Partilha MSFS 2020 - Volta ao mundo em caracol

Nah, ele ia passar mais tempo a tirar fotos que a pilotar, embora hoje em dia isso já n seja um grande problema.

"Senhoras e senhores passageiros, por motivos de força maior teremos que fazer um ligeiro desvio de 100km para eu tirar umas chapas. Podem acompanhar-me via Instagram. Obrigado"
:p
 
Etapa 11
Touggourt, Argélia (DAUK) - Sfax, Tunísia (DTTX)
Distância : 470 km
Tempo de voo: 1:40
Combustível: 15 galões

Parece que hoje é de vez. Tenho o avião abastecido, plano de voo preparado e vontade a 100%. Hoje voltarei a ver o mar.
A tirada é grande mas estou decidido a lá chegar.

Esta foi tirada imediatamente após a descolagem. Ainda nem tinha recolhido as rodas.

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Apesar de já estarmos nas "margens" norte do Saara, este não desarma e as dunas de areia persistem.

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Visto que a leg de hoje é razoavelmente grande e por estas alturas, já chega de fotografias do deserto, aproveitei para esticar as asas ao caracol. Decidi efectuar uma série de testes para recolher informação que mais tarde me será muito útil.
Queria ver até que altitude conseguia levar o avião e depois anotar consumos, regimes de motor e velocidades de forma a perceber melhor os seus limites.

Aqui, à passagem dos 10.000 pés (mais ou menos 3 km).
Esta é a altidude limite para se voar em aviões não pressurizados como o meu sem máscara de oxigénio.
Lá em baixo, aqueles pontos são campos redondos de cultivo. Pela quantidade se percebe que por estas bandas a água já não é tão escassa.

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A partir dos 12.000 pés, a subida foi muito lenta.
Infelizmente, a cerca de 17.000 pés (pouco mais de 5 km) encontrava-se uma camada de nuvens.
A esta altitude a temperatura exterior era cerca de -7 gráus e sendo as nuvens formadas por água, se as atravessa-se iria garantidamente formar-se uma camada de gelo sobre o meu avião.

Só por curiosidade, o gelo é o pior inimigo dos aviões, especialmente os ligeiros, sendo uma das principais causa de quedas dos mesmos. Além de os tornar muito mais pesados, torna as superfícies das asas irregulares interrompendo o fluxo de ar. Isso retira-lhes as propriedades aerodinâmicas e tornam-se literalmente uns calhaus impossíveis de voar.
Muitos aviões, têm mecanismos de aquecimento ao longo as asas que faz com que não se forme gelo.
O meu Mooney, infelizmente não tem estes mecânismos, por isso atravessar as nuvens, poderia ter resultados desastrosos.
Resolvi estabilizar aos 16.500 pés. Eu reparei que ainda tinha motor para subir mais um pouco, mas já estou seguramente perto do limite.

Nem de propósito, cheguei a esta altitude ao mesmo tempo que cheguei à costa.

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Está na hora de efectuar uns testes e tirar notas. Estes motores têm regimes de eficiência em que é necessário respeitar, não só para se optimizar a performance, mas acima de tudo perservar os mesmos. Na pala do sol, no cockpit temos uma tabela com estes regimes.

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Não vou entrar em tecnicismos, mas resumindo encontrei um regime que me pareceu excelente, onde consegui uma velocidade no solo de 207 nós (normalmente a altitudes inferiores ando nos 180/190 nós) com um consumo de 9 galões por hora (lá em baixo ando nos 12 galões por hora). Logo, dá para perceber que para grandes travessias, voar alto é a solução, desde que o tempo o permita.

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Findados estes testes, foi só ligar o autopilot e usufruir das vistas que eram excelentes.

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Estas montanhas pareciam literalmente cicatrizes da terra. As imagens não fazem justiça à beleza das mesmas.

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E como se não bastasse, por vezes o sol espreitava, criando momentos absolutamente fantásticos.

