Estamos a falar de hipóteses e, neste momento, tens várias:
1 - Tens os 3 anos da licenciatura de Bolonha e queres trabalhar, mas no futuro queres fazer os 2 anos de mestrado. É uma boa ideia... se tiveres tempo. Se começares agora a trabalhar, especialmente sendo recém-licenciado e tratando-se do primeiro emprego, tens boas hipóteses de ficar com um horário que não te deixa muito tempo para mais do que trabalhar.
Pode chegar uma altura em que queiras fazer o mestrado e já não possas, porque tens uma casa e contas para pagar e o trabalho não te deixa tempo para cursos à noite.
2 - Fazes agora os 2 anos e adias a cena do trabalho, ou tentas fazer umas cenas "por fora", tipo biscates. Depois arranjas emprego e, se calhar, até mais facilmente. O problema de Bolonha é que muitas empresas continuam a preferir quem fez 5 anos (mesmo que sejam dos antigos) do que quem fez 3 dos novos. Para muitos é até uma exigência que, quem tirou o curso à moda de Bolonha, tenha feito 3 + 2 (ou seja, mestrado).
3 - Cagas para o mestrado, vais à procura de emprego, és bom naquilo que fazes, a vida sorri-te e, apesar de não ser tudo côr-de-rosa, singras. No emprego até te pagam umas formações, tiras cursos mais específicos e mais enquadrados na tua área e, se te surgirem melhores oportunidades, estuda-as. Se forem viáveis, aproveita-as.
Ninguém quer crâneos superteóricos a não ser em áreas de investigação ou ensino.
Ninguém quer um gajo que programe em C, C#, JAVA, Assembly, .Net, RPG, Mandarim, Búlgaro ou o raio que o parta. Querem bons programadores, e isso está na lógica e nos mecanismos de raciocínio e de representação do mundo real.
Não concordo que um bom programador programe em qualquer linguagem. Peguem num programador com vícios de programação OO e metam-no a brincar com RPG ou COBOL. Depois vão buscar as pipocas
Ou peguem num gajo com anos de programação estruturada e tentem explicar-lhe o que é uma classe e o que são métodos GET/SET e pardais ao ninho.
Não há programadores perfeitos, tocados por Deus e com o dom de ver a "Matrix".
Até na informática tem que haver alguma especialização.
Ou um gajo se dedica a uma linguagem (ou pequeno conjunto de linguagens que andam, frequentemente, ligadas entre si) e desenvolve aplicações nessa base em empresas de TI, software houses, etc..., ou então envereda por uma área como a banca ou os seguros, ou algo do estilo. E, nesse caso, ninguém vai querer saber se dominas muito uma linguagem ou outra. Aí importa mais que percebas um bocado da área e que te safes bem como programador.
Mas isto é como nos carros: é sempre boa ideia fazer o test drive. E, à medida que vais optando e iniciando o teu percurso, vais-te apercebendo daquilo que tem mais a ver contigo.
Já agora, linguagens em que vale a pena apostar actualmente, num mercado já de si saturado na maior parte das linguagens, são as de nicho ou de grande procura. Extremos, portanto.
Da minha experiência pessoal retiro, por exemplo, que na área da banca há muito a ser feito nas áreas de "core" em mainframes e i-Series (COBOL e RPG), e que se recorre muito ao JAVA para a parte de "front end". Para aplicações periféricas e de gestão interna, o .Net (VB e C#).
Depois há aquelas habituais orientadas para os serviços web e que são basicamente sempre as mesmas, sejam em que área de negócio for.