Pelos vistos muitos dos concorrentes têm o mesmo problema. Alguns até nem chegam a durar o dia todo, tanto que a CNN fez uma review a um dos mais recentes produtos lançados e até fez alguma piada com o facto de alguém perguntar as horas e a resposta ser "o meu relógio ficou sem bateria há duas horas atrás".. Mas quanto a isso já lá vou.
Com esse nome não consegues convencer que se trata de uma opinião generalizada.
Acho mais representativas estas reações (ao anúncio do iPhone):
Procura no Mac Rumors as threads de apresentação do primeiro iPod e do iPhone e ri-te
muita gente adorou, mas muita gente ridicularizou ambos os produtos.
Há muitas limitações para fitness trackers. A primeira começa por ser que em muitas situações usar o relógio começa por ser um problema.
Algo tão simples como correr na passadeira no ginásio os trackers não conseguem contar as passadas. A polar resolve isso com um dispositivo que tem que se colocar na sapatilha além de usares o relógio e para a frequência cardíaca tens a banda para colocar ao peito. Já vamos em 3 equipamentos pelo que estamos conversados.
Fiquei com a sensação de que dá para fazer isso através de um sensor que basicamente consegue contar os passos sem o GPS, mas a informação é escassa.
Deixo aqui as impressões do Marques Brownlee. Concordo com quase tudo, excepto as críticas ao botão que roda, que acho uma ideia genial (a apropriação de algo tão comum nos relógios).
Vou pegar neste vídeo para dar a minha opinião.
Em primeiro lugar, discordo logo da questão do botão que roda. Acho uma ideia excelente! Ao mesmo tempo pisca o olho aos relógios tradicionais, e acrescenta-lhe funcionalidades.
No entanto, tenho mixed-feelings sobre este iPhone. Por um lado, a nível de funcionalidades, gostei. Por outro, a nível de interacção com software, não gostei. A Google pensou da seguinte forma: "o que deverá ser um smartwatch?". Já a Apple, parece-me que pensou nisso, mas também pensou uma coisa: "de que forma consigo meter a funcionalidade X num smartwatch?". E isso viu-se, por exemplo, na questão das fotos. Sejamos sinceros: ninguém quer ver fotos num relógio. Assim como ninguém quer comunicar com outras pessoas através do relógio com desenhos ou emojis.
Por outro lado, agradou-me imenso o nível de funcionalidades. A questão da vibração: não me pareceu simplesmente uma vibração, mas sim uma indicação ao utilizador. Chamou-me à atenção claramente aquilo da utilização dos mapas, em que numa situação de exercício físico tipo corrida facilmente conseguimos receber indicações do relógio sem sequer olharmos para ele. Fez-me lembrar uma funcionalidade interessante que o meu carro tem, que é, excepto no modo desportivo, se por algum motivo o ESP actuar em virtude de uma perda de estabilidade, o volante dá input ao condutor para corrigir a trajectória. A mesma coisa para as notificações, em que a pessoa pode ser notificada de algo sem ter necessariamente de olhar para o relógio ou para o telemóvel, o que me pareceu bastante útil.
Algumas funciondalides de tracking do dia a dia e de fitness também me pareceram interessantes. Aquilo de avisar que estamos demasiado tempo sentados, ou o objectivo de calorias, em conjunto com certamente as funcionalidades de contagem de passos, elevação, etc, parecem-me interessantes. E consigo ver-me a usar aquilo nas minhas actividades desportivas.
Sobre o homescreen ainda tenho as minhas dúvidas, mas a Apple adoptou a ideia de se desenvolverem apps para o
Apple Watch, portanto não vejo grande alternativa. E, como disse, a adopção do botão lateral para isso foi uma ideia de génio (menos a questão das apps de fotos ou outras).
No entanto, o Apple Watch tem dois grandes problemas:
- Autonomia da bateria: dizer que tem "all day battery life" dá uma certa vontade de rir. Eu compreendo as dificuldades tecnológicas, mas sendo um relógio, esperaria mais ouvir qualquer coisa como "all week battery life". Ou vamos mesmo cair no erro de não ter bateria no relógio quando precisamos de saber as horas?
- O design do relógio em si é na minha opinião terrível. Quero dizer, não é feio, até diria que fica muito bem por exemplo a uma mulher. Mas para mim, que sou homem, não me faz muito sentido andar com um relógio quadrado. Dificilmente comprarei um relógio que não seja arredondado (não façam é como o Moto 360 que depois o ecrã é cortado em baixo).
Ou seja, para resumir, tenho mesmo mixed feelings. Acho que a Apple apresentou coisas muito interessantes que vão mais além do que a concorrência decidiu fazer, mas continuo com dúvidas sobre o conceito de smartwatches, e dificilmente comprarei algo nos primeiros tempos.
PS: quanto ao preço, até acho que 350 não é caro. O problema é que estamos a falar no modelo base, e adicionando mais uma ou outra pulseira aquilo vai disparar. Se quisermos o modelo a seguir, mais ainda. E daqui a pouco já falamos em 500$. 350$ até é razoável, e quem gosta de relógios tradicionais provavelmente já deu valores semelhantes por um relógio que basicamente só diz as horas. Mas, e como há sempre um mas, um relógio tradicional dura anos/décadas, enquanto um smartwatch provavelmente estará desactualizado no espaço de menos de 5 anos.
Ou seja, neste momento não troco o meu lindo Tissot por um Apple Watch.
edit: gostei do Apple Pay no Apple Watch, mas isso ainda deve demorar a chegar cá.