Conselhos a recém-licenciado Eng. Informática

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Sei umas coisinhas base, umas linguagens base mas não sei por exemplo .NET que não foi leccionado na universidade... vou ter que aprender sozinho.
Era só o que faltava - em alguns sítios já nem isso falta! - as nossas faculdades andarem a formar assalariados/vendedores/representantes de tecnologias proprietárias. Eu compreendo que as microsofts e as suns precisem de gente formatada na utilização dos seus produtos, mas o ensino universitário não serve para formar delegados comerciais.
 
Era só o que faltava - em alguns sítios já nem isso falta! - as nossas faculdades andarem a formar assalariados/vendedores/representantes de tecnologias proprietárias. Eu compreendo que as microsofts e as suns precisem de gente formatada na utilização dos seus produtos, mas o ensino universitário não serve para formar delegados comerciais.

Normalmente quem lecciona opta pelo que se utiliza mais no mercado. Tive professores meus que era Oracle e em relação a MS sql server não aprendi nada, depois tive outros que na programação web o que estava a dar nos states era o .Net e foi o que eles optaram por leccionar, não se trata de formar delegados comerciais mas sim ensinar o que utiliza no mercado nos dias de hoje e num futuro próximo, a partir daí já é contigo.
 
É interessante falar-se da Alemanha porque o nosso modelo de licenciaturas de Engenharia de 5 anos também não caiu do céu (adivinha donde). A França também não é muito diferente.

Por experiência pessoal, na Alemanha os cursos agora estão num regime de 3+2 em que o Mestrado é totalmente em inglês. Curiosamente no meu curso havia MESMO POUCOS alemães..., era quase tudo estrangeiro.

Tanto quanto me apercebi, por falar com outros colegas de outros cursos, os alemães acabam os 3 anos e procuram trabalho. Um dia mais tarde pensam num mestrado, os que continuam logo são os que querem dar aulas ou investigação.

Em Portugal dá-se bastante valor ao Mestrado de Bolonha, no entanto não acho que o mesmo esteja maduro o suficiente para ser já frequentado, ainda se nota que foi estruturado em cima do joelho em grande parte dos casos e de preparação para o trabalho pouco tem (e a licenciatura então nem se fala...).

Neste momento estou a pensar em começar à procura de trabalho e estou um tanto ou quanto apavorado porque sinto que o que aprendi na faculdade pouco me vai servir, mas nada como me atirar de cabeça.
 
Pa, o que custa e no inicio. As primeiras semanas tamos ali com um nervosinho miudo a flor da pele, com medo de fazer asneira. Mas nao te preocupes que toda a gente faz asneira. Todos passamos por ela :p

A minha foi fazer alteracoes num servidor de producao pensando que estava a mexer no servidor de testes. Felizmente foi resolvido a tempo :p
 
Era só o que faltava - em alguns sítios já nem isso falta! - as nossas faculdades andarem a formar assalariados/vendedores/representantes de tecnologias proprietárias. Eu compreendo que as microsofts e as suns precisem de gente formatada na utilização dos seus produtos, mas o ensino universitário não serve para formar delegados comerciais.

Normalmente quem lecciona opta pelo que se utiliza mais no mercado. Tive professores meus que era Oracle e em relação a MS sql server não aprendi nada, depois tive outros que na programação web o que estava a dar nos states era o .Net e foi o que eles optaram por leccionar, não se trata de formar delegados comerciais mas sim ensinar o que utiliza no mercado nos dias de hoje e num futuro próximo, a partir daí já é contigo.


Exactamente, não adianta nada andarem a dar linguagens livres se depois não tiverem tanta saída. Aliás, adiantar adianta porque abrem os horizontes aos alunos, mas a prioridade devem ser as linguagens mais utilizadas no mercado.

A plataforma .Net é muito importante no mercado de trabalho. Eu também não aprendi nem vou aprender na faculdade. Por isso tomei a liberdade de aprender sozinho.


E a verdade é que .Net e PHP são as áreas da programação que me trazem mais lucros fáceis como freelancer (por lucros fáceis entenda-se quantidade de trabalho disponível e o seu grau de complexidade).
 
