Compra da Portugal Telecom pela Altice

Infelizmente esta situação é pouco ética e moralmente condenável mas é legal

Pelo que li ontem no público é basicamente isto. Há um buraco na lei que permite fazer isto e como tal apenas estão a resolver as coisas desta forma que de ética tem zero.

Falta saber é se a Altice não teve benefício na compra para manter as pessoas e se isso pode ser usado para contrariar esta situação. Se a resposta é não até alterarem a lei podem fazer o que quiserem.
 
É uma vergonha. Lamento imenso que pessoas se vejam numa situação destas.
Um trabalhador tem um vinculo laboral com a empresa X, não é um contracto laboral em abstracto.
As empresas que recebem estes trabalhadores são também cumplices disto, é preciso não esquecer!

Para começar cabe ao parlamento acabar já com esta macacada.

Gosto de acreditar que isto terá consequências graves para a empresa. Que todos os trabalhadores capazes e com alternativas procurem outro rumo para a sua carreira. Que haja uma debandada geral dos quadros mais valorizados, dado que se trata de uma empresa que claramente se está a marimbar para os seus trabalhadores.
Alternativas é que, coiso.


Wishfull thinking...

Eu como consumidor estou a pensar sériamente em prejudicar-me a mim mesmo e rescindir o meu contrato com a MEO para ir para uma solução tecnicamente inferior. O problema é que é considerávelmente pior.
 
Certamente que se o pessoal com know how for embora, eles terão que contratar os serviços a empresas externas que o tenham, e terão que pagar peso de ouro por esses serviços a empresas ou consultores.

Enfim estratégias à parte, as operadoras de telecomunicações precisam de pessoas. Na parte operacional o processo é já todo automatizado as pessoas só são necessárias para a resolução de problemas. Eu sei bem o que é isso. Agora como em Portugal ou qualquer outra parte do mundo, as operadoras vão ter que ir buscar os recursos para resolver os seus problemas.

Não basta ir muito longe, basta ver casos na banca mundial, onde pessoal técnico foi dispensado e 2 ou 3 anos mais tarde os bancos foram contrata-los a peso de ouro ou pagaram pelos seus serviços a peso de ouro.

Agora em relação a essa prática eu já a vi ser feita na Industria energética à mais de 10 anos atrás e nos portos comerciais. Normalmente a empresa que recebe o trabalhador tem que manter o mesmo contracto. Claro que existe regalias que podem ser todas cortadas. Daí pessoalmente eu negociar só sobre aumento no ordenado base.
Normalmente na industria as pessoas são necessárias e também vi muitas empresas a fecharam e os mesmos trabalhadores mudam para outra empresa terceira nova e recebem uma indemnização que está na lei pela empresa fechar e os trabalhadores receberem algo como 5K-10K por isso ( vi em Portugal isto pelo menos 2x vezes ).

Já vi empresas de telecomunicações francesas e brasileiras nas mãos de know how de meia dúzia de pessoas, vi eles serem despedidos e 2 anos mais tarde tiveram que largar mais de 10K € por mês para ter o know how de volta. Mas isto são os casos de quem tem o know how.

De quem não tem o know how o final desta história é muitas vezes pouco risonho, especialmente se o mercado não precisar de mais mão de obra.

A realidade de muitas empresas em Portugal é que temos grandes empresas com muitos funcionários onde na realidade só era preciso X e bem pagos, no sector do estado passa-se o mesmo. O problema é que o mercado de trabalho está blindado para os "velhos" contractos e desprotegido nos "novos" contractos. Depois a necessidade das empresas viram-se para estes esquemas que não beneficiam ninguém, nem elas próprias. Mas mesmo assim estão dispostas a perder muita coisa por isso.

Quantas empresas em PT onde eu vi com 20 administrativos para 180 trabalhadores. O que vai acontecer depois é vermos a malta que mete a empresa funcionar em empresas externas com contratos novos sem proteção nenhuma, e os outros com contractos velhos que não produzem ou já nem tem know how. Depois quando querem cortar nos custos não consegue cortar onde é necessário e vão cortar nos recursos com know how ( parte externa ) e basicamente a qualidade dos serviços fica comprometida. Isso já deve acontecer em certa medida na MEO e agora querem ainda reestruturar ainda mais.