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No fim desta cadeia montanhosa, o meu destino. A cidade de Sfax, nas margens do Mediterrâneo já com o aeroporto à vista.

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A rota de aproximação à pista, cumprindo as orientações do controlador, passava sobre o mar.

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E por fim, a final.

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Toca, a desligar e visitar a cidade....e quem sabe conhecer alguma professora de história. ;)

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Etapa 12 - EUROPA
Sfax, Tunísia (DTTX) - Lampedusa, Itália (LICD)
Distância : 190 km
Tempo de voo: 0:50
Combustível: 7 galões

Hoje vou abandonar África e tinha planeado uma estadia em Malta, em jeito de homenagem. Por maus motivos, esta ilha teve uma história importante na aviação. Foi palco de uma das mais épicas batalhas aéreas da segunda guerra mundial, onde os Alemães e Italianos tentaram vergar a ilha, impondo um cerco aéreo. As batalhas aéreas com os Spitfires e Hurricanes Inglesas que defendiam a ilha, ainda hoje são alvo de histórias e lendas.

A minha estadia em Sfax foi uma desilusão. Isto é uma cidade com belas praias e o tempo estava óptimo. Por todo o lado, era só bikinis e corpos bronzeados, mas a única recordação que trouxe foram uns screenshots.
Valeu-me um contracto para transportar uns passageiros para Malta com passagem em Lampedusa.
A partida, foi só isso. Uma partida sem nada de especial.

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No ar percebe-se bem a dimensão desta cidade.

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Não faço ideia que legenda hei de dar a isto, mas mereceu uma fotografia.

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Até Lampedusa, o voo foi monótono. Algumas nuvens e é isto.

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Pouco antes da chegada a Lampedusa aconteceu-me um contratempo. Eu vou-vos dar duas versões e vocês escolhem a que mais gostarem para o relato:

Versão 1:
Um bando de aves migratórias atravessou-se no caminho, embatendo no avião. O choque foi tremendo e cheguei a temer o pior. Felizmente o susto foi só mesmo um susto e o avião não aparentava danos. Resolvi encurtar a etapa para Lampedusa apenas, afim de efectuar uma vistoria de verificação.

Versão 2:
A minha filha mais nova deu-me uma noite anterior terrível e por isso, hoje sofri um brutal ataque de sono. Por respeito às regras desta volta, aguentei até aterrar e fui dormir.

Finalmente, Lampeduza à vista.
Esta é uma pequena ilha Italiana junto a África, famasa pelas belas praias e água cheia de vida marinha.

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Apesar de muito bom, em alguns locais este MSFS ainda precisa de ajustes. O terreno 3D desta ilha não é propriamente excelente.

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Aproximação final à pista.

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Hora de dormir....ups, de fazer reparações.

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Etapa 13
Lampedusa, Itália (LICD) - Malta (LMML) - Catânia, Italia (LICC) - Sigonella Mil, Catânia, Italia (LICZ)
Distância : 400 km
Tempo de voo: 2:20
Combustível: 17 galões

Depois de um dia inteiro de volta do avião, chegou-se à conclusão que este estava mais que apto a retomar caminho.
Decidido a não perder tempo e também para minimizar as perdas com os contractos de transporte que tinha de cumprir, arranquei bem cedinho. O plano é fazer uma escala na ilha de Malta e partir de seguida para Sicília.

Este vou trouxe uma estreia nesta minha volta ao mundo. O primeiro voo com companhia de outro avião.
O contemplado foi o Comandante Trindade com outro Mooney igualzinho ao meu, só que mais feio.:D
O Comandate Trindade e eu já voamos juntos à muitos anos. Temos literalmente milhares de horas juntos, principalmente em simuladores de combate.
Assim sendo, voar em formação, não nos acarreta nenhuma dificuldade.
Infelizmente, com esta novidade, esqueci-me das fotografias da praxe da descolagem. Só me lembrei da máquina de fotografar, já ia-mos altito.

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Pouco depois, vieram as nuvens e sendo o voo sobre o mar, decidimos subir e faze-lo acima das mesmas.