Estamos a falar de hipóteses e, neste momento, tens várias:

1 - Tens os 3 anos da licenciatura de Bolonha e queres trabalhar, mas no futuro queres fazer os 2 anos de mestrado. É uma boa ideia... se tiveres tempo. Se começares agora a trabalhar, especialmente sendo recém-licenciado e tratando-se do primeiro emprego, tens boas hipóteses de ficar com um horário que não te deixa muito tempo para mais do que trabalhar.
Pode chegar uma altura em que queiras fazer o mestrado e já não possas, porque tens uma casa e contas para pagar e o trabalho não te deixa tempo para cursos à noite.

2 - Fazes agora os 2 anos e adias a cena do trabalho, ou tentas fazer umas cenas "por fora", tipo biscates. Depois arranjas emprego e, se calhar, até mais facilmente. O problema de Bolonha é que muitas empresas continuam a preferir quem fez 5 anos (mesmo que sejam dos antigos) do que quem fez 3 dos novos. Para muitos é até uma exigência que, quem tirou o curso à moda de Bolonha, tenha feito 3 + 2 (ou seja, mestrado).

3 - Cagas para o mestrado, vais à procura de emprego, és bom naquilo que fazes, a vida sorri-te e, apesar de não ser tudo côr-de-rosa, singras. No emprego até te pagam umas formações, tiras cursos mais específicos e mais enquadrados na tua área e, se te surgirem melhores oportunidades, estuda-as. Se forem viáveis, aproveita-as.

Ninguém quer crâneos superteóricos a não ser em áreas de investigação ou ensino.
Ninguém quer um gajo que programe em C, C#, JAVA, Assembly, .Net, RPG, Mandarim, Búlgaro ou o raio que o parta. Querem bons programadores, e isso está na lógica e nos mecanismos de raciocínio e de representação do mundo real.

Não concordo que um bom programador programe em qualquer linguagem. Peguem num programador com vícios de programação OO e metam-no a brincar com RPG ou COBOL. Depois vão buscar as pipocas :-D
Ou peguem num gajo com anos de programação estruturada e tentem explicar-lhe o que é uma classe e o que são métodos GET/SET e pardais ao ninho.

Não há programadores perfeitos, tocados por Deus e com o dom de ver a "Matrix".
Até na informática tem que haver alguma especialização.

Ou um gajo se dedica a uma linguagem (ou pequeno conjunto de linguagens que andam, frequentemente, ligadas entre si) e desenvolve aplicações nessa base em empresas de TI, software houses, etc..., ou então envereda por uma área como a banca ou os seguros, ou algo do estilo. E, nesse caso, ninguém vai querer saber se dominas muito uma linguagem ou outra. Aí importa mais que percebas um bocado da área e que te safes bem como programador.

Mas isto é como nos carros: é sempre boa ideia fazer o test drive. E, à medida que vais optando e iniciando o teu percurso, vais-te apercebendo daquilo que tem mais a ver contigo.

Já agora, linguagens em que vale a pena apostar actualmente, num mercado já de si saturado na maior parte das linguagens, são as de nicho ou de grande procura. Extremos, portanto.

Da minha experiência pessoal retiro, por exemplo, que na área da banca há muito a ser feito nas áreas de "core" em mainframes e i-Series (COBOL e RPG), e que se recorre muito ao JAVA para a parte de "front end". Para aplicações periféricas e de gestão interna, o .Net (VB e C#).

Depois há aquelas habituais orientadas para os serviços web e que são basicamente sempre as mesmas, sejam em que área de negócio for.
 
Última edição pelo moderador:
Por experiência pessoal, na Alemanha os cursos agora estão num regime de 3+2 em que o Mestrado é totalmente em inglês. Curiosamente no meu curso havia MESMO POUCOS alemães..., era quase tudo estrangeiro.
Naturalmente que a Alemanha como todos os países europeus está e estará no processo de Bolonha.
Mas o modelo de formação superior em engenharia de 5 anos é de influência germânica.
 
