Bom, e eu resolvi dar o salto.
Decidi arriscar menos e fazer um investimento mais moderado.
Recebi hoje (ontem, vá) uma 6D Mark II nova, com um grip novo a acompanhar, e recebi também uma 24-105mm f/4 L usada.
Câmara + grip na *****. Lente na MPB.
Desta vez escolhi uma objectiva sem pára-sol, pois o seu estado físico era ligeiramente melhor do que as que o traziam, no mesmo patamar de preço/estado físico ("Well Used"), e porque mesmo comprando o pára-sol à parte compensa face ao patamar seguinte ("Good").
Eu já quase tinha excluído esta câmara no meu estudo, mas quando comecei a fazer contas ao gasto que implicaria uma EOS R, achei que a diferença de valor não se traduziria em resultados assim tão melhores.
EOS R + RF 24-105mm + grip = quase 2400€
6D Mark II + 24-105mm usada + grip = cerca de 1550€
Havia ainda a EOS RP, mas a baixa autonomia de bateria e o facto de não ter um grip de bateria para ela acabaram por se tornar deal-breakers. Além disso, ficaria na mesma mais cara do que este conjunto (1600€ sem grip e sem baterias extra).
Eu não sou nada fã de grips, mas já senti no corpo, no dia seguinte, as consequências de fotografar com a 70-200 na vertical por bastante tempo seguido. Além disso, ele ajuda a ter mais estabilidade ao compor as fotos na vertical. Não sei se a coisa vai pegar, mas quero pelo menos tentar, e o grip desta é mais barato do que o da 80D.
Foto de família, tirada com o telemóvel, já à noite (desculpem lá a foto ter saído foleira, mas foi à pressa, pus só as coisas a jeito e tirei).
Primeiras impressões? Ok, vamos lá.
No que toca à câmara em si, prezo a ergonomia e os controlos que já me são familiares. Há diferença nos dois, mas não muita.
O OVF da 6D2 é ligeiramente maior do que o da 80D, o que também gostei, além de, para as mesmas distâncias focais, ter a vista ampliada 1,6x.
Em menus elas são iguais, e os controlos também são iguais em mais de 90%, têm a mesma rapidez a focar e a disparar (a diferença é imperceptível), enfim, muda o sensor e pouco mais. A 80D tem shutter até 1/8000s, mas a 6D2 tem ISO 50. A 80D sincroniza flash até 1/250s, enquanto que a 6D2 só vai até 1/180s. Enfim, são coisas mínimas.
E falando então do sensor...
Dentro de casa, e a ver as fotos no LCD da câmara, a diferença na profundidade de campo quase não é perceptível, nem usando as primes a f/1.4. Isto é sobretudo por causa das curtas distâncias entre câmara-sujeito-fundo. Nada de estranho até aqui, mas confesso que comecei a ficar desconsolado. Então lembrei-me disso e resolvi sair para a rua com as lentes todas, para as ir experimentando com mais espaço.
Já na rua, ao primeiro disparo que fiz, mesmo com a 24-105 a f/4, notei logo alguma coisita. O look de full-frame está lá, aquela compressão mais acentuada característica do sensor maior. Apesar de eu estar a usar uma lente praticamente equivalente à 17-55 f/2.8 que uso na 80D, notei a diferença.
Troquei para a 35mm f/1.4 e notei...fotos na perspectiva grande angular com uma boa separação de fundo, algo que nunca consegui ter em APS-C. Não é que isto seja uma prioridade para mim, mas é um recurso extra que sempre quis ter, para retratos, por exemplo.
Troquei para a 70-200 f/2.8 e notei também...dá para obliterar os fundos duma maneira que nunca consegui. O mais aproximado que conseguia era com a 85mm, mas via-se mais do fundo e perdia o zoom, obrigava-me a trocar lentes mais vezes. Há realmente aqui alguma diferença. Eu nem sabia que a 70-200 fazia swirly bokeh, porque em APS-C não se nota, mas pelos vistos ela faz um bocadinho.
Ainda nem 200 disparos fiz, isto são mesmo só as primeiras impressões.
Ao fim de algumas horas regressei a casa e foi tempo de copiar os snapshots de teste para o PC. Aí é que pude ver as diferenças em ISO elevado, e confesso que não esperava tanto. Tirei fotos a f/4 dentro de casa, com ISO 6400 a 8000 (só porque sim), estava a vê-las no Lightroom e a achar que o nível de grão estava bom...até que me apercebi que estava a ver as fotos a 200% por distracção
Isto tudo lido até parece que eu fiquei babado com os resultados, mas o facto é que não estou nada impressionado, porque ainda nem consegui explorar a câmara e testar os seus limites. Hoje não deu tempo. A tal sensação de desconsolo que tive ao início ainda não passou. Afeiçoei-me à 80D, tenho as mãos habituadas a ela, e provavelmente com esta não irei fazer muito mais do que fazia antes. Enfim, acho que é normal.
Aquilo que espero com este upgrade é sobretudo controlar mais os fundos, ter mais margem de edição em ISO elevado, e também poder fazer o que já fazia na 80D, mas sem ter que me afastar tanto e sem depender tanto de lentes prime. Espero que esta câmara me faça estar mais bem preparado para o que der e vier, e espero que me ajude a desenvolver mais as minhas competências, através do alargamento dos limites do que posso fazer.
Por agora não tenho mais planos. Visto que acabei de trocar as distâncias focais equivalentes de todas as minhas lentes duma só vez, passarei agora por uma fase de adaptação. Não sei que necessidades irei ter, nem sei quais deixarei de ter. Até mesmo a 80D vai continuar aqui, para já.