Tópico mais indicado para o tema:
https://forum.zwame.pt/threads/prec...os-na-sociedade-no-agregado-familiar.1052975/
Eu vi essa reportagem ontem, e a mensagem por trás é que passar demasiado tempo em frente a um ecrã, unicamente para fins lúdicos, pode ser prejudicial. Se o tempo passado em frente ao ecrã não for unicamente para fins lúdicos, mas também para trabalho ou cultivação pessoal, onde se aprenda alguma coisa, o ecrã já não é tão prejudicial assim. Senso comum.
Pode-se então dizer, que é uma estigmatização da situação, pois se o mesmo acontecer com quem passa horas por exemplo a ver revistas apenas para fins lúdicos, em vez de ler outro tipo de revistas, de carácter científico por exemplo, está a estupidificar-se. Ou quem lê uma BD em vez de um livro "a sério", entre outras 'n' situações equiparáveis.
Não me parece que se esteja a criar uma geração de seres humanos estúpidos ou burros, e que o QI das novas gerações seja em média mais baixo, como afirmou o tal especialista, simplesmente os jovens hoje em dia nascem mais aptos para outras coisas, face aos jovens das gerações anteriores. Se são coisas que podem ser proveitosas para a sua vida ou para a sociedade, ou não, isso já são outros 500. Os nossos avós em miúdos eram prós no pião, e se lhes metessem um tablet nas mãos provavelmente não se entenderiam com aquilo. Hoje é o contrário, apenas isso. Ambas as gerações se divertiam(em) à sua maneira, a diferença acaba por estar só na socialização.
Mesmo assim, depende de caso para caso, e as coisas não são tão lineares assim. O meio socio-económico terá também muito peso, sendo mesmo talvez o que terá mais peso, no desenvolvimento e oportunidades de cada criança e jovem, independentemente do tempo que passam em frente a um ecrã "zombificados".
Sempre houve ao longo da História pessoas inteligentes, e outras menos inteligentes, e não é graças aos ecrãs que as deixarão de existir, até porque os ecrãs já existem há bem mais de meio século, e no entanto a tecnologia evolui para patamares nunca antes imaginados, significando que as novas gerações não estão a ficar tão burras assim.
Concordo no entanto, que o apego das crianças e jovens a um telemóvel ou tablet, pode sim penalizar a sua socialização com outros, já que a interacção física e presencial é diferente da interacção à distância e online, mas isso também é um comportamento que se vê nos adultos hoje em dia. Não obstante, sempre houve também crianças mais introvertidas que outras.
De qualquer das formas, o nosso cérebro é altamente adaptável, especialmente nas idades mais jovens, pelo que muitas das conjecturas me parecem rebuscadas. Pode haver sim um impacto na socialização de uma criança, se a mesma se isolar à frente de um ecrã em vez de conviver com outras, mas o resto é corrigível.
Cabe aos educadores educar correctamente, e estimular as crianças a novas experiências e fornecer-lhes novos métodos de aprendizagem e ferramentas para que as mesmas possam descobrir os seus gostos, podendo vir a influenciar o seu futuro pessoal e profissional.
A premissa até é boa, pegando num tema de relevo actual e de certa forma preocupante, mas no fundo é apenas mais uma "reportagem" sensionalista, rotulando quem passa muito tempo em frente a um ecrã para fins lúdicos de "menos inteligente" e de forma generalista.