Estamos a falar de hipóteses e, neste momento, tens várias:

1 - Tens os 3 anos da licenciatura de Bolonha e queres trabalhar, mas no futuro queres fazer os 2 anos de mestrado. É uma boa ideia... se tiveres tempo. Se começares agora a trabalhar, especialmente sendo recém-licenciado e tratando-se do primeiro emprego, tens boas hipóteses de ficar com um horário que não te deixa muito tempo para mais do que trabalhar.
Pode chegar uma altura em que queiras fazer o mestrado e já não possas, porque tens uma casa e contas para pagar e o trabalho não te deixa tempo para cursos à noite.

2 - Fazes agora os 2 anos e adias a cena do trabalho, ou tentas fazer umas cenas "por fora", tipo biscates. Depois arranjas emprego e, se calhar, até mais facilmente. O problema de Bolonha é que muitas empresas continuam a preferir quem fez 5 anos (mesmo que sejam dos antigos) do que quem fez 3 dos novos. Para muitos é até uma exigência que, quem tirou o curso à moda de Bolonha, tenha feito 3 + 2 (ou seja, mestrado).

3 - Cagas para o mestrado, vais à procura de emprego, és bom naquilo que fazes, a vida sorri-te e, apesar de não ser tudo côr-de-rosa, singras. No emprego até te pagam umas formações, tiras cursos mais específicos e mais enquadrados na tua área e, se te surgirem melhores oportunidades, estuda-as. Se forem viáveis, aproveita-as.

Falta aí a hípotese que eu segui: fazer as duas coisas!

Comecei a fazer o mestrado de Bolonha no IST (bem como algumas cadeiras em atraso do 3º ano) há um ano atrás... inicialmente comecei até em full-time (7h30m por dia) mas ao fim de dois meses resolvi reduzir para 6 horas porque era demasiado puxado.

Ao fim de um ano só tenho a dizer que foi uma excelente opção! Apesar de ter sido o ano mais puxado que já tive até hoje, consegui fazer 13 cadeiras (7 no 1º semestre e 6 no segundo) e estou agora a entrar no 2º ano do mestrado sem cadeiras em atraso e a trabalhar 6 horas por dia. Como este ano só tenho 4 cadeiras para fazer mais a tese, já falei com a "gerência" aqui na minha empresa para voltar a passar para full-time.

É uma hipótese a considerar...

PS: Trabalho em .NET, plataforma em que até ao início do mestrado nunca tinha trabalhado na faculdade e acho que isso não é problema, aprende-se facilmente. Acho que 3 anos de curso já dão "bagagem" suficiente para aprendermos qualquer linguagem por nós próprios.
 
Última edição:
Sim, essa é uma hipótese, e conheço muito boa gente que assim fez.
APesar de não a ter enunciado explicitamente, era uma hipótese que se subentendia do meu primeiro ponto, no meio de todos aqueles "se's" ;)

Poder reduzir o horário dessa forma nem sempre é possível. Tu tiveste a hipótese e aproveitaste-a, e só tens a ganhar com isso. Claro que é um sacrifício, mas rende dividendos no futuro.
 
Boas, isto é um bocado velhinho mas vou desenterrar.. até pq pode ser um tópico de aconselhamento dos mais experimentes aos mais tenrinhos.

Estou a acabar a licenciatura e as minhas perguntas são:

-Quando andamos a procura do 1º emprego, enviamos literalmente currículo para todo o lado ou só para os que procuram Júniors/Recem-licenciados ?

-Nos requisitos do anúncio, mesmo que esteja presente alguma tecnologia que não aprendemos, enviamos currículo na mesma?

-Aos que já passaram por isto, quando foram para o primeiro emprego, a pressão dos primeiros dias é muita ou relativamente tranquilo ?

-Normalmente temos acompanhamento/margem para erro ?

Desde já obrigado ;)
 
-Quando andamos a procura do 1º emprego, enviamos literalmente currículo para todo o lado ou só para os que procuram Júniors/Recem-licenciados ?

