos (como esses que referiste)... é um risco que têm de correr, em qualquer que seja a plataforma. Na Wii ao início as 3rd party também passaram um mau bocado (também por culpa própria diga-se, tirando raras excepções, onde os jogos eram realmente bons). Não imagino como esteja a situação agora, mas uma coisa é certa... nos tops de software, para a Wii só costumo ver lá produtos Nintendo. Não me parece que isso seja um bom indicador...
Um risco demasiado elevado para o dinheiro investido, risco que têm de correr? porquê? "não lhes pagam para isso".
Quanto à Wii... 60% das vendas totais de software são third party. impressionante para a trampa que têm feito.
Obviamente que se tomarem elas as redeas da coisa, com titulos de qualidade conseguem muito melhor; até lá, tudo o que a Wii conseguiu e é... não foi graças a elas.
Só comentar isto... o mercado dos video jogos não está a sofrer com a crise
Nada!
Em termos de vendas hardware/software não está a sofrer à primeira vista (mas isso não quer dizer que as coisas estejam bem) mas as acções das empresas estão a cair a pique e com a inflacção os cambios vão sofrer o que se vai reflectir em menores lucros.
Não se está a ressentir como outros mercados, mas não deixa de ser um prejuizo dos diabos.