O comentário da MS ter esbanjado $ é por estar a investir no mercado Japonês onde dê por onde der não consegue competir. Investiu por exclusividade por um ano num mercado que para eles é tão pequeno que simplesmente não valeu a pena. Quem ficou a ganhar foi mesmo a Sony porque além de 1 ano depois ter o jogo na sua consola ainda vem com conteúdos extra (aliás não é a primeira vez que jogos saem mais tarde na PS3 com conteúdos extra). Valerá a pena investir neste tipo de excludividade?
Para a Microsoft são trocos, para eles efectivamente faz sentido quando realisticamente a secção de jogos deles está em defice desde a sua fundação (e é esse o plano) e a sua imposição em todos os mercados passou por perder dinheiro (aquele tipo de modelo que a Sony nunca se devia ter deixado arrastar... e ainda por cima perder, contra uma empresa com bolsos bem mais largos assente em monopolios externos à àrea de interesse que estamos a falar).
Agora... fazer sentido para a Namco? nem por sombras. Especialmente quando falamos de um franchise cujo maior mercado é o Japão (logo é deveras estupido fazer um produto a pensar no mercado internacional, baseado nos resultados anteriores... e hoje, assente nos resultados deste) lançar um jogo "principal" da saga para uma consola que não vende... é suicidio, e foi isso que a Namco efectivamente cometeu. E isso no passado já condenou as vendas de jogos deles na PS3, como o Eternal Sonata, que quando saiu já vinha desprovido de hype e falhou totalmente... aliado ao flop que foi na X360.
Há conta desta brincadeira... provavelmente Tales passou para 4º no ranking de franchises RPG mais bem cotados no japão. Repitam a brincadeira mais umas vezes e descem mais, estejam descansados.
Receberam algum pela exclusividade... sim; mas se o tivessem lançado em simultaneo nas duas plataformas se calhar tinham tido vendas para fazer um jogo novo, que claramente não tiveram. É ver a curto prazo, e ignorar o longo prazo; aka estupidez corporativa.
Quanto temos a entry mais cara de um franchise, e a entry com mais cutscenes animadas a ser humilhada em todos os continentes por um spin-off feito com assets reciclados e uma equipa de estagiários (Team Ratatosk/Tales of Symphonia Dawn of the New World) acho que estamos perante um tiro no pé consagrado. Mais especificamente, no japão, até spin-off's da PSP com posicionamento equivalente ao dissidia (Tales of Radiant Mythology 2 e Tales of VS) humilharam as vendas deste titulo (alguma vez o FFXIII vai ser humilhado pelas vendas do Dissidia? se isso suceder a saga está no buraco). Raio... Há RPG's novos na DS, que são IP novo que humilharam as vendas deste jogo no ano passado... E a DS está saturada de RPG's (o que devia dificultar isso suceder).
É um caso claro de ausencia de mercado formado que levou a Namco a prejudicar os seus clientes fieis a comprar uma consola... apenas para 1 ano depois um equipamento que provavelmente já tinham ou pensavam comprar também receber o jogo. Quem comprou o equipamento especificamente por isso não deve estar muito feliz... e quem não o comprou pode já se estar bem lixando para ele.
Não há quantidade de dinheiro que justifique a auto-mutilação de uma userbase fiel.
O Final Fantasy não chegou onde chegou com exclusividade temporária em consolas sem mercado, por exemplo; antes pelo contrário. E já que estamos a ir aqui...
Aplaudi a iniciativa quando o FFXIII deixou de ser exclusivo apesar de saber que a Microsoft pagou bons dólares para isso suceder (e não tenho nenhuma delas, apenas acho bem que chegue ao maior publico possivel) mas precisamente por isso... acho de muito mau gosto as timed exclusivity sistemáticas para os RPG's third party que a Microsoft assegurou; se fossem publicados como second party (Blue Dragon/Lost Odyssey), ou estivesemos a falar de um projecto financiado pela Microsoft (Infinite Undiscovery), nada a dizer... nestes termos e a tantos titulos... é uma tentativa de manipulação prolongada do mercado. Que felizmente este ano não teve continuação... ou pelas third party's terem ganho juizo para ignorar tais ofertas (e a culpa real de as aceitarem é delas) ou de a Microsoft ter desistido, ter achado que era insustentável.
Facto é que, meter franchises populares de forma exclusiva em hardware não popular só vai prejudicar a popularidade dos mesmos; e se a Microsoft estava a jogar com "trocos" a Namco estava a jogar com uma propriedade que levou mais de 10 anos a chegar onde está hoje. Não o deviam ter feito, e de um ponto de vista estratégico... é deplorável; e pior é que não é a primeira vez que a Namco dá mostras de gestão danosa face à Saga Tales... é sistemático.
A Microsoft fez a sua parte; apesar de sinceramente terem no ano passado pisado a linha de tal forma que pareciam estar a fazer moneyhat não a jogos pontuais, mas a todo um mercado (o que é insustentável, e IMO, uma tentativa deplorável que a ser aceite pelas third party's lhes poderia mesmo sufocar o mercado, atendendo que o mercado Japonês está em crise) mas a mentalidade da Namco é a que leva o bolo aqui; não consigo deixar a Microsoft de lado na questão... mas é importante dizer que a culpa de tudo, foi da Namco que acedeu a tal coisa.