TZN #5 online

antes de mais obrigado por teres lido o artigo e teres ido complementar a informação. foi-me dito desde o início que o artigo devia ser conciso e foi por isso que ele não foi mais abrangente, mas posso responder aqui a qualquer dúvida ou completar/corrigir o que escreveste.

(no link proposto entre pedidos de conselhos e dúvidas sobre que máquina comprar, os elementos que me podiam esclarecer eram tão escassos que deixei de lêr a meio)
o link proposto não pretendia fornecer mais informação, pelo contrário, o que foi escrito na newsletter é que pretendia fornecer mais informação para que as pessoas percebam o porquê da escolha de uma máquina em detrimento de outra.

A Distância Focal é uma característica da Objectiva e não um componente da camara. Percebo a ideia do autor querer representar o modo como a "realidade" percorre a camara desde a superficie exterior da lente até ao filme/sensor, mas cada coisa no seu lugar. Acho que estava à espera de outra coisa...
no documento original a "distância focal" e o "diafragma" têm um avanço no texto para os incluir dentro do tema "objectiva", isso não foi passado para a newsletter (tal como "ISO" tem um avanço para o incluir dentro do "Sensor").

Subentendendo, em prejuízo próprio, os dados "28mm" e "210mm" como uma amplitude, incorro no erro de assumir que existe um 126mm ou 43mm... Embora na teoría seja possível, na realidade apenas poderá existir em objectivas com zoom óptico e não é, á partida, linearmente mensurável. Blah! São "DF" normalizadas... acabou por não ser prejuízo e aprendi mais qualquer coisa. Perdoem-me a minha ignorância mas dizer "lente de 28mm" e "lente de 210mm" ou que as lentes tem geralmente "DF"s normalizadas teria poupado um par de idas ao Google.
mas existe um "126mm" ou um "43mm", aliás, é muito mais corrente existirem objectivas zoom do que prime (distâncias focais fixas), só mesmo nas (d)SLR (e não era para esses utilizadores que o artigo era direccionado).

Seria interessante explicar que: uma "Objectiva" com 50mm de "DF" pode ser aproximadamente considerada como "o olho humano", uma objectiva com menos "DF" permite abranger um maior ângulo de visão mas com menos aproximação e que uma objectiva com mais "DF" diminui o ângulo de visão e aumenta a aproximação. Apesar de estar esclarecido (depois de me ter informado melhor) um ponto de referência "próximo" ajuda os leigos a perceber.
mas ter que explicar isso (que 50mm numa câmara full-frame/formato 35mm equivale a 46º de ângulo de visão, equivalente ao ângulo de visão humano) obrigava a ter de explicar que isso depende do sensor de cada máquina e do seu crop factor. teria de explicar o porquê da conversão para o formato 35mm, porque uma objectiva 50mm numa Canon 350D é equivalente a 80mm no formato 35mm e por exemplo numa Nikon D200 (que tem um crop factor inferior) é equivalente a 75mm. tudo depende do tamanho do sensor e não só da distância focal (daí se ter normalizado a equivalência).

Ainda seria relevante explicar o que é o "Zoom" (que pode depender da "Objectiva") e as implicações na qualidade da imagem (dependendo do tipo de Zoom, se é digital ou óptico) que é regra geral nas máquinas digitais hoje em dia (por exemplo "Zoom 3Xóptico e 10Xdigital") Desconheço a implicação de um tipo de zoom ou outro.
realmente podia ter referido essa informação sim. o zoom digital, esse nem se deve ter em conta, uma vez que não é nada mais do que "crop" da imagem original, o resultado final apresenta a resolução (número de megapixeis) mas por interpolação dos mesmos o que diminui a qualidade da imagem. o zoom óptico é basicamente a diferença entre a distância focal mínima e a máxima da objectiva, por exemplo, um zoom 28-84 (84/28=3) é um zoom de 3x.

Na definição de "Diafragma" menciona o "Plano Focal" mas não explica depois o que é. (regra número um das definições: Se uma definição técnica contem outros conceitos técnicos passiveis de nova definição, deve ser clarificada ou anotada uma referência posterior). "Plano Focal" é o plano onde se projecta a imagem captada pela "Objectiva", é perpendicular ao eixo da mesma e deve estar enquadrado com o filme/"Sensor".
não pensei que fosse necessário explicar uma vez que as imagens que se encontram a seguir penso que explicam por si só. se a objectiva na abertura maior está a captar detalhe apenas do plano frontal e na abertura menor está a captar detalhe no plano frontal e no plano anterior, não me parece que dizer "é o plano onde se projecta a imagem e que é perpendicular ao eixo da mesma, o qual deve estar enquadrado com o filme/sensor" seja mais simples.

