Juíza em Espanha considera P2P legal





Não sei de quando data, tenho isto impresso em papel e informaram-me de várias revisões ao respectivo estudo, mas é recente, bem mais recente do que o ano de 1985, ano em que o "Código do Direito do Autor" foi escrito, e das suas revisões em 1991.

Fico a aguardar a legislação específica que levou a estas conclusões, assim que me chegar ás mãos, deixo por cá, não sei como ficaram as coisas depois das Directivas Comunitárias e nem sei sequer se já foram adoptadas em Portugal (sei que existe um prazo limite, mas duvido que seja cumprido, para variar).

Mavors, muito boa escrita ;), eu depois deixo a resposta, o tempo agora é curto, mas deixo um pequeno apontamento... as bandas não têm dinheiro para estúdios e a SPA pede logo isto:


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Tão preocupados que eles estão com os autores. :)

Cumps e bom fim de semana a todos ;)
 
Tens alguma razão em relação ao registo na SPA. Mas se queres só o registo de direitos podes fazê-lo no IGAC por mais barato.

Vamos falar do custo aproximado de uma edição de autor aleatória com preços de mercado aceitáveis para 10 faixas. E chegamos à conclusão de que o registo na SPA é uma "brincadeira de crianças"

Então vejamos:

Gravação:
Preço de estúdio à hora: 25€
Tempo estimado para gravação de banda de 5 elementos para 10 faixas a um tempo estimado de 1 1/2h por faixa: 75h
Custo de gravação (raw): 1875€
Custo de mistura (para 25h) = 400€
Custo de masterização para 10 faixas = 250€
Custo total de produção do album = 2525€


SPA:
Custo de registo na SPA (150€ valor inicial + 2,5€/faixa + 2,5/letra) = 200€
Autorização de reprodução mecânica: 320€
Custos totais de SPA: 520€


Mecânica:
Fotólitos para a capa: 150€
Cópias prontas para entrega (1000 unidades) = 1200€


Preço real de unidade: (2525+520+1350)/1000=4400 - aproximadamente 4,5€ por album


Distribuidora:
Acrescimo de 2€ por album para distribuição = 6,5€ por album

Loja:
Acréscimo de 33% para a loja por álbum = 8,65€
Iva a 21% = 11,5€

Pronto, tens o album pronto a 11,5€ ao teu preço de custo. Se o venderes a 15€ ganhas 3,5€ por album, se venderes as 1000 copias ganhas 3500€. E não contrataste um produtor externo, nem te envolveste em manobras de marketing. Mas sem marketing de certeza que n vendes cd's :P

Se n tens editora é um risco teu, se tens é um risco dela.

Se tiveres um plafond interessante podes tu manobrar o marketing tb e garantires que a receita parta de concertos que obtiveste por intermédio da projecção do album nas lojas e da força do marketing, te cubra o prejuizo da gravação e te garanta mais lucro.

Basicamente as editoras n te servem para nada, mas dão-te um certo conforto em termos de fundo de maneio quando tu n o tens. E pode ser que pouco a pouco, sendo sugado pela editora, consigas um pouco mais de projecção e ter melhores condições. É-te tirado dinheiro nos cds e concertos, mas pelo menos sabes que tens cd's e que podes ter concertos. :)

As coisas não são básicas como o que apresentei, mas era só para mostrar que a abordagem tb não pode ser feita tão linearmente como "as editoras n servem para nada, só sugam dinheiro e os musicos não ganham nada com isso".

Eu n pertenço a nenhuma editora. :P Mas já tive por dentro do meio, e sei mais ou menos como funciona. Claro que isto n funciona sem a venda de cd's, mas o mp3 é um fenómeno que chegou, viu e venceu, portanto ou se preenchem os vazios legais ou arranja-se outra maneira de contornar a situação.

Uma contra-medida que provavelmente ia levantar polémica, mas que era interessante era o controlo do trafego P2P e a aplicação de uma taxa fixa ao cliente por parte do ISP para direitos de autor. Imaginemos que pagas presentemente 35€ ao teu ISP, pagarias 40€ e 10€ de cada cliente iam para direitos de autor.

Era um preço que não me importava de pagar..., em prol da defesa de direitos e da continuidade de trabalhos de qualidade.
 
Ui, mas que belas contas, tanto dinheiro.


Só para deixar um exemplo recente, um dos meus amigos mais próximos, que nunca teve nada no mercado.

Gravou tudo, com software baratíssimo (depois deixo o link do software, se quiserem), eu dei uma mãozinha na masterização, o trabalho estava muito bom, levou algumas compressões, mas a estrutura estava no ponto, mandámos imprimir 10 acetatos em Espanha (ficou tudo muito barato, mas se tivessemos impresso os acetatos em Inglaterra ainda mais barato tinha ficado), enviamos 8 dos acetatos para pessoas com lugares chave, 6 delas colocaram o tema na sua chart, com muito visibilidade, a nível mundial, no dia seguinte tinhamos mais pessoas em lugares chave com mensagens na caixa do correio a pedir os temas, enviamos os temas em .mp3 320kbps, os temas ainda tiveram mais visibilidade, as 1ªs consequências foram uma visita este fim de semana a um club polaco, o 1º gig dele no estrangeiro, o que lhe valeu um convite para ir a Inglaterra no início do próximo ano, o tema já tocou na BBC1 e para além disso, o BeatPort quer ficar com a distribuição exclusiva dos temas! Nesse ponto, apenas por aspectos burocráticos, é que ele vai ter de criar uma entidade, uma editora!