Enfim é um tema complexo que não acontece só aqui mas também em Espanha, um pouco em França e noutros países. Não quero também ferir sentimentos com este post. Já passei por despedimentos, restructurações, deslocalizações dentro das empresas onde trabalhei e também no seio familiar. Já tive pessoas a cargo 6 anos em situações difíceis sem prespectivas de trabalho. Mas no final de contas numa empresa moribunda o melhor que nos acontece é saltarmos fora e procurar um lugar onde nos possam dar valor pelo nosso trabalho.

As operadoras vão continuar a precisar de pessoal, resta saber a que preço com a consequência directa sobre a qualidade dos serviços e claro sobre os trabalhadores mais qualificados que ficam de fora porque o mercado não os quer. Aparentemente dizem que Portugal tem défice de trabalhadores nas áreas tecnológicas.
 
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Também as infraestruturas da PT e das outras operadoras não se comparam. Poderá sempre ter mais trabalhadores que as outras concorrentes. Na proporção existente é que é deve ser complicado. Acho que o pior problema deles é terem o dobro dos recursos porque existe uma metade que já não tem capacidade para se adaptar a novas funções e isto no mundo das TI é fatal. As competências que tenho hoje ao fim de 5 o 10 anos já de pouco valem.
 
O maior culpado desta situação são os políticos que deixarem esta empresa cair de mãos em mãos até este ponto! Agora fazem se de virgens ofendidas e escandalizada! Tenham mas é vergonha!
 
O maior culpado desta situação são os políticos que deixarem esta empresa cair de mãos em mãos até este ponto! Agora fazem se de virgens ofendidas e escandalizada! Tenham mas é vergonha!
Quais políticos? Há anos que a empresa não é pública e até já nem há golden share. O que aconteceu foi que foi uma empresa que ia prometendo de mais a demasiada gente, ao mesmo tempo que fazia negociatas duvidosas com um dos acionistas de referência (BES/GES).
 
Ou ás dezenas de filhos/sobrinhos de muitos políticos/malta de dinheiro que entraram da faculdade para lá e que alguns deles nem punham lá os pés.
ou então aos directores que tinham empresas privadas deles e que passavam 20% do tempo na PT e o resto lá...

ou então aos milhares de funcionários que tinham lá com mais de 20 anos de casa a ganhar 3000/4000 sem fazerem nada.
ou então quando mudei de funções para automatizar procedimentos, vários colegas me dizerem em privado para não automatizar demasiado senão alguns deles ficavam sem trabalho..

querem que continue. podia escrever um livro sobre como não gerir uma empresa daquele tamanho
 
Era e ainda é uma empresa com muitos funcionários. É um mundo laboral onde encontras todo o tipo de gente. Desde os competentes e também muita gente incompetente ou simplesmente são peso morto ( não fazem nada ).

Isto do não fazer nada dá muito trabalho, mas dado o tamanho da empresa e das políticas existentes pode-se dizer que existe muitos casos diferentes que acabaram por resultar em pessoas sem posto ou função.

Existem pessoas que não se adaptaram a novas funções por falta de motivação, capacidade, vontade de aprender. Até existem aqueles que quando entraram nem estavam aptos a exercer funções para começar quanto mais ao fim de 10 anos de serviço ( entraram lá pelos motivos que se sabe ). Também existem aqueles que estão lá há décadas e que dão ao litro com outros externos para por aquilo a funcionar. Até porque é necessário seres humanos para por a empresa a funcionar em termos operacionais e resolver todos os problemas.

Sinceramente a complexidade laboral é grande e só com uma reestruturação é que se consegue por a casa a funcionar. Também podemos deixar as coisas como estão, voltamos 30 anos atrás com mercado de monopólio e com serviços de internet e preços proibitivo. Ou então vamos para a solução da Alitalia que os trabalhadores não se entendem e deixam aquilo falir.

Mesmo com todos esses problemas a PT/MEO entrou em problemas devido há má gestão de meia dúzia de acionistas e o super CEO zeinal. Isso está explicado aqui no fórum e na Internet, basta ir ler. Os outros acionistas deixaram tudo isto acontecer e ficaram a xuxar no dedo, nem sei se eles vão meter algum processo em tribunal.

