Nowo e Sport TV trocam acusações após saída do canal da grelha da operadora
Os canais desportivos premium Sport TV vão deixar de estar disponíveis na grelha da Nowo depois de a estação ter decidido, de acordo com comunicado emitido pela operadora, interromper unilateralmente o serviço. “A Nowo foi hoje confrontada com uma decisão sem precedentes no mercado português por parte da Sport TV, a interrupção unilateral do serviço, prejudicando desta forma milhares de clientes”, informou a operadora em comunicado emitido esta sexta-feira, onde acusa a Sport TV de “uma postura atentatória aos valores de respeito comercial e sã concorrência de mercado”.
Na origem da interrupção do serviço terá estado, segundo a Nowo, a recusa da operadora “em aceitar novas condições impostas pela Sport TV, as quais considerou desleais, desadequadas e desajustadas face à realidade do mercado”, das quais “a mais grave, no entender da Nowo, foi a apresentação por parte da Sport TV de um novo contrato com um custo 15% superior ao praticado até então”. “As novas condições apresentadas pela Sport TV foram apresentadas à Nowo na véspera do último dia de vigência do contrato anteriormente em vigor, não tendo havido até então qualquer indicação que pudesse antever uma revisão contratual nos moldes que hoje a Nowo conhece”, acrescenta-se no mesmo documento.
Já a Sport TV argumenta que se viu “forçada a interromper os seus serviços ao seu parceiro Nowo, por falta de acordo entre as partes” uma vez que o contrato “terminou em Julho de 2018” e “apesar das negociações para renovação entre as duas entidades terem sido iniciadas seis meses antes (Fevereiro do corrente ano), não foi possível até Julho chegar a novo acordo”. “Após o término do contrato em Julho de 2018 e da elevada divida vencida que a Nowo tinha já nessa data perante a empresa, e que continua por liquidar, a Sport TV acedeu ainda assim em manter o serviço, desde 1 de Agosto até dia 8 de Novembro, no sentido de não prejudicar os clientes Sport TV que acedem aos seus canais através deste operador, e, simultaneamente, preservar a relação de parceria entre ambos”, pode ler-se num comunicado entretanto emitido pela estação.
No mesmo comunicado, sublinha-se que “apesar desta cedência e do nosso serviço ter sido sempre assegurado, não houve até hoje qualquer pagamento da Nowo à Sport TV, seja por conta da dívida referente ao contrato antigo e já terminado, seja por conta dos serviços posteriores prestados até 8 de Novembro de 2018”, sendo que “durante todo o período em dívida, a Nowo continuou a cobrar aos seus clientes os serviços da Sport TV”.
A decisão da Sport TV em deixar de estar presente na grelha da Nowo aconteve numa altura em que permanece o impasse nas negocições entre a Nowo e as restantes operadoras para que NOS, Meo e Vodafone, que são também accionistas da Sport TV, possam ter acesso aos canais Eleven Sports. A operadora de conteúdos desportivos premium, que entrou em Agosto no mercado português, continua a estar em exclusivo na Nowo, operadora que detém os direitos de distribuição dos canais para o mercado nacional, tendo nas suas mãos o processo negocial, e que terá recusado propostas das restantes operadoras.
Em Setembro, durante o debate do Estado da Nação das Telecomunicações do congresso da APDC, as três operadoras não pouparam também nas acusações à Nowo. Miguel Almeida, CEO da NOS, acusou mesmo a operadora concorrente de “falta de ética corporativa”, já que considera “surpreendente esta postura da Nowo, que nunca esteve privada dos conteúdos cujos direitos pertencem à NOS, aliás até os tem em melhores condições em termos de custos, e agora resolve adoptar esta estratégia de conteúdos em exclusivo para daí retirar benefícios comerciais”. “Em relação a conteúdos que consideramos essenciais sempre defendemos que devem ser de acesso universal e devem estar disponíveis para todos os operadores, temos defendido e temos actuado nesse sentido com os direitos que adquirimos”, lembrou o responsável. Sobre a Eleven Sports, Miguel Almeida acha “estranho” falar-se da entrada no mercado português em notícias que inclusivamente referem a NOS e as negociações quando, na realidade, “nunca nos ligaram, nunca nos visitaram, nunca entraram em contacto connosco para ver se queriamos os canais, fomos foi surpreendidos pela Nowo como dententora dos direitos”. De qualquer forma, sublinha, “já apresentámos várias propostas comerciais e todas foram liminarmente rejeitadas, sem qualquer contraproposta. Vamos continuar a tentar, porque é algo que consideramos importante para os nossos clientes, mas se não conseguirmos teremos de reagir em conformidade”, afirmou Miguel Almeida, escusando-se a adiantar que tipo de reação poderá ser esperada da NOS.