O detalhe geral da fotografía (ou como referido "ao longo do plano focal") não depende só da Abertura (as imagens não estão devidamente rotuladas) mas também e em conjugação com a Velocidade do "Obturador", a sensibilidade do filme/"Sensor" e a Profundidade de Campo (capacidade de cada lente em proporcionar a captação de uma parte, mais ou menos abrangente, do "mundo" focado, quanto menor a "DF" maior a "PC" e mais coisas focadas). Pelo que eu percebi, maior Abertura dará mais luminosidade/contraste à fotografía e não mais detalhe, penso que a velocidade do "Obturador" e a Profundidade de Campo terão mais a ver com isso.
está aqui uma salganhada digna de "quero refutar o que este gajo disse mas não sei bem como". é certo que o detalhe geral não é linear, não é apenas influenciado pela abertura, a abertura é o que mais influencia a profundidade de campo (que é uma relação de vários elementos), juntamente com a distância focal da mesma. quanto maior a distância focal, menor a profundidade de campo para uma dada abertura (uma abertura de f/3.5 numa objectiva de 18mm dá muito mais profundidade, logo mais detalhe focado, que uma abertura de f/3.5 numa objectiva de 200mm).

Na definição de "Obturador" refere que a exposição pode ser de vários minutos!! (descobri que existem máquinas manuais em que o obturador pode ficar aberto indefinidamente, mas... quém é que quer ficar minutos a "carregar no botão" sem ser especialista?) Fiquei a saber que aquele tipo de fotografias nocturnas nas vias rápidas, em que as luzes se transformam em linhas, não costumam ter tempos de exposição superiores a 15 segundos com a Abertura no máximo.
eu posso fazer uma pinhole e a exposição é o tempo que eu deixar o buraco aberto. e não se carrega minutos no botão, carrega-se uma vez e o obturador abre, depois é só esperar que ele feche.

Este tipo de informação é descuidado, já que no caso de se usar filme, pode-se queimar a película completamente com tempos de exposição elevados. Pelo que eu me apercebi, os tempos de exposição raramente são superiores a 1 segundo, conseguindo belos efeitos de "motion blur". Achei curioso ficar a saber que uma pessoa com mãos trémulas deve usar velocidades mais rápidas ou que usar velocidades lentas requer por norma tripé para ter fotografias mais nítidas.
uma pessoa que vá fazer uma exposição elevada em filme não é a mesma pessoa que vai ler este artigo em busca de informação. a velocidade também tem relação com a distância focal, por isso é que mesmo durante o dia e com luz convém ter um tripé quando se utiliza uma objectiva tele. a 19mm consigo fotografar a 1/30s sem desfocar, a 50mm já não consigo utilizar a mesma velocidade, a 300mm já convém ter um tripé ou então utilizar uma abertura pequena/aumentar o ISO para obter uma velocidade de obturação elevada.

Na definição de Sensor não interessa, particularmente, a electrónica do componente. Do ponto de vista do utilizador é mais relevante as diferenças, prós e contras, etc. dos vários tipos de sensores que obviamente não ficaram esclarecidos.
diferenças entre um CCD e um CMOS? tanto um como outro pode ser bom, depende de quem o fabrica e de marca para marca, é isso que influencia os prós e contras e não propriamente se é CMOS ou CCD.

Ainda... para uma pessoa que esteja a pensar usar filme, este Artigo ficou imcompleto e por conseguinte... inútil para referência! Usar uma desculpa do género... "ha... já se usa pouco..." é tendencioso e simplista, percebo que os utilizadores mais recentes usem máquinas digitais mas alguns podem usar máquinas "analógicas" (termo que li ser usado para máquinas de película) e são excluídos. Como se não bastasse, mais abaixo se verá a importância deste lapso.
estava a escrever para um fórum de informática e tecnologia, não de aficionados de fotografia. do universo de leitores arrisco a dizer que menos de 1% utiliza actualmente o filme para fotografar. acredito que grande parte prefira utilizar o telemóvel do que ter o trabalho de depois ir revelar as fotografias..