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Já junto a Malta, e uma vez efectuada a descida, a primeira vista da ilha foi majestosa.

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Visto que o aeroporto se encontra na ponta oposta da ilha, resolvemos fazer um voo rasante pela costa sul da ilha.

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Com os seus 27 quilômetros de comprimento, foram meia dúzia de minutos até à aproximação à pista já em Valeta, a capital da ilha.

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Praticamente a poisar.

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A estadia em Malta foi de apenas alguns minutos. Largar os passageiros, embarcar outros e siga. O Trindade ainda me tentou convencer a passar lá o dia mas com clientes passageiros, estava fora de questão.
Aqui, a última vista da ilha, já sem companhia.

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Já no ar e com nuvens, a receita foi a mesma. Subir e voar alto.
A surpresa, foi avistar o vulcão Etna no Horizonte acima das nuvens.

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Para compensar o dia anterior, este dia estava destinado a correr bem e sobre Sicília, as nuvens abriram. Nem de encomenda.

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Nunca tinha ido a Sicília e para além de ser a Terra da Máfia, pouco sabia sobre a ilha. Fiquei surpreendido com o seu tamanho.
Tem quase um terço da área de Portugal e nela habitam 5 milhões de pessoas. O voo até ao meu primeiro destino ainda demorou um bocado. No entanto, estava um dia espectacular e foi um prazer. Aqui ficam umas imagens.

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Já junto ao meu primeiro destino, a cidade de Catânia no sopé do Etna.

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A segunda escala do dia.
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A estadia foi de apenas alguns minutos. Largar dois passageiros e levar o último, um capitão para o aeroporto militar aqui da zona. Estas escalas são chatas e demoram algum tempo, mas visto que estou a voar usando o FSeconomy, asseguram-me pelo menos o dinheiro para o combustível e taxas dos aeroportos.

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O último destino, é um aeroporto militar da mesma cidade a 8 milhas de distância. O voo não demorou 5 minutos.
Aproximação à pista.

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Apesar de longa, acabou por ser uma etapa muito prazerosa, tanto pela companhia do comandante Trindade na primeira leg, como pelas magníficas vistas que Sicília me proporcionou. Acabei por ficar amigo do meu último cliente, o Capitão Giovanni e ficou prometida uma mini volta a esta ilha.
 
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Etapa 14
Sigonella Mil, Catânia, Italia (LICZ) - Catânia, Italia (LICC) - Catânia, Italia (LICC)
Distância : Indefinido
Tempo de voo: 1:00
Combustível: 12 galões

Hoje é suposto seguir para Itália continental, mas à chegada à pista, o céu estava assim.

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Primeiramente, tenho de entregar uma encomenda de volta no aeroporto de Catânia. São 8 milhas e 5 minutos de voo, por isso e esforço compensa se entrarem mais uns trocos. Afinal o combustível e taxas de aeroportos ainda custam bastante dinheiro.
Na aterragem, olhei para o Etna e confesso que não fiquei animado.

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Ainda tive um bom bocado parado à espera que o tempo amainasse, mas visto que não iria ter sorte resolvi arrancar.
Com milhares de horas de voo no bucho, muitas em ambiente militar, não são umas nuvens que me vão amedrontar.

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Já no ar, o S. Pedro lembrou-se de mim, e o cume do Etna estava sem nuvens.

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No entanto, para Noroeste o tempo estava medonho. Nuvens com muito maus aspecto e relâmpagos a toda a hora.

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Aqui, uma vista do cume com alguma neve a persistir na encosta Norte.

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Sendo um vulcão activo, há formas no solo que não costumamos encontrar em mais lado nenhum como esta série de crateras, algumas bem grandes. Deduzo que resultado de alguns piroclastos expelidos nalguma erupção recente.

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Entretanto, o tempo a Noroeste ia de mal a pior. Por esta altura comecei a ponderar se seria boa ideia seguir caminho.

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Decidido a pelo menos tentar, arrepiei caminho.

