Curioso para ler a tua experiência com jogos Nintendo. Eu tenho muita pouca experiência por nunca ter tido uma consola Nintendo. No entanto pelo que vou vendo de reviews e gameplay os jogos não me parecem ser a 8 maravilha do mundo.
Jogar e ver jogar são experiências completamente diferentes.
Enquanto não experimentares a sério não vale a pena fazer grandes julgamentos.
O Snake Eater tem agora o seu primeiro grande contacto com uma consola da Nintendo.
Eu antes de arranjar uma 3DS há 10 anos nunca tinha tido uma consola Nintendo nem contacto com os jogos deles.
E mesmo no início, também não me entrou os jogos e franchises todos.
Não gostei de Fire emblem (que vinha com a minha consola). Odiei o Ocarina of time e pensei que nunca mais ia jogar um Zelda.
Estava no mesmo lugar de cepticismo de muitos. Especialmente porque, tirando na minha infância com platformers, sempre tendi a gostar de jogos mais “adultos”, “cinemáticos” etc.
Só depois de algum tempo é que comecei a perceber que a gameplay/jogabilidade, mecânicas e level design são o core da filosofia de um jogo Nintendo.
Julgar um Mário pelo valor nominal é ser demasiado redutor. Mas entendo que é a forma mais fácil e “óbvia” de julgar à partida um jogo Nintendo.
Sim é um canalizador num mundo de cogumelos e tem de derrotar um monstro tartaruga gigante que adora raptar princesas e outras coisas.
Mas Mário na verdade não é isso.
É controlos dinâmicos que ainda hoje se tentam replicar com grande grande dificuldade.
É um level design refinado como poucas franchises. (Ver vídeo em baixo)
Zelda é a mesma coisa.
Dá para resumir a uma banalidade de busca da princesa.
Mas é pioneiro no sistema de lock on (z targeting) que uma grande maioria dos jogos hoje utiliza.
Uma franchise que torna puzzles em algo simples e divertido e te faz sentir inteligente e recompensado.
Se fores ao BotW/TotK, estes são dos primeiros open world emergentes com físicas avançadas e sem grande linearidade no percurso que escolhes fazer.
Tens puzzles como as Karok Seeds que não têm comparável em open worlds, que não te faz “hand holding” para os resolver embora seja incrivelmente simples.
Hoje já vês jogos como Hogwarts Legacy a tentar copiar a mesma ideia mas de uma forma muito mais aborrecida e sem qualquer magia.
Existe realmente um factor Nintendo em muitos dos jogos. E isso é um expertise e uma cultura própria deles.
Estamos a falar de um empresa que depois de 40 anos ainda tem muitos dos criadores e programadores originais a trabalhar nestas franchises…
Por isso diria que a “8a maravilha” não dá para ver nos jogos da Nintendo. É preciso mesmo sentir.
Andar aqui a construir coisinhas para poder avançar no jogo
Também tenho ali o jogo parado há uma semana porque não me apetece andar a construir “coisinhas”.
Eventualmente irei pegar nele tal como aconteceu com o botw que adorei mas para já a vontade é pouca.
Vocês avançaram muito pouco no jogo não? Foram para além da área inicial?
É que a área inicial dá a conhecer quase todas as mecânicas e dá muito enfase na parte de construir.
Mas na verdade, tirando os shrines que obviamente tiram muito partido disso, até agora não sinto obrigatoriedade de estar sempre a construir coisas.
Já fiz 2 temples, e vou com umas 40h. Se construo coisas? Sim. Se me sinto obrigado a faze-lo para progredir? Nem por isso. Há quase sempre alternativas, não fosse este jogo a sequela do BotW que é um dos jogos mais "livres" dos últimos anos.
___
Na verdade esse sentimento eu também compreendo. Jogos demasiado complexos também me deixam um bocado de pé atrás. Ter de construir coisas e ser "criativo" é algo que acaba por me repulsar um bocado nos jogos porque me parece "trabalho" (até porque o meu trabalho do dia a dia já é criativo) e eu quero é relaxar.
Mas não sinto nada disso depois de 40h. No inicio custou um bocadinho a adaptar mas agora estou em paz com as mecânicas de construção, e até acho bastante simples e lógico. Super "grounded" e bem definido em termos da forma como funcionam.
E quase sempre opcionais.