a ideia é +/- isso....
Realmente, por cada "acréscimo" de tecnologia, o custo de produção aumenta. Se tivermos em conta que aquilo que os fabricantes querem é o menor custo e o máximo de vendas (para obter resultados operacionais extremamente elevados associados a taxas de rotação igualmente elevadas), então existe aí uma contradição.
O que se passa é que o aumento de custo para introdução de uma tecnologia, por exemplo 3G, é de apenas uns 2 ou 3 € .....no entanto, nas contas finais, os fabricantes podem aumentar o pvp do telemóvel em 30 ou 40 € ..... Daí os fabricantes estarem sempre a lançar novos modelos, com novas specs....
Como já referi algures numa thread, essa questão dos "segmentos" de produtos, é cada vez mais irrelevante. Quantas não são as pessoas (estudantes) que têm telemóveis de 500€? E quantas não são as pessoas dos seus 30's que têm telemóveis de 100€? Simplesmente há um modelo chamado A.I.D.A. que visa analisar as motivações das compras. Essas motivações podem ser de origem racional e origem emocional. A ponderação dada a cada variável varia de acordo com a pessoa e as suas características pessoais.
O que estou a tentar dizer é que os fabricantes finalmente perceberam que o que existe agora são NICHOS de mercado, em que os telemóveis distinguem-se por terem rádio (ou não), wi.fi (ou não), 3G (ou não), HSDPA/HSUPA (ou não), câmara (ou não), etc etc etc..... O problema é que as pessoas ainda compram muito de acordo com aquilo que o telemóvel tem e não de acordo com as suas necessidades. Infelizmente, em Portugal, a ideia é +/- esta: Tenho 500€ para gastar num telemóvel, mas o telemóvel que necessita apenas custa 200€ .... deixa lá, compro um telemóvel de 500€ (muitas vezes até excede) apenas para dizer que tenho. Não estou a dizer que é mau ou bom ... simplesmente, é a cultura portuguesa.
Dou como exemplo o Nokia 95. Há uns dias um grande amigo (não tem responsabilidades nenhumas, ganha muito bem...ou seja, tem dinheiro para gastar) disse que ia comprar o Nokia 95 que custa à volta de 800€ ..... Eu disse-lhe logo que era má compra. Como é natural ele perguntou porquê. Resposta:
- Por 150€ compras um iPOD NANO (muito melhor, mais design, bla bla bla) com 2 gb
- Por 250€ compras uma máquina digital 7 mpx com autofocus, estabilizador, bla bla bla muito boa
- Por 250€ compras um tomtom One com ecrã 3,5" (minimo exigivel para um GPS), dedicado para automóvel, etc etc...
Resultado: gasta 650€ ... e ainda sobra 150€ para comprar um telefone....se quiser gasta mais uns trocados e compra algo melhor....ou compra um telemóvel SE Walkman (meramente ilustrativo atenção) e deixa o iPOD de lado....
Se uma pessoa for racional, esta é a melhor opção. Nem que seja pelo facto de, na altura de trocar de equipamento, não tem que gastar mais 800€ num equipamento novo que, mais do que ser pior que os outros todos em separado, é de qualidade mediana quando comparado.
Daí deixo a questão: Qual a necessidade do meu amigo em ter o N95?
Mas pronto, ele acabou por comprar o nokia. A razão dada é que ele disse que gostava mt do telefone. Pronto, ok. Agora interviu a vontade emocional e, sobre essa, já não posso opinar!
Tudo isto para dizer que as empresas actuam cada vez mais em nichos de mercado, as empresas criam necessidades que as próprias pessoas não sabem que as têm.....E as vossas? as vossas necessidades? Fazem compras baseadas na razão ou na emoção?