Agora qualquer empresa privada que pega na MEO tem que fazer uma reestruturação. Os trabalhadores, sindicatos admitem que existem pessoas sem funções e pessoal em casa porque simplesmente não há maneira de colocar aquela pessoa numa função, por vários motivos. Basta ler as notícias.

Pessoalmente acho que é psicologicamente traumatizante ficar em casa sem fazer nada ( durante anos ) ou ficar num escritório sem nada para fazer ( durante anos ) do que propriamente ter um meu chefe a dizer-me que tem que se arranjar uma solução para o meu caso e de todos os demais. Mas pelos vistos estou errado, existe pessoas que não se importam e estão bastante confortáveis sem fazer nada e que isso não causa nenhum transtorno psicológico. Se não estou errado até está consagrado na lei do trabalho que se o empregador colocar pessoas num local sem fazer nada o mesmo pode ser processado.

Só não percebo é qual é a solução que os sindicatos e os trabalhadores querem? Se não existe postos o quê querem? O despedimento? será que todos querem aprender outras funções ou estão dispostos a isso? Se não querem o despedimento nem mudar afinal o que querem? Eu não entendo....
 
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Eu não tenho problema nenhum que existam despedimentos.
Não tenho problema nenhum que empresas se reajustem e façam despedimentos colectivos (quando justificável). A PT tem muitos problemas com elevados numeros de trabalhadores que simplesmente não fazem nada. Não têm função, nem tarefas atribuidas. Vão para uma sala e passam os dias sentados.

Quando a empresa foi vendida quem não esperava que essa realidade mudasse estava a dormir. Nenhuma entidade privada alimenta uma situação destas.
As pessoas sentem que não têm saída e prolongam situações insustentáveis a nível pessoal porque precisam do dinheiro.

A questão é que isto que se fala não são despedimentos. É uma grotesca manipulação da vida das pessoas e dos seus contratos de trabalho.
Tratam-se de pessoas que são úteis à empresa e que têm funções. Tanto é que as empresas que os recebem sabem que os vão usar, caso contrário nada disto acontecia. A PT vai é terceirizar alguns serviços.

Não querem os trabalhadores, despeçam-nos. Cheguem a acordo, o que fôr.
Isto assim é que não é nada...
 
ou então aos milhares de funcionários que tinham lá com mais de 20 anos de casa a ganhar 3000/4000 sem fazerem nada.
ou então quando mudei de funções para automatizar procedimentos, vários colegas me dizerem em privado para não automatizar demasiado senão alguns deles ficavam sem trabalho..

Mas faz algum sentido haver 3 MIL(!!!) funcionarios em situação de pre-reforma? Em casa a receber 80% do ordenado? Isto nota-se logo que foi jogada para quem vier atrás que resolva o problema. Malta em pre-reforma agora significa que era do tempo das "vacas gordas", ou seja, os ordenados base não são 600 nem 1000€ (como oferecem agora).


Existem varias equipas em que o trabalho de 8 ou 9 pessoas pode ser substituido por uma máquina! Existem equipas que não fazem mais do que clicar em 2 botões e registar um alarme em incidência e passar a outra equipa, não faz sentido absolutamente nenhum! Nem as pessoas que estão lá aprendem nem evoluem!

É necessário limpar a casa, sim.. Mas como são pessoas é sempre dificil gerir isto! São vidas de pessoas que estão em risco, milhares... Para não falar que isto vai ter impacto na segurança social (aquando os despedimentos)!

E não se esquecam da outra jogada brilhante do melhor gestor da Europa em passar o fundo de pensões da PT para o estado! Isso ainda vai dar muita "água pelas barbas"..
 
não faz qualquer sentido. Na altura em que oferecem isso a alguns dos meus colaboradores ( faz agora uns 5 anos ), eles berravam sobre muita coisa injusta na sociedade e na PT da altura mas quando a empresa ofereceu-lhes 90% do salário sem subsidio de alimentação e prémios, nem pensaram duas vezes. Chamei-lhes de hipócritas e viraram-me as costas.

A PT tinha muita gente a mais mas a maneira idiota e sem qualquer logica de como as pessoas foram embora faz com que a empresa esteja como está.
 
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