A minha sugestão é que mandes CVs para todas as empresas que te interessem, estejam ou não a activamente à procura de recem-licenciados, sejam ou não da área da informática, etc.
No entanto, para estas empresas, talvez tenhas que fazer algo mais. Não te limites a enviar o CV no mail, escreve o porquê de escolheres aquela empresa, o porquê de estares interessado, fala daquilo que procuras e de como aquela empresa te pode ajudar.

É claro que as empresas que recrutam em massa mais provavelmente te responderão, mas pode ser que tenhas uma boa surpresa.

-Nos requisitos do anúncio, mesmo que esteja presente alguma tecnologia que não aprendemos, enviamos currículo na mesma?

Eu diria que sim desde que esteja explícito (no teu CV ou no tem mail) as tecnologias que realmente dominas. O pessoal que faz os anúncios é maluco, pedem sempre um conjunto de tecnologias absolutamente rídiculo. Não leves isso muito a sério, tipicamente isso seria o candidato ideal mas raramente ele aparece.

-Aos que já passaram por isto, quando foram para o primeiro emprego, a pressão dos primeiros dias é muita ou relativamente tranquilo ?

Cada caso será um caso mas tipicamente nenhuma empresa te quer provocar um choque muito grande. É uma realidade diferente, e as coisas já são a sério, só por ai já existe mais pressão. Mas ninguém morre.

-Normalmente temos acompanhamento/margem para erro ?

Sim, vais ter acompanhamento nos primeiro tempos e pessoal a validar o teu trabalho. Empenha-te por fazer o teu melhor mas descança que nenhuma empresa te vai pôr algo crítico nas mãos na primeira semana :)
 
Obrigado pela resposta Jonny ;)

Sugeres entao ir a tipo os sites das empresas e enviar currículo, mesmo quando não têm anúncios de recrutamento na web?

E nos casos em que pedem experiência mínima de "x" anos, nem vale a pena pois não ?
 
Sugeres entao ir a tipo os sites das empresas e enviar currículo, mesmo quando não têm anúncios de recrutamento na web?

Exacto, não pagas mais por isso e nunca se sabe se não têm um processo não divulgado a correr ou mesmo um processo prestes a arrancar.

E nos casos em que pedem experiência mínima de "x" anos, nem vale a pena pois não ?

Há duas situações. Se não tiveres experiência de todo e pedirem "x" anos de experiência (independentemente do "x") diria que não vale a pena. Estão à procura de alguém que já tem algum background de trabalho, para eles serás um trainee que eles terão que ensinar "tudo" de início. A outra situação é pedirem "x" de experiência e tu teres "y" (com "y" < "x", claro). Se a diferença não for muito grande, pode continuar a fazer sentido enviar o CV. Eles podem considerar que o mínimo é "x" mas se não aparecer ninguém com essa experiência podem ver-se forçados a baixar a exigência.
 
Exacto, não pagas mais por isso e nunca se sabe se não têm um processo não divulgado a correr ou mesmo um processo prestes a arrancar.
Não esquecer de ao enviares o curriculo envia também uma carta de apresentação, grande parte das vezes não ter carta de apresentação representa uma exclusão imediata do processo de recrutamento.
 
Conselho de amigo, criem um perfil no github e metem lá o vosso trabalho e tentem participar em alguns projectos. Passem também pelo Stack Exchange e tirem dúvidas a outras pessoas.
 
O Stack Exchange já pensei em criar conta, mas o tempo que por vezes tenho disponível não é para pensar em trabalho. Mas uso muito este site para tirar dúvidas, nisso é muito completo!

O github ja ouvi falar, mas parece pouco divulgado "por ca" (realidade tuga). Daí que pode me interessar saber mais sobre isto.
 
Acham que um curso de inglês B2 realizado no Instituto de Línguas da minha Universidade é uma mais valia? O curso dá certificado e creio que o B2 corresponde a um First English Certificate (FEC)

Eu creio que já tenho competências de B2 mas não tenho algo que me certifique este conhecimento, daí o meu interesse em tirar o curso.
 
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