Redes Nova Geração: Anacom diz que novo estudo tem «contradições»

JoaoGM

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Análise defende que, sem regulação, tecnologia só é viável em 20% dos lares

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) revelou à Agência Financeira que o estudo divulgado esta quinta-feira pela WIK Consult ao nível das Redes de Nova Geração (RdNG) «não é perfeito e tem algumas contradições».

O documento que tem em conta a realidade de seis países, entre eles Portugal, conclui que é essencial a regulação de Redes de Nova Geração para que seja economicamente viável a concorrência no sector das telecomunicações e demonstra que é necessária uma intervenção política e regulatória, para levar a banda larga de alta velocidade às empresas e aos lares da generalidade dos cidadãos.

O estudo da WIK Consult diz ainda que o investimento neste tipo de redes, sem regulação, só é economicamente viável para 20% dos lares portugueses (os grandes centros urbanos), não sendo por isso aplicável a todos.

Fonte oficial da Anacom avançou à AF que este tipo de estudos são «úteis» mas «não são perfeitos», tendo por isso, «algumas contradições». No entanto, refere que o regulador «continua a analisar esta temática», já que «é uma das suas prioridades».

Apritel pede «regras claras» contra discriminação

Em conferência de impresa, o presidente da Apritel, Luís Reis, mostrou-se preocupado pelo resultado deste estudo, reforçando que é «absolutamente necessário» que o regulador (Anacom) estabeleça, de uma vez por todas, «regras claras para permitir que uma rede de fibra óptica possa ser utilizada, em condições não discriminatórias, por todos os operadores do mercado».

Luís Reis garante ainda que, se as autoridades não actuarem, teremos redes ultra-rápidas de informação disponíveis, no máximo, a 20% ou 30% da população. «Não podemos pedir a estes 20% ou 30% para financiarem as RdNG para os outros 70% a 80%», disse antes de sublinhar que os «preços tornariam os serviços inatractivos».

A resposta passa, segundo o responsável, por uma «política pública para o desenvolvimento da Sociedade de Informação que viabilize o investimento mesmo nas zonas comercialmente menos interessantes». Para isso, é preciso «uma regulação que assegure o acesso de todos os operadores, em condições equivalentes, aos elementos de rede necessários ao desenvolvimento das Redes de Nova Geração», frisou.

Recorde-se que o estudo refere que os operadores incumbentes (a Portugal Telecom a nível nacional) têm uma vantagem económica e financeira considerável face aos seus concorrentes.

O presidente da Apritel lembrou ainda que «há pelo menos dois associados (Sonaecom e Vodafone) que já deram sinais de que estão disponíveis para investir em fibra de forma combinada».


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