Antes de mais eu disse que só compro originais, e dado que a tua resposta começa com "Vocês" parece mesmo que estás a dirigir-te a mim. Não percebo qual a origem dessa hostilidade.
E vê se percebes que eu, enquanto não pirata conforme referi "desde que comecei a trabalhar..." que já foi há uns anos, tenho na mesma curiosidade e estou a colocar-me do outro lado da fence com questões que considero pertinentes.
Cumps,
G
Mas isso é uma coisa que faz muita "comichão" ao "pessoal da moral"!
Não conseguem aceitar que exista pessoal que adquira os originais, e mesmo assim não condene (da mesma maneira que tambem não "apoiam") a pirataria.
Ainda se "nós" disséssemos que éramos contra a pirataria, e por trás andássemos a sacar o "material" à "tripa-forra", ainda nos podiam acusar de hipocrisia!... Mas como nós até somos "adeptos" dos originais e ao mesmo tempo não condenamos quem adquire "o mesmo" produto que nós, mas sem pagar; é uma atitude que "faz espécie" a estes paladinos da justiça!... Não conseguem conceber que existam pessoas altruístas no mundo!
Lá porque eu gasto o meu dinheiro nos originais, vou "exigir" que os outros tenham que seguir o meu exemplo, só porque "se eu gasto o dinheiro, eles tambem tem que gastar"? Fdx, ainda se estivéssemos a falar de uma coisa realmente prejudicial para terceiros, como o fumo do tabaco, por exemplo, ainda se comprendía, agora "piratagens"? Quem achar que está a fazer bem, que continue, quem achar que está a fazer mal, que pare! No dia do "ajuste de contas" é que se vai ver quem foi "integro" e quem não foi!
Se um amigo me emprestar um CD, DVD, ou jogo que eu adorei, e pretendo adquirir um igual, mas infelizmente já não existir à venda, (Deathrow ou Assassin, só para dar um exemplo rápido) e se o nosso amigo
não nos quiser vender o exemplar dele, (afinal está no seu direito) que vamos fazer? "Chatear" o outro para que nos empreste o jogo/album/filme sempre que nos apetecer usufruir dele? Ou fazemos uma cópia nem que seja "por precaução" uma vez que não temos a mínima garantia de tornar a apanhar o mesmo "item" à venda em lado nenhum?
É certo que casos destes não são comuns, mas podem bem exemplificar o motivo porque uma pessoa adepta dos originais não seja contra a pirataria; quando não há outra garantia de adquirir este ou aquele produto, a solução é a cópia, ou acham que um gajo vai ficar a vida inteira a suspirar à espera que alguem se lembre de re-editar "aquele produto" que só por acaso até "consumimos" quase todos os dias?
E quanto ao "problema das vendas" dos originais devido à pirataria:
Vamos supor que temos 100 pessoas que querem ter produto "X", se todas tiverem dinheiro para adquirir, (e se quiserem ter o original) todos compram, logo é 100% de vendas!
Se dessas 100 pessoas só 50 puderem pagar esse preço, só se obtem 50% das vendas; os outros, pelos vistos, ou pedem emprestado, ou sacam da net, wathever!
Agora vamos imaginar um mundo onde não existe pirataria: Na primeira hipótese, todos tinham o artigo "X", afinal todos tiveram dinheiro para o pagar! Mas na segunda hipótese só metade das pessoas tem "cacau" para o adquirir,... se não tem dinheiro, não compram; pedem emprestado para jogar ao amigo, mas não podem sacar, nem podem copiar do original que lhes emprestaram! Resultado das vendas: 50%!
Afinal de contas o que muda no nosso "mundo real" quando comparado com este "mundo sem pirataria"?
O comodismo daqueles que nunca pretenderam pagar por nada, que sacaram tudo da net, que tem 455767 álbuns em Mp3 em casa, que tem outros 32578095 Filmes em casa, e que tem 23134657878 jogos em casa,... e nunca jogaram nem/ouviram/viram nem 1% de toda essa tralha! Logo se nunca jogaram, nunca seriam "consumidores", nem nunca teriam intenção de pagar para adquirir esses mesmos produtos, só os sacaram por sacar, mas nunca irão usufruir daquilo que sacaram! (Já aqui enunciei casos desses, e tenho mesmo um amigo chegado que tinha chip na Playstation dele, mas como tinha mais de uma centena de jogos, nunca pegou em nenhum "como deve de ser" e acabou por se desinteressar daquilo, e hoje a consola está encostada a um canto!)
Tal pessoa tambem nunca sería um "consumidor" destes produtos!
Quem gosta de ter o original, vai sempre comprar o original, nem que espere "mil anos"! (comprei o "Ceremony of Opposites" de Samael no ano passado,... 12 anos depois do original ter saído!)
Quem se "contenta" em ficar com a cópia, vulgo: "restrumenga", nunca compraria o original e ficará sempre com a "restrumenga", nem que o original lhe aparecesse a 1€ à frente; simplesmente não dão valor ao que tem; e isso é mais uma questão de cultura, do que de Leis, integridade ou consciência!
Quem valoriza o que quer, compra o que quer; quem não dá valor, nunca irá comprar! Essa gente só saca jogos, (por ex.) porque pode; porque se não pudessem ou sacavam outra coisa, ou arranjavam outro "
hobby" com que se "entreterem" ou iam caçar Gambozinos! Mas garanto-vos que nunca iriam gastar dinheiro num original! Quanto muito compravam 1 ou 2, só para não querer dizer que não tinham nada, mas depois marimbavam-se para a cena e "adoptavam "outra coisa,... (1 ou 2 originais,... provavelmente a quantidade certa de material original em casa de "quem saca por desporto", anyway!)
Se isto é condenável? Decerto que é, mas mais que isso,
é lamentável!
É lamentável, porque são chamarizes para os "choradinhos" das editoras de modo a arranjarem bodes-expiatórios para escamotearem aquilo que toda a gente já sabe, que os jogos (e outros items) são vendidos a preços perfeitamente inexcusáveis! Se fizessem o mesmo ao pão, caía o carmo e a trindade; mas como a "Arte" não é um bem de primeira necessidade,
já é lícito que se pratiquem todos os preços exorbitantes em nome de um suposto "luxo" que, na realidade, não existe!
Já disse antes numa das minhas primeiras intervenções desta thread, e torno a repetir: não sou um "adepto" da pirataria, mas no fim de contas até é bom que ela exista em certos casos; não só para refrear os "ânimos" dos mais àvidos, como tambem para lhes incutir alguma humildade; que é o que faz falta a certos "agiotas oficializados" que por aí andam! (E não só no mundo da Arte...)
Isto de pretendermos ser todos muito "certinhos" é muito bonito de se dizer, mas cheio de boas intenções está o inferno cheio! Abram os olhos que já é dia!
Cumps!
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