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No entanto, uma sensação forte, um aperto na barriga intensificava-se à medida que me aproximava da tempestade.
Nós por cá, chamamos a isto de medo.

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Forcei-me a usar a razão para forçar o que não deveria ser forçado. Por onde quer que procurasse, as entradas estavam todas vedadas.

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Até sobre a água, a visibilidade era zero até ao solo.

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Apesar do meu avião ter os instrumentos para voar sem visibilidade, as condições presentes são demasiado agressivas e prosseguir para o meu destino inicial parecia-me demasiado arriscado.
Decido retornar a Catânia.
Uma batalha perdida,não significa perder a guerra.
Amanhã, vingo-me.


A aterragem foi simples. Felizmente a tempestade ainda não chegou ao aeroporto.

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Etapa 15 - "Segundo Round"
Catânia, Italia (LICC) - Lamezia Terme, Italia (LICA)
Distância : 190km
Tempo de voo: 1:15
Combustível: 10 galões


Depois do imprevisto do voo de ontem, tinha esperança que hoje o tempo desse tréguas. Infelizmente quando fui à janela, desilusão! Foi como se o tempo tivesse estagnado no mesmo dia. Até as nuvens me pareciam as mesmas.
Meia duzia de telefonemas passaram e fui para a pista com a confiança que pelo menos no aeroporto de chegada havia algumas centenas de pés de visibilidade.
Desta vez, tenho um trunfo. Ao contrário de ontem, hoje parti com um plano.

A ideia é percorrer a ilha, contornando o Etna para Norte, até ao promontório de Tono, uma língua de terra facilmente indentificável do ar.
Aí, seguir em linha recta para Norte e assim que cruzar a radial com o mesmo rumo que a pista, virar 90º à direita até ter visual com a mesma.
Desta forma asseguro que todo o trajecto sem visibilidade é feito sobre água, eliminando o risco de colisão com o solo.

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Etna no momento da descolagem. Como tinha dito, fotocopia do dia anterior.

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Última vista da parte Sul da ilha.

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Aproximação ao vulcão. Apesar de tudo, a camada de nuvens deve ser menos densa. O dia parece-me um pouco mais luminoso.

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No entanto, algumas coisas permanecem estranhamente iguais. Relâmpagos nobre a costa Noroeste.

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Não, não me enganei. Esta imagem não é de ontem.
Aqui já passado o Etna, a chegar à costa Norte.

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Como estava relativamente mais calmo e seguro, pude gozar a paisagem com outro estado de espírito. E esta correspondeu.

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A tal língua de terra. A minha ultima referência em terra.

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Provavelmente a ultima vista de Sicília.

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Já sobre o mar, ainda tive alguns minutos com boa visibilidade. Eu não fazia ideia, mas esta zona do sul de Itália, tem inúmeros vulcões, alguns ainda activos.
Ao longe, o vulcão Stromboli, imortalizado por Ingrid Bergman pela lente de Rossellini.

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Assim, que entrei nas nuvens a visibilidade passou literalmente para zero e o voo passou a ser feito inteiramente por instrumentos.

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Este avião possui DME (distance measure equipment) que nos diz exactamente a distância que falta para o VOR. Desta forma sabia com precisão quando esperar avistar a pista.
Apesar da visibilidade ser de apenas 1000 pés acima do solo, foi o suficiente para ter visual com a pista.

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Outro dos instrumentos que o meu avião tem é o ILS (Instrument Landing System) que tal como o nome nos indica, permite aterrar usando apenas os instrumentos para situações sem visibilidade. No entanto, a torre de controlo deu-me autorização para fazer um circuito de aterragem mais curto de forma a poder aterrar sem perder a pista de vista.
Aqui, já na "base leg", a última curva antes da aterragem.

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Apesar do nevoeiro, não havia muito vento, por isso foi uma aproximação simples.

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O meu contacto tinha razão. Apesar de pouca havia alguma visibilidade e isso fez toda a diferença.

