Está a generalizar algo que não é bem assim.
Não estou a generalizar. Não digo que o que aquele fornecedor fez (registar em nome dele) é prática comum em Portugal, não sei se é, se não. O que eu digo é que um registrar acreditado não o pode fazer.
Lá está, porque cometeste o erro de não questionar o teu fornecedor à priori de como eram registados os dominios, decidiste generalizar.
Olha a "flame"... Não fui eu a registar o domínio. Quando eu descobri que o domínio principal não estava em nosso nome, fiz logo pressão para mudar isso. Foi premonitório, um ano mais tarde entrámos em conflito e só se salvou esse domínio.
Imagina agora comprares um carro apenas no fabricante, a aparalhagem ou mesmo um computador (apenas na intel ou amd) etc... O mercado é feita de revendas. Fabricante -> Distribuidor -> Revendedor/Venda ao publico ou fazendo a analogia, ICANN -> Registrar Oficial -> Revendedor/Venda ao publico
Não, não, eu discordo. Má comparação. Isso que dizes, faz sentido no alojamento, o grossista, o retalhista, e acho muito bem que assim seja, força.
A registry é tipo um notário (ou um registo comercial), ao qual tu, registrant, não te podes dirigir directamente, apenas o podes fazer através de um registrar (um procurador). A revenda é tipo passar uma procuração a um tipo, para passar uma procuração a outro (e etc) para fazer o registo. É o tipo de cadeia que se quer curta.
No teu exemplo, é tipo comprar um carro a prestações, mas não só o vendedor vai fazer o registo de propriedade do carro em teu nome, como vai ficar com uma chave que lhe permite a qualquer momento alterar o registo de propriedade do carro. Se tens um conflito com o vendedor (por exemplo, ele decide alterar a prestação, ou falha na prestação de algum serviço), ele pimba, altera o registo do carro para o nome dele. No caso da Internet é pior, porque o tempo é fundamental e os tribunais não dariam resposta em tempo útil.
A mania que temos de generalizar ou dizer que o que se venda lá fora é melhor, advém apenas do facto de não conhecermos os detalhes do que por lá se passa. A histórias de horror são bem graves lá fora, seja com dominios ou alojamentos.
Para ir mais longe, tenta investigar o que aconteceu à RegisterFly, um dos registrars acreditados pela ICANN e quantos ficaram sem dominios.
Não digo "lá fora é melhor". Digo passa uma procuração a um solicitador que esteja sujeito a regras bem definidas, nunca passes uma procuração a alguém que não está sujeito a regras. Se houver um registrar acreditado para domínios .com que seja português, então força.
Não podias estar mais errado. No caso dos dominios .PT ainda mais, pois estes são sempre registados em nome do titular da marca ou empresa e basta mudar a Entidade Gestora para mudares de registrar ou empresa que te gere o dominio.
Exactamente porque a cadeia de procurações é mais curta. A FCCN gere os domínios pt com mão de ferro. Uma das diferenças é que ela é a registry e simultaneamente é uma registrar, eu posso registar um domínio directamente com a FCCN no dns.pt. A outra é que ela não deixa que os registrars permitam revendedores.
Resultado, é muito seguro registar um domínio pt.
Já lestes os termos e condições da Godaddy por exemplo? Sabes que diz lá textualmente que te podem apagar um dominio e ficares sem ele se assim o entenderem? Achas que isso dá segurança a alguém?
E não estou aqui a por em causa o bom nome da Godaddy. Apenas a apresentar factos.
Se calhar foste tu que não leste os termos e condições dos outros ICANN acredited registrars. Todos eles podem fazer isso. A questão está em que apenas o podem fazer nos casos explicitamente indicados pelo ICANN.
Por exemplo:
- Podem (aliás, são obrigados a) apagar o domínio (.com, .org) se verificarem que o registrant tem um nome falso, morada falsa, número de telefone falso, etc. (eu sei, nomes e moradas falsos são aos montes, mas a regra existe).
- Estão proibidos de apagar um domínio ou alterar o registrant, por exemplo, por falta de pagamento de um outro serviço (no caso em que são simultaneamente registrars e fornecedores).
Ou seja, o Godaddy tem essas regras, e todos os outros também. Portanto, elas aplicam-se a todos os domínios.
Posto isto, penso que o Godaddy é muito recomendável, tal como o que eu uso no meu domínio pessoal que é o Gandi (que recomendo, rege-se pela lei francesa e gosto muito deles).
O que normalmente fazem em portugal é comprar sem escolher.. Caiem na página do fornecedor e pimba.. compra-se porque o preço é mais barato. Depois mais tarde arrependem-se ou tem uma má experiência.
Não posso estar mais de acordo. Diria a qualquer pessoa que procura alojamento para ver as condições em, no mínimo, 10 potenciais fornecedores, para ter uma ideia do mercado.
Também diria aos que procuram alojamento em Portugal para não tomarem o facto de ser uma empresa portuguesa como uma indicação de que se localiza em Portugal, porque regra geral não se localiza em Portugal. Perguntem sempre "localiza-se em Portugal?", "qual seria o IP da máquina que me seria atribuída?", depois façam o WHOIS do IP e verifiquem qual o operador de telecomunicações que está no mnt-by.
Tá-se.