Admitindo que só sejam tratados sensores digitais, uma parte relevante, do ponto de vista do utilizador, seria a maneira como estes se reflectem em termos de "memória" já que uma camara de 4Megapixeis, em qualidade alta, com um cartão de 48Mb requer cartões adicionais mais ou menos ao ritmo que uma máquina de filme precisa de rolos normais!
isso depende do formato do ficheiro, se é JPEG com compressão baixa, TIFF, RAW (que por sua vez podem ter compressão ou não). a comparação entre um cartão de memória e um rolo não pode ser feita porque um cartão de memória pode ser descarregado e utilizado novamente.. não percebi bem o ponto que está aqui em questão.

A definição de ISO é bastante interessante e revela alguns problemas que possam surgir (a relação "mais ISO = mais grão"). Resulta que o ISO é uma conversão do ASA (medida da sensibilidade da película à luz ou técnicamente falando, como li em qualquer lado, a rapidez de reacção da película à incidência de luz)... a película É (!) o sensor das máquinas de filme!! Ah... já se usa pouco... Isto é de tal maneira relevante que uma exposição prolongada numa película ASA400 aumenta ainda mais a possibilidade de queimar a fotografia ou usar ASA100 à noite leva a fotografias pouco nítidas ou obscurecidas.
não interessa se o ISO é uma conversão do ASA.. são ambas escalas da velocidade do filme. só que a medida ISO é internacional enquanto que a medida ASA é americana (American Standards Association), o ISO já se utilizava no filme, muito antes da era digital. uma exposição correcta é feita a qualquer ISO, se a velocidade de obturação é demasiado longa para o valor ISO utilizado, isso não é uma exposição correcta, é um sobre-exposição. da mesma forma que se uma exposição a ISO 100 for demasiado curta se trata de uma sub-exposição.


agora que penso que já respondi a tudo e porque vejo que estás bastante interessado no tema, não dês tanta importância a artigos tão superficiais e compra o "MANUAL DE FOTOGRAFIA" de John Hedgecoe (a edição portuguesa é editada pela Civilização), com certeza que vais ficar totalmente esclarecido (a diferença é que este tem 400 páginas e o meu artigo tem 6 parágrafos de informação).
 
Boas!

É certo que já foram feitos os esclarecimentos necessários tanto pelo koncaman, como pelo grandenaboverde no entanto gostaria de deixar uma salvaguarda.

Até ao momento tenho sido eu o responsável pelos Artigos apresentados nas TZN's anteriores, por norma o convite é direccionado por mim a algum membro consoante um certo tema e algumas opiniões no entanto estamos receptivos (e agradecemos imenso que venham) a artigos auto-propostos.

Neste caso concreto recebi o artigo com as imagens já dispostas e tentei passar para formato HTML este mesmo documento com as respectivas imagens, ficando a imagem da objectiva mal posicionada, no entanto não pensei que pudesse gerar confusão sobre a que secção a mesma se referia.

Mais uma vez, agradeço ao grandenaboverde pela disponibilidade e pelo artigo apresentado, e as minhas desculpas pelo nosso erro na apresentação do mesmo. E um obrigado ao Pillox pela critica bem construída que fez!

abraços, HecKel
 
Um muito obrigado a vocês por todos os esclarecimentos, relativamente ao conteúdo do artigo e ao processamento da Newsletter.

Não quis parecer arrogante nem muito menos hipócrita, apenas fiquei confuso sobre a orientação do Artigo e procurei mais informação junto de quem o escreveu e/ou publicou (ainda bem que o fiz!) Obviamente, não iria só dizer "não percebi" e por isso procurei minimamente sobre o assunto (em fontes potencialmente duvidosas) para poder explicar melhor as minhas dúvidas e que elas pudessem ser esclarecidas por quem de direito. Assim foi e muito elucidativo.

Obrigado grandenaboverde pela dica, o kilo de papel impresso nas editoras tá caro mas aproveitando a sorte de a minha namorada trabalhar na Bertrand pode ser que faça anos no fim do mês.

Como disse, descobri uma máquina dos meus pais recentemente, duas aliás! Hasselblad e Leica, e já tinha pesquisado sobre as máquinas (ainda não sei que modelos são mas a Hasselblad é muito extranha e vou esperimentar a Leica) mas ainda não tinha pesquisado sobre fotografia (as máquinas parecem-me complexas pelo que devo ter um longo caminho pela frente) o Artigo foi providencial!

Mais uma vez muito obrigado.
 
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