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Este retorno à Europa está a dar luta. Espero que nas próximas etapas, o sol se deixe de vergonha e devolva um pouco as cores mediterrânicas que procuro.

 
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@alexb Pretendes fazer uma circumnavegação "oficial", isto é, passar por todos os meridianos e pelo menos dois pontos antipodais do globo? Ou é mais uma questão de visitar pontos de interesse?

Excelente tópico, já agora, para acompanhar. :beerchug:
 
Mais um excelente parte adicionada a este belissimo diário de bordo.
Excelente @alexb :clap::clap::clap::clap:

Apenas um fun fact em relação a Malta , e isto em termos de batalhas navais, onde sou um "curioso":
Também foi uma região importante em termos de confrontos navais, no segundo cerco a Malta entre 1798 e 1800, Portugal teve uma papel importante para derrotar os Franceses que tinham cercado a Ilha devido à sua posição estratégica ( "Napolianices").
Domingos Xavier de Lima, mais conhecido como Marquês de Nisa, ajudou a população a libertar-se das tropas que até então permaneciam na região.

Toca, a desligar e visitar a cidade....e quem sabe conhecer alguma professora de história. ;)

Confesso que estas partes no simulador andam a deixar-me intrigado, isto é alguma especie de mod ou algo do género ?
É que não encontro nada sobre isto.
 
Última edição:
Mais um excelente parte adicionada a este belissimo diário de bordo.
Excelente @alexb.



Confesso que estas partes no simulador andam a deixar-me intrigado, isto é alguma especie de mod ou algo do género ?
É que não encontro nada sobre isto.

Eu acho(!), Sempre achei, que é ficção e criação do nosso storyteller.
 
Malta, antes de mais muito obrigado pelos incentivos.
Dá-me muito prazer escrever estes relatos, mas o grande alimento desse prazer é saber que vocês os acompanham e também retiram prazer disso.
Voo principalmente sozinho, mas na minha cabeça, durantes os voos, estou sempre a pensar em tirar fotos para meter "lá no forum" para mostrar à malta.
Toda a gente sabe que os prazeres quando partilhados são muito melhores.

Walderstorn,
No post #31 deste tópico, na página 2 meti uma pequena introdução geral à navegação aérea e particularmente à navegação por VOR que é a que uso. Aquilo lê-se em 2 minutos e acho que responde à tua pergunta. Se tiveres alguma questão, diz que eu tento explicar.

Necrom,
Não, não será uma volta de circumnavegação totalmente oficial. Pretendo passar pelos meridianos todos, ou seja dar uma volta completa ao mundo mas visto que quase de certeza nunca irei ao hemisfério sul, então também não passarei por dois pontos antipodais.

Rubenzito,
não fazia ideia dessa parte da história de Malta e por isso um grande obrigado. Se tu ou alguém quiser acrescentar algo neste tópico, por favor façam-no. Só o irá enriquecer.
Em relação ao mod das professoras, eheh. Infelizmente ainda não há, que eu saiba, nenhum mod para isso e não vá a minha esposa ler este tópico, fica a confirmação. Tal como o Miked disse, sim, é ficção.
Eu só tenho olhos para a minha adorada esposa, tás a ouvir querida?:berlusca:
 
Etapa 16
Lamezia Terme, Italia (LICA) - Bari, Italia (LIBD)
Distância : 260km
Tempo de voo: 1:15
Combustível: 11 galões
Pares de cuecas: 2

"Não há duas sem três", e depois de levar dois dias seguidos de mau tempo, o terceiro continuou muito cinzento.
Pelo menos, e ao contrário dos anteriores, hoje o céu parece ter umas abertas e espero não ter problemas de maior.

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Visto que a meteorologia indicava mau tempo, especialmente na primeira metade do voo, mais junto ao aeroporto de partida, e esta zona é particularmente montanhosa, resolvi fazer os primeiros quilômetros junto à costa Oeste para evitar as montanhas do interior e depois atravessar o país por cima da tempestade, que supostamente só iria até aos 12000 pés.


