PS Wild Arms

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Na primeira metade da década de 90, para os fãs de RPGs japoneses havia uma consola absolutamente fundamental: a Super Nintendo. No entanto, na segunda metade da década e com a chegada da 5ª geração de consolas, seria expectável que a Super Nintendo passasse o cetro de rainha dos RPGs para a sua irmã mais nova, a Nintendo 64, o que nunca veio a acontecer, pois a Sony apercebendo-se da importância deste género para poder triunfar no Japão, apoiou e incentivou várias software houses a criarem RPGs para a sua 32 Bits, sendo o corolário máximo deste esforço a ida de Final Fantasy VII para a consola da Sony.

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É neste contexto que a PS1 recebe, nos primeiros tempos da sua vida, alguns RPGs de excelente qualidade como Suikoden, Vandal Hearts, Alundra ou Wild Arms, títulos que começaram a convencer os entusiastas do género de que valia a pena a aquisição da PS1.

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Wild Arms foi desenvolvido pela Media Vision, uma pequena software house japonesa, criada essencialmente para desenvolver software para a primeira consola da Sony. Em 1995 lançaram o excelente Rapid Reload, um run and gun que vai buscar muitas inspirações ao mítico Gunstar Heroes, da Treasure, e que foi muitíssimo bem recebido. Wild Arms é o segundo projeto desta pequena empresa, tendo sido lançado no Natal de 1996, tendo sido de imediato muitíssimo bem recebido pelos jogadores e pela crítica especializada. A versão PAL apenas nos chegou em 1998, o que originou a que o jogo chegasse a estas paragens já algo datado, não recebendo, por isso, a receção entusiástica que mereceria dois anos antes.

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Sendo obviamente influenciado por jogos como Zelda: a Link to The Past (SNES), Soleil (Mega Drive) ou Final Fantasy VI (SNES), Wild Arms é um RPG tradicional, que se destacou dos demais por se localizar no Velho Oeste americano, com toda a OST, produzida por Michiko Naruke, a ser lembrada ainda hoje pela sua qualidade, estando perfeitamente enquadrada nos Spaghetti westerns em que se inspira. O jogo destacou-se também pelas belíssimas sequências anime que deixaram boquiabertos que as viu em 1996 (sendo de destacar a excelente Opening), produzidas pelo agora conhecidíssimo estúdio de animação japonesa, a Madhouse.

Into The Wilderness - Wild Arms Opening
Um das melhores openings de sempre.

O jogo segue as aventuras de um bando de três aventureiros chamado Caçadores dos Sonhos que vagam pelo mundo de Filgaia em busca de emoção e felicidade. O personagem principal é Rudy que tem a capacidade de operar armas poderosas, denominadas como Ancient Relic Machines, que parte para a aventura juntamente com Jack (que está sempre acompanhado por Hanpan, um simpático ratinho) e a jovem princesa Cecília, uma estudante de magia.

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Mil anos antes dos eventos decorridos em Wild Arms, os habitantes de Filgaia travaram uma dura batalha contra um exército de demónios, que queria tornar o planeta na sua nova casa. Depois de uma guerra sangrenta, os humanos conseguiram capturar a Mother, a líder dos Demónios, e aprisiona-la num castelo, pois o seu corpo autorregenerava-se, fazendo com que fosse impossível elimina-la. Sabendo que a sua líder está viva, os demónios querem resgata-la, com os nossos três heróis a serem metidos ao barulho sem se darem conta, ficando envolvidos numa demanda que vai ser fundamental para o destino do Mundo. O enredo não ganha nenhum Óscar, mas é apelativo o suficiente para nos levar até ao fim valendo bem a pena descobrir todos os segredos que o mundo de Filgaia tem para desvendar.

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O sistema de combates é o típico dos RPGs dos anos 90: os bons e velhos combates por turnos, embora os de Wild Arms sejam rápidos e dinâmicos, podendo mesmo cativar quem não seja fã deste sistema de combate. Os modelos dos personagens nas batalhas, no entanto, não envelheceram muito bem, apesar do grafismo do jogo nos restantes departamentos seja ainda hoje muito agradável.

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Numa consola com uma biblioteca de RPGs tão grande, nem sempre é fácil sobressair, ainda para mais para um jogo oriundo de uma pequena software house, que não tinha os meios financeiros e a experiência de uma Squaresoft, de uma Enix ou de uma Konami. No entanto a Media Vision lançou aqui um excelente jogo, cujo volume de vendas impressionou de tal forma a pequena companhia, que justificou a aposta em várias sequelas, todas elas de qualidade (destaque para o terceiro capitulo, que saiu na PS2), mas para a grande maioria dos jogadores, o melhor Wild Arms é mesmo o primeiro. Uma das muitas perolas escondidas do catalogo da primeira PlayStation.

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Análise Revista Oficial PlayStation nº 37, novembro de 1998


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