Returnal (PS5)
9/10
59 horas
172 ciclos
O Returnal é, na minha opinião, o jogo que melhor mostra as capacidades da PS5 muito para além da superficialidade de gráficos bonitos. O uso do 3D Audio e do DualSense é fenomenal, onde sentimos não só cada arma de uma forma diferente (especialmente os triggers), mas também o ambiente a volta. É uma experiência bastante imersiva. Sendo um roguelike, embora comecemos sempre no início do acto, o jogo reconfigura-se e oferece bastante variedade: em cada run, vamos apanhando diferentes armas, buffs, e debuffs aleatoriamente que mudam o estilo do jogo.
Para mim, o Returnal foi o jogo mais difícil para completar, e ultrapassa de longe os outros dois na minha lista - o Sekiro e o Hollow Knight. Tinha comprado o jogo em Maio logo que saiu, e e um mês depois desisti porque por mais que tentasse não conseguia acabar o 1º acto, mais precisamente o terceiro bioma. Vendi o jogo frustrado, e escrevi a minha opinião
neste tópico. Mas depois este jogo ficou-me na cabeça, e meses depois, numa promoção, voltei a comprá-lo porque queria mesmo acaba-lo. Num jogo sobre ciclos, parece-me apropriado fazer uma segunda review do jogo.
O jogo segue a tradição de outros jogos difíceis: fácil de aprender, mas difícil de dominar. O jogo apenas deixa utilizar uma arma de cada vez, e temos 3 ataques simples: fire, alt-fire e o melee com a espada. Temos depois o dash, o jump e o correr. Em 5 min, qualquer jogador consegue aprender os mecanismos básicos do jogo. No entanto, a palavra chave é dominar, porque o jogo pune severamente abordagens erradas.
O que torna o Returnal particularmente difícil é que quando morremos voltamos imediatamente ao início do acto - o que corresponde a um checkpoint de 40-60 min, ou mais, atrás. Para voltarmos ao ponto aonde morremos e familiarizarmos com os novos inimigos, temos de passar pelos biomas iniciais. Há atalhos, mas começamos com uma arma básica e com o health baixo, e portanto temos de passar pelos primeiros biomas outra vez para ficarmos suficientemente fortes para termos melhores chances. Aqui estar OPed com uma boa arma, consumiveis e barra de saúde é tão importante como ter bons skills como jogador, e ambos requerem muito tempo. No meu caso, a maior dificuldade foi terminar o acto I.
A história do jogo é algo que ainda estou a tentar entender, embora no essencial seja óbvio o que aconteceu. O jogo dá-nos muitas peças do puzzle, e temos de reconstruir a história da protagonista e das pessoas a volta. É sem dúvida um dos pontos fortes do jogo.
Continuo a achar que este jogo não é para mim devido ao tempo e o nível de dificuldade que impõe para termina-lo, mas foi uma experiência de jogo completamente diferente da habitual, e o balanço foi muito positivo.