O início não foi nada de especial. Algumas nuvens mas tudo sob controle......ainda.

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O problema foi que uns minutos mais à frente, o tempo começou a apertar. As nuvens adensaram-se bastante e a visibilidade desaparecia totalmente desde o solo. Nesta altura tomei a decisão de iniciar a subida o quanto antes para poder sobrevoar o mau tempo.

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Já dentro das nuvens a visibilidade, como seria de esperar, desaparecia mas felizmente não havia
nem chuva nem turbolência.

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No entanto, uma situação que parecia completamente sob controlo, rapidamente se deteriorava para níveis muito graves.
Como toda a gente sabe, à medida que a altitude sobe, as temperaturas descem.
Já próximo dos 10000 pés, quando já deveria começar a ver o céu azul acima de mim, nem sinal dele. E a temperatura já se aproximava perigosamente dos zero graus.

Quando finalmente saí das nuvens, a cerca dos 12000 pés o coração gelou-se-me. E infelizmente dentro de pouco tempo não seria só o coração.
Ao invés de me encontrar acima das nuvens, estava apenas numa clareira que ia até ao solo. E para piorar muito as coisas, por estar exposto ao ar frio da altitude, nesta clareira a temperatura caíu imediatamente para 4 graus negativos. E como se tudo isto não bastasse, o que me faltava subir para ficar acima das nuvens ainda era demasiado para o meu caracol sem evitar entrar nas nuvens.

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Aqui uma vista do "buraco" que ia até ao solo.

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Com estas temperaturas, assim que voltasse a entrar nas nuvens e como estas são feitas de água, iria-se formar seguramente gelo no meu avião. E visto que o meu avião não tem mecanismo descongelante, o perigo de perder a sustentabilidade e com isso cair era nesta altura muito real.

Tenho uns segundos para decidir se desço e tento encontrar ar mais quente ou arrisco a subida a fim de sair das nuvens.
Irei arriscar a subida. Já estou demasiado alto e a descida levaria muitos minutos e confesso que o aspecto das nuvens não me deu muita confiança se aguentaria muito tempo.
A subida, caso tudo corra bem, serão apenas mais uns segundos ou poucos minutos no máximo.

Preparei-me com aquela confiança que todos conhecemos dos tempos de escola em que não estudamos nada para os exames, eles correm-nos obviamente mal, mas até recebermos as notas há uma esperança irracional que talvez até tenhamos sorte.

Do que aconteceu de seguida, infelizmente não ficaram imagens. Foi demasiado intenso para me lembrar dos screensshots, mas fica o relato:
-Assim que penetrei nas nuvens, em poucos segundos as minhas piores previsões confirmaram-se. O gelo rapidamente começou a cobrir o para-brisas. Durante os primeiros segundos tive a mais previsível reacção nestas situações. Comecei por largar algum lastro que me obrigaria a trocar de cuecas à chegada, seguido de 10 segundos de todas as asneiras do meu curto reportório. Depois de reposto algum discernimento, apressei-me a afinar a mistura do avião para retirar toda a potência que conseguisse e pilotei o mais suave que pude para optimizar a subida e dessa forma talvez conseguir safar-me.
Felizmente, as nuvens só duraram uns poucos segundos e consegui, pelo menos, encontrar ar seco. Em principio o gelo não iria aumentar. Agora só tenho de ver se isto se aguenta.

Imagem à saída das nuvens.

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o pior é o gelo nas superfícies de ataque do avião, que cortam a sustentabilidade do mesmo.

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Felizmente, o gelo não foi suficiente para criar nada de muito grave. Foram poucos segundos nas nuvens e uma vez estabilizado o avião, era altura de pensar em regressar.
Apesar de ter perdido alguma performance, ainda tinha reserva de potência por isso o primeiro passo foi abrandar o motor antes que sobre-aquecesse.

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Passados alguns minutos, comecei a avistar abertas na camada de nuvens. Tinha o voo estabilizado mas ainda precisava de baixar para altitudes mais quentes.