Nisto tudo o investimento foi muito pouco, em termos financeiros! Investiu-se, sim, em qualidade, o trabalho tem qualidade, e bastou isso para atrair as atenções das pessoas certas.

Claro que uma banda que toque instrumentos "analógicos" precisa de outros meios, mas até uma banda de baixos recursos tem uma mesa de mistura ranhosa e micros mais ou menos bons para captar o som, para poderem tocar ao vivo, é só meter para dentro de um pc, queimar um pouco as pestanas para aprender a mexer no software! Queimam meia-dúzia de cdrs, espalham meia-dúzia de ficheiros .mp3, e esperar os convites para espectáculos ao vivo! Claro que um bom trabalho de PR também é necessário, levar a música as pessoas, aos donos das casas de espectáculos, procurar trabalho! Nunca na vida gastam essas quantias num estúdio, nem sequer é necessário, as pessoas têm de fazer o seu caminho com passos pequenos, mas cada um sabe de si... contra mim falo, que apanho muitas bandas no estúdio a quererem gravar, e eu tenho é de ganhar o meu, juntamente com os meus colegas, eles é que fazem a maioria do trabalho, eu não tenho paciência para a maioria das coisas que por lá passam. :-D Nem sequer teria tempo para lá estar a full-time.

Só é preciso é qualidade, mais nada. Quando falo em qualidade, falo em algo que faça as pessoas sentir que foi algo criado de forma genuína, que o único propósito da criação da música foi a arte, o transmitir algo com sentido, de fazer algo completamente preenchido (ou não, depende do ponto de vista), algo com valor, ao contrário das macacadas balofas e vazias que as majors atiram cá para fora.

As editoras não arriscam absolutamente nada (as majors, está claro, que penso que seja dessas editoras que estamos a falar), aquando da assinatura de um contrato, já têm um grande número de cds vendidos à partida, porque controlam a maioria dos canais de promoção de um artista! É mesmo esse um dos grandes problemas deles, na Internet não podem controlar tudo, e é daí que também vem a quebra das vendas, as pessoas têm um melhor e mais rápido acesso a muito mais música, escolhem muito melhor e gastam o seu dinheiro em editoras mais pequenas, nas chamadas independentes, o dinheiro é muito melhor distribuido entre as "grandes" e as "pequenas" e os meninos começam a sentir o tapete a sair debaixo dos pés, começaram a perder o controlo, e acusam os P2P pelos prejuízos, quando existem estudos que provam exactamente o contrário, P2P, em quem costuma comprar música, aumenta o número de vezes que essa pessoa gasta dinheiro em música. Não o gasta é todo no mesmo sítio!

Eu não gasto dinheiro em música de uma major há mais de 10 anos. E a última vez que gastei foi porque fizeram a distribuição de um disco em vinyl de uma independente.

Acho piada á nova campanha, "Pass Música"! As casas, as da noite, já pagam licenças para tudo e mais alguma coisa, inclusivamente à SPA, e ainda querem que paguem mais? Lojas de roupa, que estão a promover a música, vão ter que pagar? O supermercado, que tem o rádio a tocar na Ant3na, que é paga por todos nós, para que oiçamos todos música, vai ter que voltar a pagar? Eles que vão para a **** que os *****, vão enganar quem eles quiserem, as pessoas têm os olhos abertos, a revolução já começou, não são eles que a vão parar. Cada vez mais, em todas as áreas, a competividade e a concorrência é maior, eles que comecem a mostrar maior qualidade no seu trabalho e menos ganância, que os lucros voltam a subir (como se isso alguma vez tivesse deixado de acontecer).

Desde quando a Internet faz parte da elite? Porque existem pessoas que não sabem utilizar um computador? A longo prazo isso deixa de ser assim... até mesmo os velhotes da provincia vão aprendendo a utilizar telemóveis XPTOs, e quem não tem net em casa, tem sempre serviços públicos de onde pode aceder a net... e se não tiver hipótese disso mesmo, pode sempre pedir ao neto ou ao vizinho que lhe grave o cd do artista que decidiu publicar a sua música debaixo do "Creative Commons". Se já o fazem para qualquer artista...

Já agora, quais são os vazios legais em relação ao "Creative Commons"?
 
Acho piada á nova campanha, "Pass Música"! As casas, as da noite, já pagam licenças para tudo e mais alguma coisa, inclusivamente à SPA, e ainda querem que paguem mais? Lojas de roupa, que estão a promover a música, vão ter que pagar? O supermercado, que tem o rádio a tocar na Ant3na, que é paga por todos nós, para que oiçamos todos música, vai ter que voltar a pagar? Eles que vão para a **** que os *****, vão enganar quem eles quiserem, as pessoas têm os olhos abertos, a revolução já começou, não são eles que a vão parar. Cada vez mais, em todas as áreas, a competividade e a concorrência é maior, eles que comecem a mostrar maior qualidade no seu trabalho e menos ganância, que os lucros voltam a subir (como se isso alguma vez tivesse deixado de acontecer).

Gostei desta, essa do Pass Música é mesmo hilariante :D
 
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