Posição partilhada por Mário Vaz, que disse não conhecer nada da Eleven Sports “porque nunca fomos contactados, aliás até tentámos contactar a Eleven Sports uma vez que havia questões a clarificar em relação aos direitos e a resposta chegou sempre através da Nowo”. “Fizemos várias propostas, algumas delas em que o objectivo já era simplesmente não perder dinheiro, dando à Nowo a possibilidade de ficar com a margem que quisesse desde que que não perdessemos dinheiro, mas foram recusadas”, confirma também o CEO da Vodafone Portugal, ironizando que “pelo menos a Eleven beneficia em Portugal de uma excelente oferta de rede de internet que usam para disponibilizar a sua plataforma OTT”.
“Nem eu nem ninguém das minhas equipas falou com eles”, afirmou, no mesmo sentido, Alexandre Fonseca. Nas palavras do CEO da Altice Portugal, “mais uma vez quem fica a perder é o consumidor” e é “a pirataria de conteúdos que sai beneficiada com este tipo de postura”. “O processo negocial está em curso, agora o que falta para haver acordo é que haja transparência e critérios de razoabilidade negocial, enquanto se fizer especulação de conteúdos para tentar resolver problemas de natureza patrimonial e financeira não vamos a lado nenhum”, aponta.
Recorde-se que a Sport TV tem vindo a perder conteúdos para a Eleven Sports, casos da Liga dos Campeões e das ligas espanhola, francesa e alemã, além da Fórmula 1. Apesar disso, Nuno Ferreira Pires, CEO da Sport TV,
recusou a ideia de avançar com uma redução do custo de subscrição dos canais. “A Nowo entende que é lamentável que, apesar da subida do custo que a Sport TV agora pretende impor à Nowo e aos outros operadores, a mesma decida manter os custos de subscrição junto dos seus clientes, o que reforça ainda mais o entendimento da Nowo de que tal se trata de um comportamento reprovável”, aponta a operadora, garantindo agora que “accionará os meios que considerar necessários para salvaguardar os interesses dos seus clientes”.
Fonte:
http://www.meiosepublicidade.pt/201...s-apos-saida-do-canal-da-grelha-da-operadora/
Plataforma de streaming da Disney já tem nome e chega mesmo em 2019
Esperada desde que em 2017 foi anunciada a retirada dos conteúdos Disney do Netflix, a plataforma de streaming própria da Walt Disney Company foi finalmente confirmada para 2019 e assumirá a designação Disney+. A nova marca do universo Disney foi anunciada pelo próprio CEO da empresa durante a apresentação dos resultados financeiros do último trimestre, estando o lançamento do serviço previsto para o final do próximo ano no mercado norte-americano, seguindo-se mais tarde os restantes mercados.
Recorde-se que, em 2017, a Disney fez saber que iria remover do Netflix todo o seu catálogo de conteúdos a partir precisamente de 2019, tendo o cancelamento do contrato com o serviço de streaming coincidido com o anúncio da Walt Disney Company de que chegou a um acordo para concretizar a aquisição da maioria da BAMTech, empresa responsável pela plataforma de streaming da estação desportiva ESPN. O objectivo era claro: lançar a sua própria plataforma, com os conteúdos produzidos pela várias marcas onde, além da própria Disney, se incluem os catálogos da Pixar, Lucasfilm e Marvel, sendo esta última uma das parcerias mais importantes do Netflix, que tem resultado em produções originais como Daredevil, Punisher, Jessica Jones, Luke Cage ou Iron Fist. No entando, de acordo com a empresa, estes títulos, que resultam de produções próprias do Netflix, iriam permanecer disponíveis na plataforma mesmo após 2019.
Na altura, Bob Iger, CEO da empresa, explicava que a Disney pretendia “estabelecer um relacionamento directo entre consumidor e produtor”, o que significa eliminar da equação distribuidores como o Netflix. Um porta-voz do Netflix reagiu nessa altura garantindo que os acordos com a Disney “fora dos EUA permanecerão exactamente como são” e que a decisão “não terá impacto sobre filmes negociados em acordos separados nos mercados internacionais”.
Certo é que a Disney está empenhada em ter também a sua plataforma com conteúdos exclusivos, prometendo originais produzidos especificamente para o Disney+. Durante a mais recente apresentação de resultados, a par do nome da plataforma, Bob Iger adiantou que se encontra já em pré-produção pela Lucasfilm uma série de Star Wars exclusiva para a plataforma que acompanhará a história do rebelde Cassian Andor, que trará de volta ao papel o actor mexicano Diego Luna tal como no filme de 2016 Star Wars: Rogue One. Outro conteúdo exclusivo da plataforma será a primeira série do universo Marvel produzida para o Disney+, que terá como protagonista Loki, irmão de Thor, e contará também com Tom Hiddleston de volta à personagem que encarna quer nos filmes de Thor quer nos da saga Os Vingadores.
Não sendo ainda conhecido o valor da subscrição do serviço, é esperado que a plataforma dê também acesso aos conteúdos dos canais Disney Channel, Disney Junior e Disney XD. Recorde-se que, em Portugal, o Meo disponibiliza em exclusivo o Disney on Demand, um serviço de subscrição mensal que inclui mais de 60 filmes e séries com a chancela Disney, com um custo mensal de 5,50 euros.
Fonte:
http://www.meiosepublicidade.pt/2018/11/plataforma-streaming-da-disney-ja-nome-chega-mesmo-2019/