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Aqui, já a altitudes bem menores, o pior já tinha passado. Agora é só esperar que o gelo derreta e continuar o voo.

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Ainda demorou uns 15 minutos. Praticamente limpo de gelo.

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Confesso que com esta situação, perdi completamente a vontade de passear. Só queria era meter o caracol no chão e acabar com este calvário. Ainda assim obriguei-me a tirar algumas fotografias. Isto foi tudo passado no sul de Itália.

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Já perto da costa Oriental o tempo já era bem mais aberto.

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Alguns aguaceiros soltos proporcionavam o aparecimento dos belos arco-iris.

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A paisagem ao redor de Bari, é tipicamente Europeia com auto-estradas e cinturas industriais.

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Aproximação à pista.

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Gosto de voar, mas não há nada como o chão.

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Quando iniciei este projecto já sabia que iria ter imprevistos e viver aventuras. Estava a contar com África, mas foi aqui à nossa porta que a coisa ia descambando.
Este foi um exemplo em como uma situação aparentemente simples pode degenerar num caso muito grave. Na aviação real o gelo é uma das maiores se não a maior causa de acidentes.
Agora é tempo de desanuviar, pensar no voo, analisar o que é que correu mal para que não volte a acontecer.
Ah, e já me esquecia.....de comprar mais uns pares de cuecas.
 
Última edição:
Uma pergunta de noob. O gelo no "jogo" afecta a sustentabilidade do aparelho, resposta dos comandos e peso do avião ou é apenas estético?

Obrigado,
 
erdnagama, afecta sim.
Agora o quão realista afecta, depende do avião e de quem o faz(estou a falar do avião simulado, não do real). Há empresas de addons de aviões que procuram o realismo absoluto por isso dentro das limitações do simulador, o comportamento é praticamente o mesmo do avião real. Há outras que nem sequer modelam isso.

Neste que estou a usar não consigo precisar o nível que o gelo afecta, porque só passei por esta situação e como descrevi, acabou por ser ligeira.
Afectou a performance, mas não a resposta dos comandos. Não sei se num caso mais extremo isso seria diferente.
Pelo sim, pelo não, resolvi não arriscar. De qualquer maneira,, tendo em conta o que conheço desta empresa de addons, que é a Carenado, e daquilo que conheço do avião noutras circunstâncias, acredito que o gelo influencie duma forma moderada. Um meio termo entre o realista e o arcade.
 
Última edição:
Até arco-íris aparecem no simulador 8| O facto de o avião ganhar gelo e isso afetar o mesmo é excelente também! Por momentos fiquei na dúvida se ainda estava a ver a simulação ou se era real :blaugh:
 
erdnagama, só por curiosidade hoje fui confirmar a minha resposta sobre o gelo e parece que estava um pouco impreciso. De facto o efeito do gelo no avião está modelado mas está modelado no próprio simulador numa das opções de realismo por isso deduzo que todos os aviões usem esta funcionalidade. O simulador permite usar apenas para efeito visual ou mesmo nas físicas.
No meu caso uso tudo em "full real" por isso está nas físicas.

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Etapa 17
Bari, Italia (LIBD) - ilha de Brac, Croácia
Distância : 280km
Tempo de voo: 1:40
Combustível: 11 galões

Depois do susto da última etapa, resolvi tirar uns dias não só para descansar mas principalmente deixar o tempo abrir. Tão cedo não me quero apanhar noutra.
Para esta etapa, escolhi um destino que me é particularmente querido. A Croácia, onde já fiz férias por duas vezes e que adoro.
O aeroporto de chegada será numa das centenas de ilha que a Croácia tem, e que posso testemunhar, são muito bonitas.

Para além de bonitas paisagens e sol, hoje irei contar mais uma vez com a companhia do meu companheiro e "wingman" Comandante Trindade.
Desta vez, ele não vem de Mooney, mas de Beech Bonanza.

Os dois já prontos para a descolagem, à espera de autorização da torre.

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O plano é subir um pouco a costa Italiana durante uns 100 quilômetros e só depois atravessar o Adriático.
Ao início já contava com algumas nuvens.
Nesta primeira parte do trajecto, a baixa altitude, decidiu-se que iria o Trindade à frente porque como o meu Mooney é mais rápido, seria mais fácil para mim assegurar a formação.

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Nós iríamos sair de Itália por Vieste, uma cidade numa enorme península a meio da "bota" Italiana. Aqui, somos nós a atalhar caminho.

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Visto que a fase seguinte do voo é sobre a água, decidimos subir não só para poupar combustível mas para conseguir-mos velocidades mais altas.

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Agora já praticamente à altitude de cruzeiro, à saida definitiva de Italia.

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Ao contrário do meu motor que é completamente atmosférico, logo perde muita potência com a altitude, o avião do Comandante Trindade trazia um motor melhorado com um kit de turbo compressor. Isso permitia-lhe manter a potência praticamente toda quase até aos 18000 (que no meu é quase o limite máximo), mas ainda lhe permitiria, caso pretendesse, altitudes de cruzeiro até 25000 pés. Aqui já estamos a entrar no território dos grandes airliners.
A nossa altitude de cruzeiro neste voo foi de 14500 pés. Nestas altitudes, o Bonanza do Trindade já anda mais que o meu, por isso passei eu para líder da formação.

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Já à chegada das famosas ilhas Croatas. Esta primeira comprida é a ilha de Hvar. Eu escolhi passar por esta ilha porque já a visitei toda de carro e tinha muita curiosidade em vê-la do ar.

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Uma vista geral da ilha. Para além das praias magníficas, lembro-me que ao longo da estrada havia milhares de romanzeiras carregadinhas de romãs.

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Não sei o nome desta terriola mas reconheci-a imediatamente. Aquando da minha estadia, passei lá uma bela manhã de praia.

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Na ponta Norte da ilha fica a cidade de Hvar que dá o nome à ilha. É uma cidade muito pitoresca com edifícios em pedra e é um destino turístico muito apreciado por milionários. O pequeno porto está carregadinho de iates e faz lembrar em pequena escala o Monaco, embora muito mais bonita.

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O aeroporto de destino fica na ilha de Brac. Uma ilha imediatamente ao lado de Hvar entre esta e a costa. Aqui, já na aproximação a Brac.

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Aqui podemos ver a ilha de Brac em primeiro plano e Hvar lá ao fundo.

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Esta sequencia de imagens não faz jus à aproximação, que para mim foi das mais bonitas que fiz aqui no MSFS. Desde a luz que estava fantástica, o facto da pista estar entre os pinheiros e esta estar num planalto com Hvar ao fundo, tudo estava perfeito. Era de um final destes que estava a precisar.

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Por fim o desejado descanso.
Resta-nos uma merecida tarde de praia na companhia dumas Croatas amigas do Comandante Trindade. E olhem que apesar de lindas paisagens, a Croácia tem coisas ainda mais bonitas de se verem. :coolshad:
Esta foi sem dúvida a etapa que precisava.

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Última edição:
Mais outra grande adição ao diário de bordo @alexb :clap:.
Gostei do teu espirito Natalicio com o avião já enfeitado com o gelo :D.

Resta-nos uma merecida tarde de praia na companhia dumas Croatas amigas do Comandante Trindade. E olhem que apesar de lindas paisagens, a Croácia tem coisas ainda mais bonitas de se verem. :coolshad:

O Comandante Trindade é que a sabe toda.
A Presidente Kolinda :drooling:.

Agora a sério, mais uma vez parabéns, pelo excelente diário.
Já agora uma pequena curiosidade, o que pensas sobre a mudança da hora e a aviação ?
Achas que a mesma é propicia a criar mais acidentes/distrações ?
Por vezes fala-se nisso sobre os acidentes de viação e muitas vezes é uma argumento usado para os defensores da mudança para o horário de Inverno. Na aviação é semelhante ?
 
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